Elaborado pela primeira vez pela plataforma de informações financeiras Comdinheiro/Nelogica, o Mapa dos Fundos no Brasil mostra que entre os destaques do primeiro semestre, se considerada a captação líquida, o Rio Grande do Sul está no topo das captações, com um saldo positivo de R$ 7,9 bilhões, seguido por Distrito Federal (R$ 2,1 bi) e Ceará (R$ 1,8 bi). São Paulo, também no semestre, registrou captação negativa de R$ 90 bilhões, ou seja, com mais resgates do que aportes, assim como o Rio de Janeiro, com R$ 62,3 bilhões em saques a mais do que aportes.
Somente 12 estados brasileiros, além do Distrito Federal (DF), sediam ao menos um fundo de investimento no País. Ficam no limbo deste mapa financeiro, portanto, os outros 15 estados, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do País.
Maior centro financeiro do Brasil, o estado de São Paulo, e especialmente sua capital, é o endereço de 19,3 mil fundos de investimento registrados no Brasil, o que equivale a 78,3% de um total de aproximadamente 25 mil nacionais. Na segunda posição, mas com longa distância, está o Rio de Janeiro, que sedia 4,4 mil fundos, ou 17,8% do total. Assim, o eixo São Paulo-Rio concentra 96,1% das sedes dos fundos brasileiros, já que cada fundo tem seu CNPJ próprio.
Segundo Filipe Ferreira, diretor da Nelogica para Comdinheiro, ainda que não ter fundos de investimentos no Estado não tenha interferência econômica em termos de tributação para os mesmos, porque esse recurso é captado a partir da cidade em que está o CPF ou CNPJ do cotista, o mapa mostra que pode haver perda de oportunidades regionais no desenvolvimento de produtos alinhados ao perfil local.
“O Mato Grosso é um bom exemplo. É um Estado onde há uma grande concentração agropecuarista e de riqueza, mas que não conta com sequer uma gestora fisicamente por lá. Esse descompasso pode abrir uma lacuna relevante quanto à adequação dos produtos a esse grupo de investidores”, analisa o executivo da Nelogica, através de nota da assessoria de imprensa.
Apesar de estar na terceira posição do ranking de maior número de fundos registrados com 323 CNPJs, o Rio Grande do Sul representa apenas 1,3% do total, e, depois do quarto colocado, Minas Gerais, com 246, nenhum dos outros estados contribuem com 1% ou mais de participação. Os patrimônios gaúcho e mineiro, porém, revelam percentualmente um desempenho menor no primeiro semestre do ano, em comparação com o número de fundos – contribuindo, nacionalmente, com 1,95% e 1,88%, respectivamente, sobre o total.