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Agronegócio

- Publicada em 03 de Julho de 2023 às 18:40

Em novo recorde, produção de azeite de oliva gaúcho cresce 29% em 2023

Durante a coletiva, Seapi também revelou que número de lagares também aumentou este ano no RS

Durante a coletiva, Seapi também revelou que número de lagares também aumentou este ano no RS


Júlia Chagas/ Seapi/ Divulgação/ JC
A produção de azeite no Rio Grande do Sul cresceu 29% em relação à última safra, chegando a 580 mil litros, mesmo com a estiagem prolongada que atingiu o Estado no último ano. Os dados, números recordes, foram divulgados na tarde desta segunda-feira (3) pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e pelo Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva). Além do aumento na produção, em litros, do azeite - que ano passado era de 448,5 mil, o Rio Grande do Sul também teve crescimento no número de produtores e na quantidade de marcas gaúchas. Agora, o Estado tem 22 lagares (nome dado à fábrica onde o azeite é produzido) contra 17 em 2022, e 23 novas marcas, totalizando 93, o que representa um crescimento de 32% em relação a última safra. Os olivais estão presentes nas terras de 340 produtores em 110 municípios gaúchos, o que soma uma área plantada de 6,3 mil hectares, sendo 4,3 mil hectares em idade produtiva, ou seja, onde há pés de oliveiras com 4 anos ou mais que são colhidas para extração do azeite. Em 2023, os municípios que mais produziram foram Pinheiro Machado, Canguçu e Encruzilhada do Sul.De acordo com o coordenador da Câmara Setorial da Olivicultura da Seapi, Paulo Lipp, as oliveiras no Estado se mostraram resistentes ao tempo seco dos últimos anos. “Consideramos um resultado muito bom. A oliveira é uma das culturas que menos sente a estiagem”, explicou. Apesar disso, ele ressalta que ainda é possível crescer. “É uma atividade de longo prazo.” A produção, com a quantidade de hectares plantada hoje, pode chegar a 900 mil litros nos próximos anos. Ele pontuou, ainda, que os fatores que contribuem para o aumento exponencial da safra dos últimos anos são área plantada, apoio técnico e o trabalho dos produtores. Para a próxima safra, Lipp projeta que a falta de frio e o excesso de chuvas, em partes explicadas pelo fenômeno climático El Niño, podem afetar a produção. “É muito cedo para dizer, mas se chover muito na primavera, isso pode afetar”, concluiu.
A produção de azeite no Rio Grande do Sul cresceu 29% em relação à última safra, chegando a 580 mil litros, mesmo com a estiagem prolongada que atingiu o Estado no último ano. Os dados, números recordes, foram divulgados na tarde desta segunda-feira (3) pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e pelo Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva).

Além do aumento na produção, em litros, do azeite - que ano passado era de 448,5 mil, o Rio Grande do Sul também teve crescimento no número de produtores e na quantidade de marcas gaúchas. Agora, o Estado tem 22 lagares (nome dado à fábrica onde o azeite é produzido) contra 17 em 2022, e 23 novas marcas, totalizando 93, o que representa um crescimento de 32% em relação a última safra. Os olivais estão presentes nas terras de 340 produtores em 110 municípios gaúchos, o que soma uma área plantada de 6,3 mil hectares, sendo 4,3 mil hectares em idade produtiva, ou seja, onde há pés de oliveiras com 4 anos ou mais que são colhidas para extração do azeite. Em 2023, os municípios que mais produziram foram Pinheiro Machado, Canguçu e Encruzilhada do Sul.

De acordo com o coordenador da Câmara Setorial da Olivicultura da Seapi, Paulo Lipp, as oliveiras no Estado se mostraram resistentes ao tempo seco dos últimos anos. “Consideramos um resultado muito bom. A oliveira é uma das culturas que menos sente a estiagem”, explicou. Apesar disso, ele ressalta que ainda é possível crescer. “É uma atividade de longo prazo.” A produção, com a quantidade de hectares plantada hoje, pode chegar a 900 mil litros nos próximos anos. Ele pontuou, ainda, que os fatores que contribuem para o aumento exponencial da safra dos últimos anos são área plantada, apoio técnico e o trabalho dos produtores.

Para a próxima safra, Lipp projeta que a falta de frio e o excesso de chuvas, em partes explicadas pelo fenômeno climático El Niño, podem afetar a produção. “É muito cedo para dizer, mas se chover muito na primavera, isso pode afetar”, concluiu.

Inserção do azeite gaúcho no mercado nacional ainda é desafio do setor


Apesar da vocação do Estado para a produção de azeite de oliva, conforme ressaltou o presidente da Ibraoliva, Renato Fernandes, um dos grandes desafios do setor ainda é o escoamento da safra e o aumento do consumo nacional, especialmente com a projeção de crescimento da produção para os próximos anos. O secretário da Agricultura, Giovani Feltes, concordou e acrescentou: “A produção de azeite está chegando numa escala industrial e abrir mercados é fundamental.”

Outro desafio do setor continua a ser a fiscalização de produtos que têm no rótulo “azeite extra virgem”, mas não o são. “O azeite de oliva é o segundo produto mais falsificado no mundo”, revelou Fernandes. Além disso, ele considera essencial ensinar os consumidores sobre as diferenças de qualidade do produto. “É um azeite especial [o gaúcho], precisamos de políticas públicas para que o consumidores possam entender o nosso produto […] estamos sofrendo uma pressão externa para que a olivicultura brasileira não avance”, pontuou, referindo-se à competitividade desleal de produtores estrangeiros que exportam azeites de baixa qualidade ao Brasil como se fossem "extra virgem".

O vice-presidente do Ibraoliva, Flávio Obino Filho, apontou que as importadoras se aproveitam da “ignorância do consumidor” sobre o azeite de oliva. “O azeite com defeito não tem consumidor na Europa e nós compramos como se fosse de alta qualidade. Já mostramos para o mundo que temos qualidade, agora precisamos mostrar em casa”, ponderou. O consumo interno de azeite de oliva brasileiro é menos de 1%, e a exportação também não é expressiva, embora iniciativas tenham surgido. “Temos quase 40 produtores preparando seu produto para exportação. Quando falamos em premium, temos mais mercado fora do Brasil”, afirmou Filho.

Nesta terça-feira (4), às 18h, na Assembleia Legislativa, acontece a posse da nova diretoria do Ibraoliva e o lançamento da Frente Parlamentar Oliveiras, que será presidida pelo deputado Marcus Vinicius (PP). Entre os projetos da nova gestão, segundo o vice-presidente da entidade, estão o desenvolvimento de uma cartilha de boas práticas de trabalho na hora da colheita, quando são contratados muitos colaboradores temporários, e mais levantamento de dados do setor. “Estamos crescendo e queremos nos antecipar”, disse. Além disso, as autoridades destacaram que outro ponto importante é continuar fomentando o olivoturismo. “Temos 18 empreendimentos no Estado. Apuramos em alguns deles que movimentamos cerca de 500 mil turistas no último ano”, destacou o técnico da Seapi, Paulo Lipp.