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Economia

Energia

- Publicada em 12 de Junho de 2023 às 17:46

Revisão tarifária da Sulgás segue indefinida

Proposta de aumento da concessionária é alvo de críticas

Proposta de aumento da concessionária é alvo de críticas


MARIANA ALVES/JC
Após quase um mês da realização da audiência pública (ocorrida em 17 de maio) para tratar da revisão tarifária da Sulgás, a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) ainda não definiu quais serão os valores aplicados no aumento do preço do gás natural. Conforme a assessoria do órgão regulador, as informações recebidas na audiência pública estão sendo analisadas pela área técnica da entidade e a apreciação da matéria ainda será pautada, mas não há um prazo definido para isso.
Após quase um mês da realização da audiência pública (ocorrida em 17 de maio) para tratar da revisão tarifária da Sulgás, a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) ainda não definiu quais serão os valores aplicados no aumento do preço do gás natural. Conforme a assessoria do órgão regulador, as informações recebidas na audiência pública estão sendo analisadas pela área técnica da entidade e a apreciação da matéria ainda será pautada, mas não há um prazo definido para isso.
O tema tem sido motivo de intensas críticas, principalmente por parte dos consumidores do setor industrial. A proposta apresentada inicialmente prevê passar o valor da margem bruta de distribuição de gás natural cobrada pela Sulgás de R$ 0,3756 para R$ 0,6137 pelo metro cúbico do combustível, o que significa uma elevação de 63%. No entanto, a Agergs ressalta que a margem é apenas um dos componentes no custo final e sua mudança fará com que a tarifa média da distribuidora aumente não de forma tão expressiva, passando de R$ 3,3574 para R$ 3,5955, uma alta de 7,09%.
Mesmo assim, o incremento é considerado demasiado pelos representantes da indústria. O coordenador do Grupo Temático de Energia e Telecomunicações da Fiergs, Edilson Deitos, enfatiza que, caso a revisão sugerida seja aprovada, o Rio Grande do Sul passaria a ter as tarifas mais caras do País cobradas pelo gás natural para o setor industrial. No entanto, o dirigente considera que a demora para se ter uma definição da revisão é um indício que os apontamentos feitos pela Fiergs, de que o aumento seria excessivo, estão sendo considerados.
O dirigente espera que os cálculos da alteração tarifária ainda sejam revistos e caso isso não ocorra, ele não descarta que sejam tomadas medidas judiciais para tratar da questão. Segundo o coordenador da área de gás natural da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace Energia), Adrianno Lorenzon, casos de discussões judiciais sobre tarifas de gás natural já ocorreram no passado como, por exemplo, com a Comgás, em São Paulo. Porém, ele frisa que o preferencial sempre é resolver o assunto dentro da esfera administrativa.
Lorenzon também considera que o tempo que a Agergs está levando para ter uma definição da revisão pode ser visto como um bom sinal. “A demora nesse processo pode significar que efetivamente a agência esteja reavaliando alguns pontos e talvez o resultado final julgado seja um número mais condizente com a realidade”, pondera. O integrante da Abrace Energia salienta que a agência reguladora tem que procurar fazer análises profundas e detalhadas das propostas de revisão tarifária para evitar que sejam aprovados pleitos que não sejam razoáveis. Uma sugestão do dirigente é que a Agergs contrate uma consultoria especializada em regulações do mercado de gás natural para auxiliá-la nesse procedimento.