Para este ano, a CEEE Grupo Equatorial Energia prevê aumentar o patamar do seu investimento. Se em 2022 o desembolso da concessionária foi na ordem de R$ 586 milhões, para 2023 a expectativa é de um aporte de R$ 670 milhões. O foco das ações será na expansão e melhoria dos sistemas de distribuição e alta tensão, novas ligações e regularização de redes clandestinas.
Conforme o presidente da CEEE Grupo Equatorial Energia, Raimundo Barretto Bastos, entre os principais empreendimentos para este ano estão as implantações das novas subestações Porto Alegre 17, que elevará a qualidade do fornecimento de energia na Zona Norte da Capital, e de Cerro Grande do Sul, que fortalecerá o atendimento na região do entorno deste município. Essas duas obras absorverão mais de R$ 45 milhões em recursos.
O dirigente participou nesta quarta-feira (12) da reunião-almoço Tá na Mesa, promovida pela Federasul. Na ocasião, ele destacou que a companhia elaborou um planejamento para reagir aos possíveis estragos causados pelo ciclone extratropical previsto para atingir o Rio Grande do Sul nesta semana. A iniciativa da distribuidora contempla a mobilização de mais de 500 equipes, cada uma delas composta por dois ou até cinco profissionais. Bastos ressalta que, enquanto algum eventual cliente ficar sem luz, essas turmas serão mantidas em prontidão. Ele acrescenta que a companhia está monitorando as informações climáticas e sua rede elétrica. A perspectiva é que o mau tempo abranja toda a área de concessão da empresa, que atende a 72 municípios.
A gestão do Grupo Equatorial à frente da CEEE iniciou em julho de 2021, completando agora dois anos. Segundo Bastos, o serviço prestado pela companhia tem evoluído, mas precisa melhorar ainda mais. “Continua o programa para recuperar a rede deteriorada que a gente recebeu da empresa estatal que não tinha a capacidade de investimento que a gente está empreendendo”, diz o executivo.
Apesar da evolução, de acordo com ranking de fornecimento de energia divulgado em março pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a CEEE permanecia na última colocação de 29 distribuidoras avaliadas no País e que atendem a mais de 400 mil unidades consumidoras. Levando em conta a performance de 2022, a empresa gaúcha verificou um Desempenho Global de Continuidade (DGC) de 1,57 (quanto menor o DGC, melhor a posição da companhia), três vezes maior que a melhor colocada, a CPFL Santa Cruz, com 0,52.
A mensuração é feita através da média matemática de outros dois indicadores: Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) e Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC). O primeiro diz respeito ao tempo que cada unidade consumidora ficou sem energia elétrica e o segundo refere-se ao número de interrupções ocorridas no período de observação.
Embora permaneça figurando na última posição do ranking da Aneel, a CEEE registrou progresso em relação ao seu resultado em 2021, quando verificou um DGC de 1,67, sendo uma das 10 empresas que mais evoluíram quanto a esse parâmetro.
Embora permaneça figurando na última posição do ranking da Aneel, a CEEE registrou progresso em relação ao seu resultado em 2021, quando verificou um DGC de 1,67, sendo uma das 10 empresas que mais evoluíram quanto a esse parâmetro.
Contudo, os resultados de DEC e FEC da distribuidora ainda estão muito aquém dos limites determinados pela agência reguladora. No ano passado, o DEC apurado da companhia foi de 17,8 horas, contra um balizador de 9,28 horas, já o FEC foi de 8,46 interrupções para uma meta de até 6,98 ocorrências. Bastos admite que atender aos parâmetros impostos pela Aneel para a CEEE não seria algo possível de se conseguir em um ou dois anos.
“Tanto que para fazer a venda (da estatal) foi necessário aditar o contrato de concessão, porque seria muito difícil a empresa (Grupo Equatorial) já entrar para receber penalizações do regulador”, argumenta. O dirigente adianta que o objetivo é chegar ao nível regulatório antes de 2026, que é o prazo limite determinado no contrato de concessão. Atingindo a meta, ele enfatiza que a CEEE deixará a última colocação do ranking, entretanto reforça que não existe a expectativa que isso ocorra neste ano.
Concessionária arrecadou mais de R$ 1 bilhão em ICMS no ano passado
Uma ação que foi melhor executada após a privatização da CEEE foi o recolhimento do ICMS, algo que enquanto estatal a empresa tinha dificuldades de manter em dia. No primeiro semestre de 2021, quando a companhia ainda tinha uma administração pública, a arrecadação do imposto foi na ordem de R$ 137 milhões e na segunda metade daquele ano, já sob gestão do Grupo Equatorial, o montante foi de R$ 777 milhões. Em 2022, afirma o presidente da CEEE Grupo Equatorial Energia, Raimundo Barretto Bastos, o resultado alcançado foi de aproximadamente R$ 1,1 bilhão.
Outro tema desenvolvido pela CEEE privada é na área de mobilidade elétrica. A iniciativa Rota Elétrica Mercosul - Suporte ao Desenvolvimento e Gerenciamento para Mobilidade Inteligente prevê a implantação de 11 pontos de recarga para veículos elétricos em um trajeto de cerca de 1 mil quilômetros. Os estabelecimentos de carregamento estarão situados nas cidades de Torres, Osório, Eldorado do Sul, Barra do Ribeiro, Cristal, Pelotas, Arroio Grande, Jaguarão, Rio Grande e Santa Vitória do Palmar (dois pontos). Bastos informa que a perspectiva é que o projeto seja concluído e inaugurado em agosto.
Já na área de legislações, sobre a lei municipal de Porto Alegre que determina a troca da rede elétrica aérea por subterrânea, o presidente da CEEE Grupo Equatorial Energia frisa que se trata de um tópico regulatório e a empresa só pode fazer investimentos que sejam reconhecidos pelo órgão regulador do setor elétrico nacional (Aneel) e que sejam devidamente remunerados. Dentro desse contexto, fazer as redes subterrâneas elevaria a tarifa de energia. Além disso, para o dirigente, esse tema esbarra em uma questão constitucional.