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Política Monetária

- Publicada em 03 de Agosto de 2023 às 11:08

Entidades acreditam que há margem para uma queda mais expressiva da Selic

A primeira queda dos juros após três anos de alta foi anunciada nesta quarta-feira (2) pelo Copom

A primeira queda dos juros após três anos de alta foi anunciada nesta quarta-feira (2) pelo Copom


STOCKVAULT/DIVULGAÇÃO/JC
Apesar de a decisão estar de acordo com uma demanda geral, entidades empresariais, especialistas em finanças e economistas acreditam que a redução de 0,50% na Selic poderia ser mais expressiva. A primeira queda da taxa básica de juros após três anos de alta foi anunciada nesta quarta-feira (2) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Apesar de a decisão estar de acordo com uma demanda geral, entidades empresariais, especialistas em finanças e economistas acreditam que a redução de 0,50% na Selic poderia ser mais expressiva. A primeira queda da taxa básica de juros após três anos de alta foi anunciada nesta quarta-feira (2) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

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A decisão do Copom foi bem-recebida pelo presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, que acredita ser “um comportamento mais benigno da inflação no horizonte relevante”. Por outro lado, o dirigente acredita que o cenário global dos últimos 45 dias, com aumento da insegurança alimentar, “acumulou-se uma série de elementos que sustentavam uma redução mais intensa da Selic”.
Em relação ao futuro, Bohn destaca: “Sabemos que estamos no início de um ciclo de queda que esperamos que dê algum impulso à atividade no curto prazo, mas temos ciência de que a queda estrutural das taxas de juros no País esteja condicionada necessariamente a um controle mais efetivo das contas públicas e a outras reformas que enderecem aumento da produtividade da economia brasileira no médio e longo prazo”.
O presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, considera o patamar ainda elevado da taxa de juros "como uma falta de sensibilidade para com os donos de pequenos negócios no Brasil". Como justificativa para esta avaliação, o executivo pontua que a economia brasileira tem respondido positivamente. "O País teve o quarto maior crescimento do PIB no primeiro trimestre entre todas as economias globais. Somamos um volume de US$ 166,5 bilhões em exportações, com superávit de US$ 45,5 bilhões, o maior da nossa história. Além disso temos mantido, de modo consistente, a retomada dos empregos formais", comenta o executivo.

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Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, caso esse cenário de controle da inflação for mantido nos próximos meses, “é necessário que os cortes na taxa sejam mais intensos”. De acordo com ele, a decisão foi acertada, uma vez que não compromete o processo de combate à inflação e evita um desaquecimento maior da indústria e da economia. No entanto, entende que a continuidade do ciclo de redução da Selic exige boa coordenação entre política monetária e política fiscal. “A expectativa da CNI é que o Congresso aprove, em breve, um novo arcabouço fiscal que consiga estabilizar a dívida pública sem recorrer ao aumento da carga tributária, de modo a contribuir com o processo de cortes na taxa básica de juros”, ressalta Andrade.
Ao comemorar esta sinalização favorável para a economia brasileira, o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), Luiz França, salienta que a medida é essencial para este segmento, uma vez que os financiamentos habitacionais de imóveis de médio e alto padrão são os mais impactados pela Selic. O dirigente espera também que BC dote medidas que aumentem a oferta de funding ao setor: “Uma delas é a ampliação dos recursos da Poupança que são direcionados obrigatoriamente ao financiamento de imóveis dos atuais 65% para 70%"
Os efeitos da queda da Selic, segundo o fundador e CEO da empresa de crédito Loara, Adilson Seixas “podem levar um tempo para serem absorvidos pelos bancos no que tange a redução de spread e juros bancários, principalmente em virtude da inadimplência alta”.
Embora classifique como uma “reancoragem apenas parcial das expectativas”, o economista-chefe da Constância Investimentos, Alexandre Lohmann, prospecta que a manutenção da meta pelo Copom em 3% abriu espaço para queda da taxa de juros, "e o mercado pode começar a precificar corte mais amplo de 0.75 nas próximas reuniões".