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Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção nacional de noz-pecã, e o município da região Jacuí Centro lidera com a maior área cultivada; na imagem, a colheita no RS

Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção nacional de noz-pecã, e o município da região Jacuí Centro lidera com a maior área cultivada; na imagem, a colheita no RS


/Ascom SEAPI/DIVULGAÇÃO/JC
A crescente valorização de terras provocada pelo mercado da soja provocou também a mudança para a família do produtor rural Juarez Bay do Nascimento. Hoje, aos 65 anos, depois de vender as terras que herdou do pai em Tupanciretã, viajou quase 200 quilômetros, Jacuí abaixo, para plantar pouco mais de 1 mil hectares de soja em Cachoeira do Sul. Lá, encontrou um cenário diferente e mais diverso no meio rural do que o existente no seu município de origem.
Cachoeira do Sul, que tem a antiga alcunha de capital do arroz, plantou, em 2021, conforme o IBGE, 105,8 mil hectares de soja - a segunda maior área do Estado -, tendo colhido 341,9 mil toneladas. Por outro lado, no mesmo ano, o município plantou 25,4 mil hectares de arroz - 24% da área de soja -, tendo colhido 186,9 mil toneladas do grão. Foi o 11º no Estado.

O município hoje também está entre as principais áreas de florestas plantadas - quinto no Estado -, com 20,2 mil hectares, a maior parte de eucalipto. Há também destaque para os olivais - quarto maior do Rio Grande do Sul - e é o líder estadual no plantio de
noz-pecã.

Esta é a região onde a
noz-pecã mais se desenvolve. O Rio Grande do Sul responde por 70% da produção nacional, com 1,3 mil produtores gaúchos. Além de Cachoeira do Sul, Anta Gorda, Santa Maria, Taquari e Rio Pardo completam a lista de municípios desta área do Estado em destaque nesta produção.

Mas, se o potencial agrícola de Cachoeira do Sul é uma oportunidade, o desafio está em destravar caminhos que possam tornar o município, de fato, uma capital da produção.
"Precisamos de uma política séria de irrigação. Água não nos falta nesta região, e também não falta desenvolvimento técnico, mas é preciso permitir a retenção de água, até mesmo como um serviço ambiental, na propriedade rural. Isso aumentará a competitividade dos nossos produtores", avalia o presidente do Sindicato Rural de Cachoeira do Sul, Gilberto Scopel.
O segundo ponto destacado por Scopel como um desafio ao município é o gargalo logístico. Há dois anos, a chamada Ponte do Fandango apresentou problemas de sustentação, e até hoje, segue sem receber veículos de carga elevada.
A consequência, aponta o produtor, é o abandono desta rota pelas cargas de produção do norte no Jacuí e, por consequência, o enfraquecimento ou encerramento de silos e empresas que poderiam agregar valor à produção local, com o beneficiamento.
Não à toa, está em Cachoeira do Sul um dos distritos industriais em áreas estaduais com somente um lote, do total de 89, ocupado. A estrutura do distrito foi projetada para conectar a produção com o Rio Jacuí.
"Até mesmo quem produz em uma região de Cachoeira acaba enviando a produção para outros lugares pela ausência de uma logística confiável e eficiente. Somos um município beneficiado pelo Rio Jacuí e, no entanto, o sistema de eclusas, que permitiria escoar a produção por hidrovia, parou no tempo, nos anos 1970", comenta.
Para Scopel, oportunidade há. "Existe estudo e empresas interessadas em operar barcaças neste trecho do Jacuí. Faltam investimentos nas eclusas, na dragagem e nos portos do Jacuí."