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Alimentação

- Publicada em 21 de Julho de 2023 às 16:30

Endividamento de bares e restaurantes permanece alto no pós-pandemia

Pesquisa da Abrasel-RS indica porcentagens de dívidas nos bares e restaurantes do estado

Pesquisa da Abrasel-RS indica porcentagens de dívidas nos bares e restaurantes do estado


Tartoni Ristorante/Divulgação/JC
As consequências geradas pela pandemia de Covid-19 ainda estão presentes no cotidiano de muitos empreendedores do setor terciário. Tendo isso em vista, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Rio Grande do Sul (Abrasel-RS) realizou uma pesquisa para mapear as dificuldades dos estabelecimentos do ramo no Estado.
As consequências geradas pela pandemia de Covid-19 ainda estão presentes no cotidiano de muitos empreendedores do setor terciário. Tendo isso em vista, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Rio Grande do Sul (Abrasel-RS) realizou uma pesquisa para mapear as dificuldades dos estabelecimentos do ramo no Estado.
De acordo com o estudo, um quarto dos empreendimentos de Alimentação Fora do Lar tem dívidas em atraso. Desses, 84% acumulam débitos relacionados a tributos federais, como Imposto de Renda, PIS/Cofins e parcelas do Simples. Ainda, 26% dos negócios têm dívidas em impostos estaduais. Para o presidente da Abrasel-RS, João Melo, os endividamentos permanecem existindo por conta dos empréstimos realizados durante o período de emergência global, que foram acordados com prazos longos. “Aqueles que foram feitos durante a pandemia seguem por dois, três, quatro ou cinco anos, dependendo do tipo contratado. Tanto os do governo, baseados no Pronampe, como os de bancos tradicionais”, destaca.
No restaurante da empresária e chef Maria Fernanda Tartoni, a situação não foi diferente, visto que as taxas de juros dos empréstimos realizados durante o pico da Covid-19 não se apresentaram tão satisfatórias com o desenrolar dos meses. “Na época, a Selic não era tão alta, inclusive era baixa, então parecia um bom empréstimo”, afirma.
Ainda que o endividamento e a baixa nos lucros assustem os representantes dos estabelecimentos, as estratégias para alavancar os negócios estão cada vez mais inovadoras, já que o número de empresas com lucros aumentou de 41% em abril, para 54% no mês de maio. Maria Fernanda acredita que a iniciativa mais rentável a fim de melhorar o fluxo de clientes é a de aderir a novas frentes de negócio.
“A pandemia veio nos dizer que a gente pode ter várias coisas dentro de um restaurante, seja a venda local, o pegue e leve ou a própria tele-entrega”. Além disso, a chef comenta sobre a necessidade de investir em estratégias criativas, unidas às tradicionais. “Os bares e restaurantes têm que se adequar à nova realidade com a qual estão trabalhando. Procurar fornecedores com melhores preços e melhores prazos, adaptar o seu cardápio e ter um pouco mais de criatividade”, ressalta.
João Melo, da Abrasel-RS também revela sua perspectiva positiva com o ramo, embora o cenário não seja ideal: "Apesar das dificuldades, o aumento no número de bares e restaurantes operando com lucro nos faz sentir otimistas. Alguns estabelecimentos apostam no período de férias, que deve trazer um aumento na movimentação", diz.
No que diz respeito às equipes que trabalham no setor de alimentação, percebe-se uma grande tendência de valorização de novos talentos, visto que 94% dos empreendimentos do ramo contratam profissionais sem experiência. Somado a isso, a qualificação profissional também é outro ponto relevante, pois 76% das empresas entrevistadas têm políticas de ascensão profissional, com capacitação interna dos funcionários. O presidente da Abrasel-RS se mostra positivo com o contexto do mercado de trabalho: "A estratégia é contratar melhor para fazer o setor girar, valorizar os trabalhadores para evitar que troquem de emprego e, assim, olhar para dentro do estabelecimento, para sempre avançar", aponta.