Pedido de vista suspende julgamento sobre privatização da Corsan na Primeira Câmara do TCE

Nesta quarta-feira (19), o processo de privatização da Corsan tem mais um desdobramento no TCE

Por João Antonio da Silva

Processo de desestatização da Corsan terá hoje mais um desdobramento no Tribunal de Contas do Estado
A Primeira Câmara do Tribunal de Contas do Estado (TCE) encaminhou o julgamento, na tarde desta terça-feira (18), de dois processos relacionados à privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) para a Aegea Saneamento. Por diversas vezes, durante a sessão, foi destacado que os processos em pauta não questionavam a privatização da companhia, mas as condições em que ocorreu.
Uma das pautas do julgamento era referente aos detalhes da privatização e faz parte de uma ação que tramita desde 2021. A medida cautelar que impedia a venda da Corsan estava vinculada a esse processo, porém, foi derrubada pelo presidente TCE, Alexandre Postal, no dia 7 de julho. A segunda ação está relacionada ao valor de venda da companhia, que foi de R$ 4,15 bilhões.
As falas dos conselheiros não seguiram caminhos muito diferentes daquilo que já era esperado. A conselheira e relatora do processo, Ana Cristina Moraes, promulgou a decisão (derrubada por Postal) que impedia a finalização do processo de privatização, destacou a divergência das projeções desenvolvidas pelas consultorias, Banco Genial e Finenge. Os dados projetados pelas consultorias estão abaixo da tendência tanto para valor acumulado e para os lucros da Corsan. Ao longo da declaração do voto pela anulação do leilão, a relatora relembrou também da falta de outros concorrentes no processo de privatização.
O conselheiro Renato Azeredo demonstrou desconforto com a participação do Ministério Público (MP) de Contas, representado pelo procurador-geral Geraldo Da Camino. Azeredo encaminhou pedido de vista para realizar um estudo mais aprofundado do material construído pela conselheira Ana Moraes, que totalizou mais de 370 páginas.
O presidente da sessão, Estilac Xavier, seguiu o posicionamento da relatora do processo. Destacou a diferença de mais de R$ 1 bilhão entre as projeções do Banco Genial e da Finenge para o valor de mercado da empresa e para os lucros.
Devido ao pedido de vista do conselheiro Azeredo, o julgamento na instância da Primeira Câmara do TCE foi suspenso, não sendo possível proclamar um resultado.

Nesta quarta-feira (19), o processo de privatização da Corsan tem mais um desdobramento no TCE. O pleno do tribunal avalia se referenda ou não a decisão do presidente da corte que autorizou assinatura do contrato.

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