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Indústria

- Publicada em 28 de Setembro de 2023 às 15:33

Indústria Fontana contabiliza prejuízo de R$ 52 milhões com enchentes

Com sede em Encantado, empresa de 270 funcionários foi atingida pelas enchentes do início do mês de setembro

Com sede em Encantado, empresa de 270 funcionários foi atingida pelas enchentes do início do mês de setembro


Empresa Fontana/Divulgação/JC
A indústria Fontana, de Encantado, terceira maior arrecadadora de impostos no município, contabiliza um prejuízo de R$ 52 milhões com as enchentes que causaram destruição na região do Vale do Taquari, no início do mês de setembro.
A indústria Fontana, de Encantado, terceira maior arrecadadora de impostos no município, contabiliza um prejuízo de R$ 52 milhões com as enchentes que causaram destruição na região do Vale do Taquari, no início do mês de setembro.
Com 22 mil habitantes, o levantamento mostra a presença de 4.733 empresas na região de Encantado - microempresa (2.558); MEI (1.341); médio/Grande porte (566) e pequeno porte (278). Os dados fazem parte do dossiê produzido pela empresa sobre os efeitos do ciclone extra tropical que atingiu o Rio Grande do Sul.
As dez maiores empresa de Encantado são a Cosuel - Cooperativa dos Suinocultores de Encantado; Baldo S.A. Comercio Ind e Exportação; Fontana; Ind. Têxtil IPE; Divine Chocolates Finos; B T Indústria Gráfica Ltda; AERZ Química Industrial Ltda; DI Hellen Ind.de Cosméticos Ltda; Distribuidora Schmidt e Angélica Sfoglia Ltd

• LEIA MAIS: Prejuízo das empresas de Encantado atingidas pelas cheias é estimado em R$ 900 milhões

Ângelo César Fontana, do Conselho de Administração da Fontana, destaca que a indústria de 270 funcionários não possui outras unidades produtoras no Rio Grande do Sul. "Estamos sem previsão de retomada das atividades tendo em vista os prejuízos causados em equipamentos e processadores de matéria prima, de pesagem, laboratórios, unidades de geradores, estações de tratamento de água, prédios e instalações de modo geral", ressalta. A indústria produz e distribui produtos de higiene e limpeza e óleos químicos, produzidos a partir do sebo bovino, em nível nacional e para o exterior. O faturamento anual da indústria de Encantado é de aproximadamente R$ 250 milhões por ano.
O integrante do Conselho de Administração afirma que a empresa tem relevância abrangente na vida dos funcionários, muitos dos quais tiveram as casas perdidas. "A indústria sempre exerceu grande impacto na geração de renda e riqueza do município", destaca. Dos 270 funcionários, 40 estão com suas casas comprometidas ou perdidas. Conforme Fontana, Encantado possui uma importância econômica para a região do Vale do Taquari em função da forte presença da cadeia produtiva da proteína animal, das cooperativas e das empresas de leite, suínos e aves. "A queda da cidade foi muito grande e vamos precisar de muita força para se reerguer", acrescenta.
Nos últimos quatro anos, segundo Ângelo César, a Fontana investiu R$ 40 milhões na aquisição de equipamentos. "No final de 2022, fizemos um investimento de R$ 17 milhões na compra de novas máquinas que por sorte ainda não chegaram. Os nossos equipamentos ficaram embaixo d'água e estão com muito barro", explica. Fontana informa que ainda não sabe quando a indústria conseguirá colocar as máquinas em funcionamento porque houve o deslocamento de tanques e da tubulação. "A nossa estimativa é tentar voltar a funcionar em até 40 dias", ressaltou.
Enchentes atingiram mais de 90 das das indústrias do Vale do Taquari
Pelo menos 93% das empresas de 11 municípios do Vale do Taquari foram afetadas diretamente pelas enchentes causadas pelo ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul em setembro. Os setores mais atingidos foram o do comércio (43%) e o de serviços (43%), seguidos pelo da indústria (14%). Destas empresas, 35% são de microempresários individuais (MEI), 59% micro empresas ou empresas de pequeno porte (ME e EPP) e 6% demais portes. Os dados fazem parte de um estudo feito pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, em parceria com a Junta Comercial do Rio Grande do Sul e com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RS), que apresentou o diagnóstico do levantamento com 1.301 empresas, distribuídas em 11 municípios da região do Vale do Taquari. O estudo  ocorreu de 18 a 22 de setembro.
Os municípios que receberam a pesquisa foram: Arroio do Meio, Bom Retiro Do Sul, Colinas, Cruzeiro Do Sul, Encantado, Estrela, Lajeado, Muçum, Roca Sales, Taquari e Venâncio Aires. Dados mostram que as estimativas de perdas das empresas ficam em sua maioria em até 50% (41%), mas 23% delas tiveram perda total de seus maquinários e estoques. Calcula-se que o valor perdido entre as empresas que responderam à pesquisa supere os R$ 420 milhões, sendo os prejuízos mais expressivos no setor da indústria.
Um fato que chama a atenção é que das empresas que responderam à pesquisa, 75% delas não possuíam nenhum tipo de seguro e 86% delas não são adeptas do Juro Zero, programa do governo do Estado que, por meio da Secretaria e dos bancos vinculados, subsidia juros de financiamentos para investimentos. Outra situação é que somente 32% das empresas já retomaram as atividades, enquanto 16% não têm previsão de quando isso ocorrerá.
A partir deste levantamento, a Secretaria Estadual e Desenvolvimento Econômico pretende se reunir com os bancos para buscar soluções financeiras para auxiliar as empresas. "Vamos fazer a mediação. É um processo trabalhoso, mas com o apoio do governo do Estado, estamos fazendo todo o possível para recuperar as empresas de maneira mais rápida", ressaltou o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo.