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Tecnologia

- Publicada em 24 de Agosto de 2023 às 18:18

Comitiva gaúcha participa de feira internacional de games na Alemanha

São 14 empresas do Rio Grande do Sul que integram o estande gaúcho

São 14 empresas do Rio Grande do Sul que integram o estande gaúcho


Luciana Druzina/Arquivo pessoal/JC
O Rio Grande do Sul participa da feira anual de jogos eletrônicos Gamescom, realizada em Colônia, na Alemanha, entre 23 e 27 de agosto. A comitiva do Estado conta com 14 empresas e o estande gaúcho teve o incentivo coletivo de R$ 70 mil.
O Rio Grande do Sul participa da feira anual de jogos eletrônicos Gamescom, realizada em Colônia, na Alemanha, entre 23 e 27 de agosto. A comitiva do Estado conta com 14 empresas e o estande gaúcho teve o incentivo coletivo de R$ 70 mil.
O Brasil é o homenageado deste ano da feira, devido ao crescimento da indústria nacional de desenvolvimento de jogos. O país é o maior mercado consumidor de games da América Latina e o décimo em âmbito mundial.
RS tem se destacado no cenário nacional de games: é o terceiro com maior número de estúdios desenvolvedores de games – atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro – e o segundo com o maior faturamento do setor no Brasil, segundo pesquisa da Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais (Abragames) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil).
As empresas que estão presentes no estande gaúcho são: Aoca Game Lab-RS (Porto Alegre), Beta 2 Games (Rio Grande), Canvas Ink Games (Porto Alegre), Clap Clap Games (Porto Alegre), Druzina Content (Porto Alegre), Epopeia Games (Porto Alegre), Hammer95 (Estrela), Hermit Crab (Caçapava do Sul), Hyper Drive Studio (Porto Alegre), Izyplay Game Studio (Pelotas), Kreativitas (Esteio), Mr. Dev Studio (Gramado), Radioativa Produtora (Porto Alegre) e Sonora Games (São Francisco de Paula).
Quem também está presente no evento é Astrid Schünemann, assessora do Departamento de Promoção Comercial e Assuntos Internacionais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RS (Sedec/RS). "O pessoal do Rio Grande do Sul, e também das outras empresas do Brasil, estão com uma reunião atrás da outra e com fila de espera, o que evidencia que o networking é muito forte. Os representantes de empresas gaúchas dizem que as negociações estão mais fortes e devem continuar após a feira", comenta Astrid.
A última participação do Rio Grande do Sul em feiras de games foi na 11ª edição do Best International Games Festival, em São Paulo, quando as seis empresas que estavam no estande coletivo do Estado fecharam R$ 6,4 milhões diluídos em 31 negócios com 13 países, como Coreia do Sul, Estados Unidos, França e Rússia.
A doutora em estudos de games e coordenadora de comunicação da Nuuvem – maior plataforma de jogos dedicada à América Latina–, Mariana Amaro, destaca que a indústria de games no Rio Grande do Sul tem seus primórdios nas universidades. "Quando começa a ser criada a universidade, começa a ter fomento, começa a ter professores; com professores, começam a ter os primeiros estudos de jogos aqui do Rio Grande do Sul. Então a indústria de jogos começa a germinar a partir de pessoas que fizeram design de jogos, mas não só, muitos dele são formados em Comunicação", comenta Mariana.

Um cenário específico da indústria gaúcha e dos estúdios locais, segundo Mariana, é fazer o caixa a partir da produção de advergames e jogos para empresas, para, depois, investir em produção própria. "Enquanto isso eles produzem o que eles querem, que é um IP próprio, um jogo próprio, que é algo que demora para dar dinheiro, porque existe todo investimento para manter desenvolvedores", afirma a coordenadora da Nuuvem.

Epopeia Games

Epopeia Games desenvolve jogos desde 2010. Inicialmente com duas pessoas na equipe, o time da Epopeia atualmente conta com 15 pessoas. "Nos primeiros oito anos da empresa, precisamos nos sustentar só produzindo jogos para prestação de serviço, como jogos educativos; entre 2018 e 2021, conseguimos uma parceria forte com o mercado internacional; depois disso pudemos desenvolver os nossos próprios jogos", comenta Ivan Sendin, CEO da Epopeia.

O próximo lançamento da Epopeia Games é o jogo Gaucho and the Grassland (Gaúcho e o Campo, em tradução livre), que acompanha um gaúcho da década de 1920 que está cansado da vida na cidade e decide voltar ao pago onde nasceu. Ao chegar no local, ele percebe que o local agora é habitado por seres folclóricos. O objetivo do jogador é fazer com que os dois mundos convivam em harmonia.
Repleto de expressões gaúchas como "buenas, tchê", "zero bala", "esse é o meu Rio Grande, tchê", "mas é bom esse chima, tchê", "buenas e me espalho" e "mas que cagaço", o game tem o formato farm simulator (simulador de fazenda) e já está na lista de desejos de 25 mil usuários na Steam.
 
O primeiro incentivo para o desenvolvimento do jogo aconteceu em 2020, através de um edital do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) do governo estadual que destinou R$ 100 mil ao projeto. O edital selecionou projetos que visavam "movimentar a produção cultural do Estado". O lançamento estava previsto para o dia 20 de setembro, mas teve que ser adiado por conta de negociações com consoles. "Mas vamos ter alguma ação especial para marcar essa data, alguma demo nova, algo nesse sentido", adianta Sendim.
O CEO ainda destaca o fato de que a Epopeia, atualmente, está dando os primeiros passos para se tornar uma publisher, ou seja, uma distribuidora de jogos eletrônicos. O primeiro jogo distribuído pela empresa é o Mullet MadJack, jogo de ação sobre a era de ouro do anime, desenvolvido pela Hammer95, da cidade de Estrela.

Druzina Content

A Druzina Content tem 15 anos de existência, e foi criada com foco no mercado audiovisual, trabalhando com animação e conteúdos infantis. Atualmente, está presente com conteúdos em filmes e séries em mais de 50 países. "Nos últimos cinco anos, começamos a trabalhar com games também, naturalmente, porque como trabalhamos com crianças nos nossos conteúdos, focamos no mercado de games também, principalmente para os dispositivos móveis, tanto android quanto iOS", comenta Luciana Druzina, diretora e produtora audiovisual na Druzina Content.
"Esse é nosso segundo ano na Gamescom e, além disso, iremos participar de uma missão na Finlândia para conhecer alguns estúdios como o Rovio, que faz o Angry Birds. Para nós é super importante, porque como temos foco no mercado de games para dispositivos móveis, aqui é um mercado em que nós buscamos os publishers, para exportar nosso conteúdo para várias janelas do mundo, porque a filosofia da nossa empresa é criar propriedades intelectuais sem fronteiras"
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O jogo apresentado pela Druzina Content na feira é o Winged, que está em fase de finalização. Foto: Druzina Content/Divulgação/JC
Além da conexão com o mercado internacional, a produtora comenta que o evento também incentiva negócios entre empresas do RS. "Isso acaba fomentando o mercado interno com a colaboração entre as empresas do Estado, o que é um ponto muito positivo da feira", afirma Luciana.
A empresa gaúcha está lançando na feira o game Winged, seu primeiro jogo solo. Em fase de finalização, o jogo é produzido majoritariamente por mulheres, desde a criação até o desenvolvimento. Baseado no livro Menina de Asas, do escritor passo-fundense Pablo Morenno, o game é destinado ao público infantil, com idade entre oito e doze anos, em dispositivos móveis.

Burning Goat Studio

Criado em 2019, o Burning Goat Studio cria jogos de linha cômica e com foco em pixel art. A empresa não participa desta edição da Gamescom por estar envolvida no desenvolvimento do seu mais recente projeto, o jogo The Last Grape. O estúdio tem outros dois jogos, o Spooky Chase, para um player, e o Chameneon, que pode ser jogado sozinho ou em até quatro pessoas.
O novo jogo de ação e precisão foi apresentado na última BIG Festival, uma das maiores feiras de games da América Latina, na qual captou recursos. O game conta a história de uma uva ninja que busca vingança após o desaparecimento de seu vilarejo. "Ele é um jogo desafiador, ao mesmo tempo não é muito frustrante, então é bem equilibrado neste sentido", conta Max Araújo, produtor da Burning Goat Studio. O jogo já está com a loja aberta na Steam e a previsão de lançamento é para novembro de 2024 para PC, Switch, Xbox e Playstation.
Vindo da área de infraestrutura de tecnologia da informação (TI), Araújo explica que o mercado de games gaúcho tem um clima de cooperação, não de competitividade. "Nós temos uma comunidade muito legal e unida aqui no Rio Grande do Sul, todo mundo se conhece e se ajuda muito, isso é uma coisa muito importante que não existe nos outros estados", afirma o produtor.
Araújo ainda destaca a aproximação do setor de games com a indústria audiovisual. "A parte tecnológica digamos que é 30% do desenvolvimento de jogos. Quem é game designer, por exemplo, é muito focado em outras coisas que não são de programação, são da experiência do jogador, de como ele vai construir o gameplay do jogo e, às vezes, ele acaba também fazendo papel de roteirista, só que ele não é um roteirista", explica.