"Vivemos em uma era de rápidas transformações em que a tecnologia tem o poder de moldar o ambiente urbano e melhorar a qualidade de vida de todo os habitantes. Porém, para alcançarmos cidades verdadeiramente inteligentes, devemos priorizar a mobilidade sustentável e a acessibilidade para garantir que nenhum cidadão seja deixado para trás". A avaliação foi feita pelo vice-presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs), Emiliano Duncan Aita, que nesta quinta-feira (3) participou do seminário: "Construindo Cidades Inteligentes e Acessíveis - O papel da mobilidade na inclusão e na qualidade de vida" durante a 24ª Feira Internacional da Construção (Construsul). A edição deste ano do evento termina nesta sexta-feira (4), em Porto Alegre.
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Segundo Aita, as cidades inteligentes são aquelas que utilizam a tecnologia para melhorar a infraestrutura, os serviços públicos e qualidade de vida dos seus moradores, e, nesse contexto, a mobilidade urbana desempenha um papel crucial. "A criação de sistemas de transporte eficientes, sustentáveis e integrados é fundamental para reduzir o congestionamento do tráfego, diminuir a poluição do ar e oferecer opções de deslocamento acessíveis a todos", ressaltou.
O professor João Fortini Albano, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que abordou o tema " Planejamento e Organização do Sistema de Transporte, afirmou que o planejamento do sistema viário inicia na elaboração e revisão do Plano Diretor das cidades. "Não existe ocupação e uso do solo sem transporte. O transporte faz parte de tudo porque o deslocamento é vital e para que a vida aconteça", acrescentou. Segundo Albano, as pessoas querem se deslocar, andar e circular com segurança nas cidades.
O vice-presidente da Sergs disse que a verdadeira excelência em mobilidade urbana inteligente vai além da simples eficiência do sistema de transporte. "A acessibilidade é um pilar fundamental de qualquer cidade inteligente", explica . De acordo com Aita, deve ser garantido que todos os cidadãos, independentemente de suas capacidades físicas, tenham a oportunidade de se deslocar livremente e participar plenamente da vida urbana. "Tudo isso requer a implementação de infraestruturas acessíveis, sistemas de transporte público adaptados, sinalização inclusiva e locais públicos projetados com foco na diversidade das necessidades humanas", comentou.
Segundo Aita, para construir cidades inteligentes verdadeiramente inclusivas, também é preciso abordar as desigualdades sociais e econômicas. "A tecnologia não deve aprofundar as divisões existentes, mas sim servir como uma ferramenta para melhorar a vida de todos". Conforme o vice-presidente da Sergs, isso significa oferecer acesso equitativo aos recursos de mobilidade e garantir que as soluções tecnológicas sejam acessíveis a todas as classes da sociedade.
Controle de acesso por reconhecimento facial cresceu aproximadamente 40%
A Construsul apresenta em sua 24ª edição uma série de atrações para quem busca inovações nos sistemas de acesso, sejam residenciais, comerciais, ou industriais. Um dos itens que mais chamou a atenção dos visitantes da feira foi o controle de reconhecimento facial, que teve, no último ano, uma média de crescimento expressiva.
O gestor de projetos do Grupo Sat, Gabriel Becker, atribui esse fenômeno ao fato de que a tecnologia tornou-se muito mais acessível financeiramente do que no passado. "Sem dúvida, houve um aumento significativo na busca por esse produto. Hoje, o reconhecimento facial se tornou de baixo custo e ficou em termos de preço muito próximo à biometria e, por questões de falhas, é muito mais eficiente", explicou. Segundo Becker, com a biometria, se a pessoa estiver com o dedo sujo ou alguma sujeira, a abertura não acontece. Já com o reconhecimento facial, não importa se você está de máscara, boné ou chapéu, ele vai fazer a leitura.
A tecnologia apresentada no estande tem capacidade de analisar oitenta e seis pontos faciais. A maior procura pelo produto tem sido de estabelecimentos residenciais ou comerciais, áreas de condomínios e empresas de grande porte, onde é necessário proteger e garantir a segurança de uma área específica. Em condomínios, ele atua principalmente para evitar que os moradores precisem usar controles, tags, crachás, e senhas.
No estande da Dimep Sistemas, os visitantes que lotaram os corredores do Centro de Eventos da Fiergs nesta quinta-feira conheceram catracas e sistemas de controle de acesso com reconhecimento facial. Relógios de ponto e software de gestão de força de trabalho também foram apresentados ao público, além de cancelas e totens para estacionamentos. Outra aplicação da tecnologia no acesso de pessoas foram as fechaduras eletrônicas. A mais nova Fechadura Digital SDD200 da Silvana é uma das atrações na Construsul com design moderno e compacto, a peça conta com abertura por senha, fechamento automático, modo privacidade e alarme de violação. O diretor da Sul Eventos, Ricardo Richter, informou que a expectativa da organização é ultrapassar os resultados da última edição da feira em volume de negócios e também relacionado a presença de visitantes na Feira.
A Feira é realizada das 13h às 21h, com entrada gratuita no Centro de Eventos da Fiergs. A edição de 25 anos da Construsul será realizada de 23 a 26 de julho de 2024.