As exportações da indústria gaúcha para a Argentina tiveram uma queda de 10% no período de janeiro a julho deste ano. Esse dado faz parte do recente relatório apresentado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) e comentado pelo economista-chefe da entidade, Giovani Baggio, ao Jornal do Comércio.
O economista lamenta que a Argentina venha apresentando um cenário bastante conturbado em sua economia. “Ficamos muito prejudicados, porque a Argentina era um destino muito forte. Inclusive, muitas empresas gaúchas têm unidades lá, justamente, pela proximidade e pela interligação comercial binacional”, comenta.
Baggio diz que a China, os Estados Unidos e a Argentina são os principais parceiros comerciais. Segundo ele, hoje a China está com dificuldades, já os Estados Unidos têm uma economia ainda forte, mas também com uma elevação nos juros e pode começar uma desaceleração. Enquanto isso, a Argentina vive um período muito conturbado.
O economista lembra que olhando para a série histórica das exportações da indústria do Rio Grande do Sul para a Argentina, em meados de 2018, as relações comerciais binacionais tiveram um bom momento. “O Rio Grande do Sul chegou a exportar para a Argentina, em bases anuais, perto da casa de US$ 2 bilhões”, destaca.
Baggio diz que a situação comercial sofreu um revés com a pandemia: um momento em que o envio de produtos do Rio Grande do Sul para a Argentina sofreu uma redução de volume. Ele lembra ainda que quando as coisas já começavam a se desenhar positivamente, em meados de 2021 e início de 2022, houve um agravamento na Argentina por uma série de fatores.
“Atualmente, o Rio Grande do Sul está enviando para a Argentina algo próximo da casa de US$ 1 bilhão, em bases anuais. Então, esse é um volume muito menor do que nós tivemos na série histórica”, informa. O Estado tradicionalmente exporta para a Argentina produtos do setor metalmecânico, como por exemplo, máquinas e equipamentos de transporte.
O economista explica que o peso argentino desvalorizou recentemente muito mais em relação ao dólar, tornando o momento atual mais difícil. Ele fala que não há um conselho para ser dado, porém, o momento é de observar o desenrolar dos acontecimentos no país vizinho. “A gente, por enquanto, não percebe nenhum vetor que traga melhora para esse quadro”, conclui.
Baggio diz que a China, os Estados Unidos e a Argentina são os principais parceiros comerciais. Segundo ele, hoje a China está com dificuldades, já os Estados Unidos têm uma economia ainda forte, mas também com uma elevação nos juros e pode começar uma desaceleração. Enquanto isso, a Argentina vive um período muito conturbado.
O economista lembra que olhando para a série histórica das exportações da indústria do Rio Grande do Sul para a Argentina, em meados de 2018, as relações comerciais binacionais tiveram um bom momento. “O Rio Grande do Sul chegou a exportar para a Argentina, em bases anuais, perto da casa de US$ 2 bilhões”, destaca.
Baggio diz que a situação comercial sofreu um revés com a pandemia: um momento em que o envio de produtos do Rio Grande do Sul para a Argentina sofreu uma redução de volume. Ele lembra ainda que quando as coisas já começavam a se desenhar positivamente, em meados de 2021 e início de 2022, houve um agravamento na Argentina por uma série de fatores.
“Atualmente, o Rio Grande do Sul está enviando para a Argentina algo próximo da casa de US$ 1 bilhão, em bases anuais. Então, esse é um volume muito menor do que nós tivemos na série histórica”, informa. O Estado tradicionalmente exporta para a Argentina produtos do setor metalmecânico, como por exemplo, máquinas e equipamentos de transporte.
O economista explica que o peso argentino desvalorizou recentemente muito mais em relação ao dólar, tornando o momento atual mais difícil. Ele fala que não há um conselho para ser dado, porém, o momento é de observar o desenrolar dos acontecimentos no país vizinho. “A gente, por enquanto, não percebe nenhum vetor que traga melhora para esse quadro”, conclui.
Leite e vinho argentino podem disputar o mercado gaúcho
A maxidesvalorização da moeda argentina e a combinação de uma série de outras variáveis prejudiciais, como seca prolongada e pandemia, afetaram as relações de comércio internacional. Com a desvalorização do peso argentino, produtos como o leite e o vinho podem ser mais competitivos dentro do mercado nacional e resultar em preocupação para os produtores gaúchos.
De acordo com o Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), no âmbito do agronegócio, a Argentina foi muito prejudicada pela estiagem severa. Deste modo, não tem muitos produtos para competir no mercado brasileiro.
“A Argentina vem perdendo o seu papel no (comércio internacional) não só como importadora do Brasil, mas como fornecedora e isso já vem ocorrendo faz muito tempo”, lembra. O economista explica que a decadência, sobretudo no agronegócio argentino, começou em 2008 quando o país implantou as chamadas “retenciones móviles”, ou seja, uma espécie de mecanismo que criava tributos para exportação.
De acordo com o economista, as retenciones móviles deixaram o segmento do agronegócio argentino em uma situação de baixíssimo de crescimento, quando comparado com outras nações. Luz explica que a Argentina ficou travada com o uso desse mecanismo. “Foi algo desastroso, porque levou a Argentina a exportar menos e, por sua vez, trouxe como consequência a redução da entrada de dólares na economia daquele país."
Luz detalha: para tentar corrigir essa situação, o governo argentino passou a elevar a taxa de juros. Isto como uma medida para tentar controlar a inflação. Segundo ele, não deu certo, sendo que os argentinos também não conseguiram estimular o crescimento de sua indústria. “Eles ainda acabam perdendo a força do seu agronegócio, que era muito bom e agora também não têm dólares.”
Luz analisa que a Argentina vive o reflexo de uma série de erros sucessivos. “A Argentina (por isso) deixou de ser um destino importante das exportações do agronegócio, apesar de ainda ser relevante as importações de bens industriais. “Os argentinos não têm muitos produtos agrícolas para exportar para o Brasil, o que torna a situação bem complicada para eles.”
“A maxidesvalorização da moeda deles e que aconteceu na segunda-feira é somente mais uma. O peso argentino estava sendo cotado no blue, ou seja, na compra e venda de moeda estrangeira no paralelo (informal) a 670 por dólar. A maxidesvalorização poderia até ser significativa se eles tivessem produtos do agronegócio para exportar.”
“Deste modo, (com a inflação) o produto argentino fica, relativamente, mais barato, porém, eles não têm tantos e a gente vai ter um impacto limitado em alguns itens, como no caso do leite”, comenta.
Luz lembra que a maxidesvalorização na Argentina torna o leite mais barato, o que pode prejudicar os produtores do Rio Grande do Sul. O mesmo ocorre com o vinho argentino que ingressa no Brasil com preços ainda menores. Já no âmbito das exportações, os argentinos não estão conseguindo comprar quase nada do Rio Grande do Sul.
A maxidesvalorização da moeda argentina e a combinação de uma série de outras variáveis prejudiciais, como seca prolongada e pandemia, afetaram as relações de comércio internacional. Com a desvalorização do peso argentino, produtos como o leite e o vinho podem ser mais competitivos dentro do mercado nacional e resultar em preocupação para os produtores gaúchos.
De acordo com o Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), no âmbito do agronegócio, a Argentina foi muito prejudicada pela estiagem severa. Deste modo, não tem muitos produtos para competir no mercado brasileiro.
“A Argentina vem perdendo o seu papel no (comércio internacional) não só como importadora do Brasil, mas como fornecedora e isso já vem ocorrendo faz muito tempo”, lembra. O economista explica que a decadência, sobretudo no agronegócio argentino, começou em 2008 quando o país implantou as chamadas “retenciones móviles”, ou seja, uma espécie de mecanismo que criava tributos para exportação.
De acordo com o economista, as retenciones móviles deixaram o segmento do agronegócio argentino em uma situação de baixíssimo de crescimento, quando comparado com outras nações. Luz explica que a Argentina ficou travada com o uso desse mecanismo. “Foi algo desastroso, porque levou a Argentina a exportar menos e, por sua vez, trouxe como consequência a redução da entrada de dólares na economia daquele país."
Luz detalha: para tentar corrigir essa situação, o governo argentino passou a elevar a taxa de juros. Isto como uma medida para tentar controlar a inflação. Segundo ele, não deu certo, sendo que os argentinos também não conseguiram estimular o crescimento de sua indústria. “Eles ainda acabam perdendo a força do seu agronegócio, que era muito bom e agora também não têm dólares.”
Luz analisa que a Argentina vive o reflexo de uma série de erros sucessivos. “A Argentina (por isso) deixou de ser um destino importante das exportações do agronegócio, apesar de ainda ser relevante as importações de bens industriais. “Os argentinos não têm muitos produtos agrícolas para exportar para o Brasil, o que torna a situação bem complicada para eles.”
“A maxidesvalorização da moeda deles e que aconteceu na segunda-feira é somente mais uma. O peso argentino estava sendo cotado no blue, ou seja, na compra e venda de moeda estrangeira no paralelo (informal) a 670 por dólar. A maxidesvalorização poderia até ser significativa se eles tivessem produtos do agronegócio para exportar.”
“Deste modo, (com a inflação) o produto argentino fica, relativamente, mais barato, porém, eles não têm tantos e a gente vai ter um impacto limitado em alguns itens, como no caso do leite”, comenta.
Luz lembra que a maxidesvalorização na Argentina torna o leite mais barato, o que pode prejudicar os produtores do Rio Grande do Sul. O mesmo ocorre com o vinho argentino que ingressa no Brasil com preços ainda menores. Já no âmbito das exportações, os argentinos não estão conseguindo comprar quase nada do Rio Grande do Sul.