Polos tecnológicos são protagonistas na indústria

Municípios de Santa Maria, Lajeado, Santa Cruz do Sul, Cruz Alta e Santiago sediam centros de inovação

Por JC

UFSM tem estrutura para apoiar e fortalecer empreendimentos de base tecnológica dentro e fora da universidade
O ambiente para a inovação em Santa Maria é pulsante. No município em que 40 mil moradores fazem parte da comunidade acadêmica, há três parques tecnológicos destinados à pesquisa e inovação, além do espaço do Distrito Criativo Centro-Gare, inaugurado em 2022 para revitalizar o centro histórico e promover a interação entre os ambientes de criação locais.
Somente entre os parques da UFSM (InovaTec) e da Universidade Franciscana (UFN-ITEC), são 80 startups. No caso da universidade federal, este ambiente gerou R$ 24 milhões em faturamento no ano passado, com a geração de 200 empregos.
Para além da universidade, empresários locais idealizaram o Santa Maria Tecnoparque. "É um espaço onde pequenas empresas com grande potencial de mercado têm contato direto com a indústria de Santa Maria e da região. O perfil não é o de startups, mas de prestadores de serviços como o desenvolvimento de tecnologias de softwares diretamente aplicados na produção industrial", explica a gestora Ariane Jardim.
O tecnoparque completa 10 anos e conta com 38 empresas e instituições vinculadas. A maior parte das operações têm relação com softwares para a indústria, logística e soluções para o agronegócio. Além de um programa de formação de jovens, especialmente na área de robótica, que atende a até 200 adolescentes por semestre.
Santa Maria é um dos eixos de inovação, que tem pelo menos outros quatro municípios como territórios efervescentes para o desenvolvimento de novas ideias ao mercado.
É o caso do TecnoVates, dentro da Univates, em Lajeado. Um espaço, como explica a gerente administrativa Cristiani Reimers, que atende desde a incubação de novas empresas e projetos até empresas consolidadas no mercado e que buscam inovar, com laboratórios e testagem de produtos desenvolvidos no município.
O TecnoVates é um dos alicerces, por exemplo, do Arranjo Produtivo Local das Bebidas e Alimentos. Foram os acadêmicos ligados ao parque tecnológico que desenvolveram uma pesquisa sobre ácaros, fundamental na recente implantação da produção de chocolates pela Florestal Alimentos.
"A nossa parceria com o APL ganhou maior força no ano passado. Temos um papel de suporte para desenvolver inovações, principalmente para pequenas indústrias do setor. O resultado é o aumento da competitividade do setor como um todo", diz Cristiani.
Atualmente o TecnoVates abriga 80 startups e oito empresas. "A universidade mantém um diálogo constante com o setor industrial da cidade e do Vale do Taquari como um todo. É uma forma de garantirmos que a academia seja uma parceira na busca de soluções", explica a gerente.
Resultado desta aproximação foram as criações de duas plantas-piloto que simulam uma cervejaria e uma indústria de produtos lácteos. É ali que o setor faz seus testes antes de levar novos produtos às linhas de produção na indústria.
Uma situação semelhante ao que desenvolve o TecnoUnisc, em Santa Cruz do Sul. "Há 18 anos desenvolvemos uma incubadora de base tecnológica, principalmente para o fomento de novos negócios, em paralelo com o parque tecnológico, que segue uma lógica de pesquisa e desenvolvimento para empresas já consolidadas na região", define o diretor de Inovação da Unisc, Rafael Kirst.
O exemplo do desenvolvimento do hambúrguer vegetal, em parceria com a Excelsior, é só um entre 25 empresas com projetos rodando no campus, além de 28 startups. Ao todo, estima Kirst, são 130 pessoas trabalhando diretamente no parque ou em projetos vinculados.
A maior parte das empresas parceiras são do Vale do Rio Pardo mas, com o perfil da indústria local, Rafael Kirst não exagera ao considerar este um espaço de alcance mundial.
"Nossa meta é chegarmos a 100 empresas associadas ao TecnoUnisc. Já temos um parque importante, mas gostamos muito quando o que é desenvolvido aqui resulta em sucesso na produção das empresas. Este é o nosso grande objetivo", aponta Kirst.
A rede de inovação nessas regiões se completa com a Agência Start, vinculada à Universidade de Cruz Alta, no Alto Jacuí, e com o Polo de Modernização Tecnológica do Vale do Jaguari, da URI, em Santiago. Ambos com projetos de desenvolvimento regional, tendo o agronegócio como principal tema.
 

A rede de inovação

 Santa Maria: InovaTec (UFSM), ITEC (UFN), Santa Maria Tecnoparque
 Cruz Alta: Agência Start (Unicruz)
 Santiago: Polo de Modernização Tecnológica do Vale do Jaguari (URI)
 Santa Cruz do Sul: TecnoUnisc (Unisc)
 Lajeado: TecnoVates (Univates)