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Economia

- Publicada em 25 de Julho de 2023 às 17:36

Federasul abre debate sobre o Rio Grande do Sul de 2035

Rodrigo Sousa Costa apontou potenciais de desenvolvimento para o Rio Grande do Sul

Rodrigo Sousa Costa apontou potenciais de desenvolvimento para o Rio Grande do Sul


Rosi Boni/FEDERASUL/DIVULGAÇÃO/JC
O Manifesto Empreendedor Gaúcho, sob a forma de uma cartilha, resultado de seis meses de encontros macrorregionais com representantes de todos os setores produtivos do Rio Grande do Sul, foi apresentado nesta terça-feira (25) em reunião-almoço organizada pela Federasul.
O Manifesto Empreendedor Gaúcho, sob a forma de uma cartilha, resultado de seis meses de encontros macrorregionais com representantes de todos os setores produtivos do Rio Grande do Sul, foi apresentado nesta terça-feira (25) em reunião-almoço organizada pela Federasul.
O objetivo, como definiu o presidente da entidade, Rodrigo Sousa Costa, é lançar o desafio sobre qual Rio Grande do Sul queremos comemorar em 2035, quando completam os 200 anos da Revolução Farroupilha.
"Ao todo, fizemos nove encontros macrorregionais, apurando as potencialidades e as demandas de cada setor e região do Estado. Acreditamos que chegamos a um ponto de inflexão possível na história e decadência recente do Rio Grande do Sul. Agora, estamos diante de uma janela de oportunidades e desafios, que precisam ser encarados com racionalidade e livres deste debate ideológico que vivemos durante décadas", diz o dirigente.
No Manifesto, são apontadas três principais potencialidades possíveis de se concretizarem nos próximos 12 anos, que podem colocar o Estado em posição de polo exportador de energia renovável e atração de uma nova indústria, de polo exportador de segurança alimentar e de polo de atrativo para novos talentos inovadores.
O ponto de partida para a inflexão destacada por Costa é a mudança na realidade das contas públicas estaduais nos últimos anos, com as reformas e a retomada de investimentos. "Depois de décadas olhando somente para dentro do próprio Estado, temos agora uma oportunidade de debatermos e agirmos pelo Estado que queremos em 2035, olhando para os desafios e oportunidades que estão colocados para um Rio Grande do Sul mais próspero, humano e inclusivo, e que passou a olhar para fora, para o mundo”, explica o presidente da Federasul.

Desafio é superar gargalos logísticos do Estado

Ao questionar se o Rio Grande do Sul de 2035 será um lugar possível de se empreender com qualidade de vida, ao todo, os encontros macrorregionais resultaram em 35 demandas locais apontadas como fundamentais para destravar o desenvolvimento nos próximos anos. E, por isso, o Manifesto lista pontos considerados nevrálgicos a serem atacados para garantir a abertura de oportunidades nestes próximos 12 anos.
“As oportunidades estão aí. Por exemplo, temos hoje 82 projetos de energia eólica em estudos no Estado, além de projetos para geração de hidrogênio verde, temos uma realidade global das indústrias interessadas em migrar para novas regiões, não afetadas pela realidade da guerra e temos o planeta com uma demanda alimentar crescente. Podem ser perspectivas de um futuro promissor ou podem não dar em nada, tudo dependerá de encararmos racionalmente as 'hemorragias' que estão detectados”, explica o dirigente.
O primeiro destes gargalos - uma unanimidade nos encontros regionais da entidade - diz respeito aos modais logísticos do Estado, especialmente em relação às ferrovias, hoje com metade das linhas de 25 anos atrás. “Nosso conselho da Federasul, inclusive, já se posicionou contra a renovação do atual modelo de concessão de ferrovias e abrimos estudos para propor um novo modelo, que torne o sistema competitivo”, explica o presidente da Federasul.
O Manifesto alerta também para o risco de, ao mesmo tempo em que o Estado tenta atrair um novo padrão de indústrias, sofrer com a desindustrialização da produção já existente. E aponta principalmente a concorrência desleal, vista em relação ao Polo Petroquímico de Triunfo, com as empresas estrangeiras que operam na Zona Franca em Manaus e em relação à recente decisão do governo federal sobre a isenção de importações de até US$ 50.
“A opinião pública precisa entender que a economia funciona em cadeia. Aquela compra mais barata da China, isenta dos impostos que o empreendedor brasileiro paga, vai se refletir em perdas de empregos no varejo e na indústria. Nós sempre seremos favoráveis à concorrência, mas à concorrência leal”, aponta o dirigente.
Entre as “hemorragias” urgentes, a entidade destaca ainda a necessidade de ações como abertura de crédito e revisão da legislação ambiental como formas para socorrer a cadeia produtiva de proteína animal em crise. “Corremos o risco de, ao invés de termos a solução para a segurança alimentar, que é o nosso potencial para o mundo, produzirmos nos próximos anos um êxodo rural pela insustentabilidade do negócio”, resume.