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Rio Grande do Sul ocupa a segunda posição no País em índice de reciclagem de plástico
Estado é superado apenas por Santa Catarina
Em tempos em que a questão ambiental ganha cada vez mais relevância, o índice de reciclagem mecânica de plásticos tem aumentado no Brasil. No ano passado, 25,6% dos resíduos plásticos pós-consumo gerados foram reciclados no País (em 2021, o percentual havia sido de 23,4%). Já o Rio Grande do Sul apresentou um patamar de 50,9%, sendo o segundo estado com melhor resultado, atrás somente de Santa Catarina, com 64,5%.
Em 2022, a produção de plástico reciclado pós-consumo no Brasil chegou a mais de 1,1 milhão de toneladas. Desse total, a resina mais usada foi o PET, representando 38% do total, empregado principalmente em garrafas de água e refrigerante. Os números constam em levantamento realizado pela consultoria MaxiQuim, encomendado pelo Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast), uma parceria entre a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e a empresa Braskem.
O estudo é realizado desde 2018, e no ano passado foi atingido o maior índice de reciclagem registrado pela pesquisa. “Podemos entender o ano de 2022 como um período de crescimento orgânico da indústria de reciclagem, uma vez que os efeitos da pandemia de Covid-19 se dissiparam ao longo de 2021”, comenta o diretor de química sustentável e reciclagem da MaxiQuim, Maurício Jaroski.
Por sua vez, o presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast-RS), Gerson Haas, considera importante o resultado alcançado no setor de reciclagem pelos gaúchos. “Claro que sempre pode ser melhor, a nossa meta é chegarmos perto de 100%, mas já temos meio caminho andado com esse percentual no Rio Grande do Sul”, afirma Haas.
O dirigente atribui esse desempenho a uma forte consciência ambiental no Estado. Haas explica que a reciclagem mecânica consiste em aproveitar o mesmo material plástico para fazer um produto novo como, por exemplo, o PET que pode ser usado para fabricar outra garrafa. Ele lembra ainda que existem as reciclagens química (um processo para retroceder o material até suas características básicas) e energética (geração de energia através da queima).
Já o vice-presidente do Sinplast-RS, Edilson Deitos, frisa que a região Sul do Brasil possui índices de reciclagem superiores aos da maioria dos países da Europa. Além do trabalho envolvendo os produtos reciclados, a Abiplast fez um levantamento sobre o desempenho do setor de transformados plásticos em geral, que teve no ano passado um faturamento de R$ 117,5 bilhões. Já as importações do segmento ficaram em US$ 3,8 bilhões e as exportações US$ 1,4 bilhão.
Em 2022, a indústria do plástico teve 6,7 milhões de toneladas de produção física. Juntas, as indústrias de transformação e reciclagem fomentaram quase 360 mil empregos, com um pouco mais de 12 mil empresas. No ranking dos principais setores que mais consomem plástico, em valor, a construção civil lidera com 25,4%, seguida pelo alimentício, com 21,9%, artigos de comércio e varejo, com 7,8%, automóveis e autopeças, com 6,2%, e bebidas, com 6%.
Deitos detalha que na área da construção civil o estado que apresenta uma vocação maior para atender a esse segmento é Santa Catarina, devido à presença de companhias fabricantes de tubos e conexões. “Que é o grande consumo dessa atividade”, destaca o dirigente. No caso do setor de transformação de plástico gaúcho, o vice-presidente do Sinplast-RS comenta que filmes e embalagens para alimentos são os que se destacam, assim como itens para utilidades domésticas.