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INADIMPLÊNCIA

- Publicada em 17 de Julho de 2023 às 19:46

Desenrola deve trazer impacto positivo para a economia gaúcha, avaliam entidades

Nesta primeira etapa, a medida atingirá a população com renda de dois salários mínimos (2.640) até R$ 20 mil por mês

Nesta primeira etapa, a medida atingirá a população com renda de dois salários mínimos (2.640) até R$ 20 mil por mês


TÂNIA MEINERZ/JC
Entrou em operação, nesta segunda-feira (17), o Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas do governo federal. Nesta primeira etapa, a medida atingirá a população com renda de dois salários mínimos (2.640) até R$ 20 mil por mês, incluídos na chamada Faixa 2. Segundo o Ministério da Fazenda, cerca de 30 milhões de brasileiros poderão ser beneficiados neste primeiro momento. Para entidades comerciais e empresariais do Rio Grande do Sul, a iniciativa tem potencial de gerar um impacto positivo para diferentes setores da economia gaúcha. “Nos parece que o Desenrola é uma boa iniciativa, na medida em que essa primeira fase do programa beneficia 30 milhões de pessoas em todo o País que possuem dívidas e que poderão renegociar seus débitos. O programa vai viabilizar que esse público tenha um escore maior de crédito para consumir. E isso é um fator que pode impulsionar a economia do País e do Rio Grande do Sul”, afirma o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), Vitor Augusto Koch. Para o vice-presidente de micro e pequenas empresas da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Douglas Winter Ciechowiez, qualquer programa que vise fomentar ou aquecer a economia é visto com bons olhos, mas faz ressalvas. “Temos que ter uma dimensão maior ainda de que incentivos os credores receberão do governo federal, já que muitos já possuem programas próprios de renegociação de dívidas”, pontua.Ciechowiez cita alguns setores que podem ter um impacto maior com o programa. “Além do setor financeiro, onde boa parte das dívidas estão concentradas, o setor do varejo deve se beneficiar, já que o programa visa retirar a restrição de famílias de baixa renda ao crédito, o que pode gerar um reaquecimento”, analisa. Para o comércio, a expectativa também é positiva. “Temos boa parte de nossas vendas efetuadas a prazo, ou seja, através do crédito. Com isso, ter um número amplificado de pessoas aptas e com maior escore a consumir gera uma expectativa positiva”, afirma Koch. De acordo com a edição de junho da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores gaúchos (Peic-RS), da CNC, divulgada pela Fecomércio-RS, o percentual de famílias com contas em atraso - com potencial de serem beneficiadas pelo Desenrola - atingiu, em junho, 42,4%, o maior patamar desde junho de 2018 (46,2%). No mesmo período do mês anterior o percentual registrava 40,3%. “O quadro de inadimplência no Rio Grande do Sul , já há algum tempo, inspira preocupação. Desde o primeiro semestre de 2022, os dados mostram que houve um aumento gradativo das famílias que não estavam conseguindo pagar as suas contas”, contextualiza a economista da Fecomércio-RS, Giovana Menegotto. Conforme ela, o indicador de gaúchos com contas atrasadas observado na Peic-RS indica que o Desenrola tem o potencial de atingir um número importante de famílias no Rio Grande do Sul. Ela lembra que o levantamento questiona se as famílias estão com alguma conta em atraso, sem especificar se estão negativadas ou não.
Entrou em operação, nesta segunda-feira (17), o Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas do governo federal. Nesta primeira etapa, a medida atingirá a população com renda de dois salários mínimos (2.640) até R$ 20 mil por mês, incluídos na chamada Faixa 2. Segundo o Ministério da Fazenda, cerca de 30 milhões de brasileiros poderão ser beneficiados neste primeiro momento. Para entidades comerciais e empresariais do Rio Grande do Sul, a iniciativa tem potencial de gerar um impacto positivo para diferentes setores da economia gaúcha.

“Nos parece que o Desenrola é uma boa iniciativa, na medida em que essa primeira fase do programa beneficia 30 milhões de pessoas em todo o País que possuem dívidas e que poderão renegociar seus débitos. O programa vai viabilizar que esse público tenha um escore maior de crédito para consumir. E isso é um fator que pode impulsionar a economia do País e do Rio Grande do Sul”, afirma o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), Vitor Augusto Koch.

Para o vice-presidente de micro e pequenas empresas da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Douglas Winter Ciechowiez, qualquer programa que vise fomentar ou aquecer a economia é visto com bons olhos, mas faz ressalvas. “Temos que ter uma dimensão maior ainda de que incentivos os credores receberão do governo federal, já que muitos já possuem programas próprios de renegociação de dívidas”, pontua.

Ciechowiez cita alguns setores que podem ter um impacto maior com o programa. “Além do setor financeiro, onde boa parte das dívidas estão concentradas, o setor do varejo deve se beneficiar, já que o programa visa retirar a restrição de famílias de baixa renda ao crédito, o que pode gerar um reaquecimento”, analisa. Para o comércio, a expectativa também é positiva. “Temos boa parte de nossas vendas efetuadas a prazo, ou seja, através do crédito. Com isso, ter um número amplificado de pessoas aptas e com maior escore a consumir gera uma expectativa positiva”, afirma Koch.

De acordo com a edição de junho da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores gaúchos (Peic-RS), da CNC, divulgada pela Fecomércio-RS, o percentual de famílias com contas em atraso - com potencial de serem beneficiadas pelo Desenrola - atingiu, em junho, 42,4%, o maior patamar desde junho de 2018 (46,2%). No mesmo período do mês anterior o percentual registrava 40,3%.

“O quadro de inadimplência no Rio Grande do Sul , já há algum tempo, inspira preocupação. Desde o primeiro semestre de 2022, os dados mostram que houve um aumento gradativo das famílias que não estavam conseguindo pagar as suas contas”, contextualiza a economista da Fecomércio-RS, Giovana Menegotto. Conforme ela, o indicador de gaúchos com contas atrasadas observado na Peic-RS indica que o Desenrola tem o potencial de atingir um número importante de famílias no Rio Grande do Sul. Ela lembra que o levantamento questiona se as famílias estão com alguma conta em atraso, sem especificar se estão negativadas ou não.
Para a economista, apesar do impacto positivo de diminuir, momentaneamente, a inadimplência no País, o programa deveria também focar em uma questão estrutural, que é a de educação financeira. "A educação financeira precisaria ser o ponto chave do programa, porque, infelizmente, a forma como as pessoas usam crédito acaba fazendo com que elas não pensem muito no tempo da parcela de algo que estão comprando hoje", diz. 

Nesta fase, também serão retirados do cadastro de devedores, os nomes de quem tem dívidas de até R$ 100. Segundo o Ministério da Fazenda, com essa medida, cerca de 1,5 milhão de pessoas deixarão de ter restrições e voltarão a poder ter acesso ao crédito.

LEIA MAIS: Fazenda publica requisitos e procedimentos para adesão ao Desenrola 

Percentual de famílias gaúchas endividadas chega a 93,9% em junho

Ainda de acordo com a edição de junho Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores gaúchos (PEIC-RS), da CNC, o percentual de famílias endividadas atingiu 93,9% no Estado. Esse resultado foi maior que o de maio de 2023 (91,9%) e também ficou acima de junho de 2022 (93,0%). Na média de 12 meses, o percentual de famílias gaúchas endividadas atingiu 92,7%.
O percentual de famílias que relataram estar “muito endividadas” atingiu 29,6%. No mesmo período de 2022 esse percentual era menor (21,3%). O tempo médio de comprometimento com dívidas atingiu 7,4 meses. Em junho de 2022 era de 7,1 meses. Ainda em termos de endividamento, a pesquisa aborda o percentual da renda dos indivíduos que está comprometida com as dívidas. Em média, nesta edição, o percentual da renda comprometida foi de 26,8%. Em junho de 2022 era de 21,0%.

“O novo aumento do indicador de famílias com contas atrasadas reforça o cenário de dificuldade financeira persistente no orçamento das famílias, cujo resultado veio mesmo diante do recente alívio inflacionário e da resiliência do mercado de trabalho”, comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.  

Desenrola pode limpar 2,5 milhões de nomes se todos os bancos aderirem, diz Haddad

O número de brasileiros com dívidas de até R$ 100 que pode ficar com o nome limpo pode chegar a 2,5 milhões se todos os bancos aderirem ao programa Desenrola Brasil, estimou o ministro Fernando Haddad (Fazenda) nesta segunda-feira (17).
"Tem um banco só que estava em dúvida se aderia ou não, porque viu pouca vantagem no crédito presumido, e tem 1 milhão de CPFs negativados", disse o ministro em referência ao Nubank. "Se aderirem todos os grandes bancos, são 2,5 milhões de CPFs."
O programa, que era uma promessa de campanha do governo Lula (PT) para diminuir o número de endividados no país, entrou em operação nesta segunda com a adesão dos cinco maiores bancos -Bradesco, Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Caixa Econômica e Santander. 
Inicialmente, a Fazenda projetava que 1,5 milhão de pessoas tivessem o "nome limpo" a partir desta segunda para que pudessem, por exemplo, negociar outros empréstimos e assinar contratos de aluguel. Os bancos terão até 28 de julho para retirar o débito da lista de inadimplentes. Continuará com o nome sujo quem tiver dívidas de outras origens que não seja bancária, como débitos de água e luz, por exemplo.
Apesar de não contar com a garantia do FGO (Fundo Garantidor de Operações) nesta fase do Desenrola, os bancos tiveram um incentivo regulatório já usado em outras ocasiões, como na pandemia de Covid-19.
As instituições financeiras que negociarem dívidas bancárias no Desenrola têm direito a um crédito presumido que, na prática, melhora a posição de capital do banco e abre espaço para impulsionar novos financiamentos. O governo estima que cerca de R$ 50 bilhões poderão ser negociados nesse contexto, beneficiando em torno de 30 milhões de pessoas. 
Em nota, o Banrisul informou que está realizando as ações necessárias para viabilizar a adesão ao programa, que atualmente está em fase de desenvolvimento para atendimento das renegociações nas condições previstas. Atuamos de forma constante e com o compromisso pela busca das melhores alternativas de renegociação aos nossos clientes.