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Estaleiro da Ecovix e Gerdau desmontarão plataforma P-32 da Petrobras
Estrutura deve chegar ao Estado em aproximadamente três meses
A Ecovix, que administra o Estaleiro Rio Grande, e a Gerdau foram as vencedoras do leilão de venda da plataforma de petróleo P-32 da Petrobras. O certame pela unidade, que será descomissionada (desmontada), foi disputado nesta sexta-feira (7). A estrutura encontra-se na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, e será a primeira a seguir o novo modelo de destinação sustentável de embarcações da estatal.
O diretor-presidente da Ecovix, Robson Passos, explica que a Gerdau comprou a plataforma por R$ 3,2 milhões. Agora, a siderúrgica fica responsável por fazer o desmantelamento “verde” da estrutura. Sendo assim, a P-32 será levada ao estaleiro da Ecovix, em Rio Grande, que cobrará por esse serviço. Passos prefere não revelar o valor do acordo financeiro para realizar o trabalho.
As partes desmontadas da plataforma sairão da Metade Sul gaúcha por caminhões para serem aproveitadas como matéria-prima pela empresa siderúrgica e derretidas nas unidades de Charqueadas e Sapucaia do Sul da Gerdau. Passos adianta que a P-32 deve chegar ao Estado dentro de dois a três meses. O processo de desmanche, após o seu início, deve levar de oito a dez meses. “Como a gente nunca fez, pode ser que leve um ano, mas estimamos de oito a dez meses”, comenta.
Conforme o executivo, os materiais metálicos serão destinados à Gerdau e o que não for metálico terá um encaminhamento ambientalmente correto. A P-32 tem um peso aproximado de 45 mil toneladas e a expectativa é que entre 80% a 90% do material poderá ser reaproveitado. O diretor-presidente da Ecovix diz ainda que deverão ser contratadas mais 150 a 200 pessoas para trabalhar nessa nova demanda. Passos enfatiza que esse é o primeiro desmantelamento da Petrobras feito no País. “Isso está abrindo um novo mercado no setor”, salienta. Ele acrescenta que há 25 outras plataformas que devem ser desmontadas nos próximos três anos e a Ecovix pretende absorver novas encomendas nessa área.
Conforme nota da Petrobras, o edital de venda da P-32 foi direcionado exclusivamente ao mercado nacional e inaugura uma nova etapa da indústria de descomissionamento no Brasil, representando uma grande oportunidade para o País se firmar no segmento de reciclagem sustentável de embarcações. O processo de venda impôs aos licitantes critérios técnicos e requisitos voltados a garantir que as atividades de reciclagem e a destinação final dos resíduos metálicos ocorram em alinhamento às melhores práticas ASG (Ambiental, Social e Governança) da indústria mundial.
Segundo o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da estatal, Carlos Travassos, a aplicação desse processo pioneiro no Brasil une necessidades da empresa a oportunidades decorrentes das atividades. “As unidades precisam ser descomissionadas e nós precisamos dar uma destinação responsável aos resíduos. Como o Brasil é importador desse tipo de material metálico, identificamos como uma boa oportunidade para o mercado, ao mesmo tempo em que conseguimos promover uma destinação verde para plataformas desativadas e gerar empregos diretos e indiretos dentro desse processo”, afirma. Após a quitação do lance vencedor, a Gerdau apresentará o plano de reciclagem da plataforma, incluindo todas as etapas, do recebimento da unidade até a destinação final dos resíduos. A execução do plano será acompanhada pela Petrobras.
Projeto de Revitalização de Marlim e Voador
A plataforma P-32 é uma das dez unidades que produziam nos campos de Marlim e Voador, na Bacia de Campos, e estão sendo substituídas pelos novos FPSO (unidades flutuantes que produzem e armazenam petróleo) Anna Nery e Anita Garibaldi, que compõe o Projeto de Revitalização dos campos. As duas novas plataformas têm capacidade de produzir, em conjunto, até 150 mil barris por dia (bpd).
A plataforma P-32 é uma das dez unidades que produziam nos campos de Marlim e Voador, na Bacia de Campos, e estão sendo substituídas pelos novos FPSO (unidades flutuantes que produzem e armazenam petróleo) Anna Nery e Anita Garibaldi, que compõe o Projeto de Revitalização dos campos. As duas novas plataformas têm capacidade de produzir, em conjunto, até 150 mil barris por dia (bpd).