Foram oferecidos no edital do 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC) a área com acumulação de gás natural de Japiim, na Bacia do Amazonas, e 955 blocos exploratórios (para prospecção de petróleo e gás) localizados em diversas bacias sedimentares do País. Desse total, 166 blocos, que equivalem a mais de 80 mil quilômetros quadrados, estão inseridos na Bacia de Pelotas, que tem uma extensão total de cerca de 210 mil quilômetros quadrados, abrangendo toda a costa gaúcha, se estendendo do Sul de Santa Catarina até a fronteira com o Uruguai.
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Apesar de constar no documento, ainda será necessário esperar um pouco para confirmar se essa área efetivamente participará ou não da licitação. Isso porque, conforme informações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as 82 empresas inscritas para a OPC estão dentro do prazo (até 28 de setembro) para enviarem novas declarações de interesse por setores oferecidos no edital, acompanhadas de garantias. Somente os blocos que receberem essa declaração, que serão divulgados em 16 de outubro, farão parte da licitação, cuja sessão pública de ofertas está prevista para ocorrer em 13 de dezembro.
O diretor da consultoria ES-Petro, Edson Silva, admite que é difícil fazer uma previsão se haverá ou não interessados na Bacia de Pelotas. No ano passado, no 3º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão, por exemplo, nove blocos localizados nessa região acabaram não recebendo propostas em leilão promovido pela ANP. O consultor argumenta que as pesquisas feitas nessa área não são as mais aprofundadas em termos de dados que podem auxiliar o empreendedor no momento de decidir fazer o investimento. “Não fornecem elementos suficientes”, reforça Silva.
No entanto, o consultor destaca que sempre que a Bacia de Pelotas volta a ser mencionada em uma licitação renova as esperanças para o Rio Grande do Sul. “Porque se houver companhias interessadas será um passo importante para a matriz industrial do Estado”, assinala. Silva defende que a iniciativa privada e o poder público gaúchos deveriam se esforçar mais em melhorar “a imagem da Bacia de Pelotas” perante os investidores, sendo na forma de algum incentivo ou outra medida.
Ele enfatiza que o mundo vive um momento de transição energética, ou seja, se a exploração dessa região demorar muito, é possível que as fontes fósseis não sejam mais tão atrativas como atualmente. O diretor da ES-Petro acrescenta que os estudos apresentados até agora apontam que a Bacia de Pelotas teria um potencial maior para a produção de gás, do que para petróleo.