Será lançado em agosto o programa Voa, Brasil, uma iniciativa do governo federal que visa democratizar as passagens aéreas. A proposta é que os trechos custem um valor único, de R$ 200,00, conforme detalhou o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, no programa Voz do Brasil desta segunda-feira (26).
O mês de maio foi o melhor mês dos últimos 10 anos da aviação no Brasil, com 100 milhões de passagens vendidas, volume que supera até o registrado antes da pandemia de Covid-19. O grande problema no País é que o meio de transporte é usado por uma parcela pequena da população.
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“Em maio, de 100 milhões de passagens vendidas, apenas 10% dos CPFs compraram. Elas ainda são inacessíveis para a maioria da população”, considera o ministro. França afirma, inclusive, que o Brasil está muito atrás de outros países neste cenário. “Voamos 1/3 do que voam colombianos e chilenos. Precisamos alcançá-los”, avalia.
Embora as passagens aéreas já tenham registrado um recuo nos preços por conta da redução do combustível, há grande expectativa sobre o programa. A regra indica que uma pessoa poderá comprar com seu CPF uma passagem para si e para um acompanhante a cada 12 meses. As transações ocorrerão através de um aplicativo próprio.
A iniciativa pretende ocupar a média de 21% de assentos vazios na maior parte do ano. O ministro ressaltou, também, que foram realizadas conversas com os aeroportos para que a taxa de embarque acompanhe o projeto. Muitos aderiram e irão devolver o valor aos consumidores através de cashback para que eles gastem com o deslocamento ou no próprio terminal.
O Voa, Brasil, acrescenta França, não terá subsídio do governo, é apenas uma reorganização do setor. Outra novidade é que, caso ainda sobrem passagens, serão feitos leilões em cima da hora nos aeroportos.
Profissionais de turismo, no entanto, tem dúvidas sobre como isso funcionará. A presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) no Rio Grande do Sul, Lúcia Bentz, revela que foi enviado um ofício ao ministro França solicitando mais informações.
"O questionamento é sobre a forma de oferta desses assentos, tendo em vista que nós, agências, distribuímos 60% do total. Como as agências poderão comercializar isso para que as viagens dos clientes sejam prazerosas do início ao fim?", reflete.
O tempo de antecedência da compra ainda é uma incógnita, segundo ela, embora otimista com a novidade. "Tenho certeza que quanto mais gente viajando, mais serviços teremos para comercializar e mais sonhos serão realizados."
