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Rodovias em duplicação devem mudar cenário logístico das regiões Central e dos Vales
Desafios logísticos são também oportunidades, caso de investimentos em duas rodovias
É de Lajeado, por exemplo, a Docile, empresa líder nacional em exportações de doces. No entanto, em 2022, 90% das suas exportações deixaram o País a partir de Santa Catarina, ao invés do Porto de Rio Grande, com destino, principalmente, aos Estados Unidos. Uma dificuldade que também é compartilhada com os grandes produtores de soja da região.
"Temos um terminal da ferrovia em Tupanciretã, mas, além do custo não representar vantagem real em relação ao transporte rodoviário, uma viagem com carregamento de grãos até o Porto de Rio Grande, ida e volta, leva oito dias, enquanto por caminhão, demora três dias", aponta o presidente da cooperativa Agropan, de Tupanciretã, Juarez Bay do Nascimento.
Hoje, a produção do grão é escoada, em mais de 80% da sua quantidade, por estradas, pouco menos de 20% por ferrovias defasadas e uma quantidade mínima por hidrovias.
"Qualquer novo negócio sempre avalia a logística como um dos primeiros pontos para pesar o seu investimento. Quando o empresário percebe que o local que lhe interessa tem uma rodovia mais rápida e segura, isso representa menos custos e um diferencial, sem dúvida, na hora de definir pelo investimento. Onde há duplicação de rodovia e investimento na sua operação, de fato, toda a região se beneficia", diz a diretora de investimentos da CCR ViaSul, Thaís Caroline Borges. De acordo com a executiva, "rodovias sem operação de manutenção e melhorias representam prejuízo de até R$ 3 bilhões por safra".
A empresa concessionária da BR-386, a chamada Estrada da Produção, que parte do Norte do Estado, cruzando os vales, em direção à Região Metropolitana, faz um dos principais investimentos atuais em melhorias de rodovias no Rio Grande do Sul. Está prestes a concluir a duplicação do primeiro trecho da rodovia, entre Marques de Souza e Lajeado, no Vale do Taquari, e em breve executará projeto avaliado em mais de R$ 1 bilhão para duplicar 111 quilômetros da rodovia federal.
Os desafios logísticos
Duas rodovias concedidas com investimentos em duplicação
(BR-386, RSC-287)
Ferrovia com ramais ativos e três pontos de carga importantes: Cruz Alta, Santa Maria e Lajeado, porém, com operação pouco competitiva
Hidrovia com potencial de utilização entre os rios Jacuí e Taquari. São previstos investimentos federais em
quatro eclusas da região