O Instituto Cultural Norte-Americano tem interesse em ser a nova casa do Memorial Érico Veríssimo, que funcionava dentro da Renner no prédio da antiga Livraria do Globo, no Centro Histórico de Porto Alegre. Desde o anúncio do fechamento da loja, marcado para esta sexta-feira (14), o futuro do acervo é incerto.
A afirmação acerca do desejo do Cultural foi feita pela presidente Solange Kunzler, na manhã desta quarta-feira (12), que sonha em ter a escultura do escritor na rua Riachuelo, nº 1.257. “Estamos falando com a família para trazer para cá”, adianta Solange.
Não é de hoje que o nome Érico Veríssimo tem relação com o Cultural. No térreo do prédio de seis andares, atualmente sob reformas para dar lugar ao Hub Cultural, funcionava o Teatro Érico Veríssimo, renomeado para Multiespaço Érico Veríssimo.
Uma pintura da artista gaúcha Paula Plim, que mora em Barcelona, na Espanha, retrata personagens e elementos de suas obras. O espaço, de 475m² e que pode abrigar 150 cadeiras, teve de ser todo remodelado por conta das novas regras de PPCI (Prevenção Contra Incêndios).
Pintores executam o projeto da artista Paula Plim, que mora em Barcelona. Foto: Mauro Belo Schneider/Especial/JC
Érico foi um dos fundadores do Instituto Cultural, em 1939, ao lado de um grupo de amigos, cuja primeira sede ocupava o edifício União, na avenida Borges de Medeiros. Solange conta que, na época, ele já era um escritor conhecido e tinha uma relação muito próxima com as autoridades gaúchas.
“Havia necessidade de tradução de livros”, cita ela, sobre a aproximação do autor com a cultura norte-americana. O projeto começou como instituto e apenas em 1943 virou escola de inglês. A primeira do Rio Grande do Sul, aliás, salienta Solange.
Embora tenha demonstrado interesse no Memorial, a expectativa sobre a decisão final ainda não foi divulgada pelos responsáveis.