Venda de veículos leves no RS cresce mais do que a média nacional no 1° semestre

Em junho, foram comercializados no RS um volume 4,09% maior de carros leves sobre maio

Por Nícolas Pasinato

De janeiro a junho, emplacamentos tiveram alta de 20,48% no Estado
Nos primeiros seis meses do ano, o Rio Grande do Sul apresentou um crescimento proporcional na venda de veículos leves maior do que a média brasileira. De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o volume de emplacamentos de janeiro a junho deste ano foi 20,48% maior na comparação com o mesmo período do ano passado. No Brasil, por sua vez, o acréscimo de janeiro a junho é de 9,76%% sobre o primeiro semestre de 2022.

A performance destacada do Estado no acumulado do ano está relacionada à medida provisória do governo federal, publicada no dia 6 de junho, que criou faixas de descontos para carros populares. Na sexta-feira passada,Vendas de carros em concessionárias aumentam até 260% após descontos do governo
Ainda conforme a entidade, o desempenho no mês passado fez com que o Rio Grande do Sul recuperasse a 7ª posição no ranking nacional, com participação total de 4%. Até então, vinha oscilando no 8º lugar. Em primeiro lugar no número de emplacamentos aparece São Paulo, com 22,9% de participação total do mercado, seguido de Minas Gerais (15%), Paraná (6%), Rio de Janeiro (5,9%), Bahia (4,9%) e Santa Catarina (4,6%).

De acordo com o balanço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), 125 mil carros foram comercializados com descontos entre R$ 2 mil e R$ 8 mil, ou 1,7% e 11,7%. “A medida provisória visava alcançar, sobretudo, pessoas físicas e veículos de até R$ 120 mil, o que representa 25% do mercado de licenciamentos de veículos no Brasil. Nesse sentido, a iniciativa foi um grande sucesso, porque houve um incremento de vendas, em alguns modelos, superior a 200%”, conclui Siqueira.

Alguns indicadores recentes, porém, tem gerado preocupação no setor automotivo. Na comparação de junho com maio, chama atenção as quedas no segmento de caminhões (- 4,66%) e ônibus (- 50,72%), por exemplo. “Existe uma forte preocupação com o setor de pesados, como importante termômetro do
desenvolvimento econômico, é um segmento que depende significativamente de créditos
governamentais e não conseguiu se beneficiar, efetivamente, do pacote como foi estabelecido pelo governo. As novas tecnologias de adequação aos modelos com motorização Euro 6, encareceram significativamente o valor dos caminhões, a falta de crédito e as taxas de inadimplência, agravam a situação”, acrescenta o presidente do Sincodiv-RS.

Setor automotivo deve crescer até 5% em 2023

Para o próximo semestre, a expectativa para o setor automotivo é positiva em razão de diferentes motivos, como o lançamento de modelos novos, promoções mais acentuadas das montadoras para fazer escoar estoques antigos, pagamento do 13° salário e, principalmente, uma queda na taxa de juros prevista pelo mercado para ocorrer a partir de agosto.

“O ‘nó da questão’ está na possibilidade de termos uma taxa de juros mais confortável assim como uma própria oferta de crédito, que é o que pode impulsionar o setor automotivo. A expectativa é de que encerraremos o ano, tanto a nível nacional quanto regional, com uma variação positiva entre 3% e 5%.