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Indústria automotiva

- Publicada em 05 de Junho de 2023 às 17:31

Com baixa demanda, GM vai interromper produção do Onix em Gravataí por 10 dias

Veículos são produzidos na fábrica da montadora em Gravataí (RS)

Veículos são produzidos na fábrica da montadora em Gravataí (RS)


LUIZA PRADO/JC
Bárbara Lima, com informações de agências
Bárbara Lima, com informações de agências
Com a paralisação da fabricação do carro popular Onix durante 10 dias, quase 7 mil funcionários do complexo industrial da General Motors (GM), do Projeto Arara Azul, em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, vão entrar em férias coletivas a partir de 12 de junho. Deste total, 5 mil trabalhadores são metalúrgicos, sendo aproximadamente 2,6 mil vinculados à GM. Os demais funcionários são sistemistas e ligados à logística, segundo o Diretor de Assuntos Administrativos do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari. A decisão das férias coletivas aconteceu em assembleia do sindicato no dia 31 de maio e o retorno está previsto para o dia 22 de junho. 
"O objetivo é que com a paralisação o mercado volte a aquecer. Seguraram até as últimas consequências, até onde deu, e agora anunciaram as férias coletivas. O pessoal tinha seis dias de direito de férias, mas nós votamos para estender por mais quatro dias", explicou Ascari. Ele informou ainda que todos os valores relacionados às férias serão pagos. Não há relatos de demissão por conta da paralisação. Em janeiro deste ano, os funcionários do complexo da GM já tinham entrado em férias coletivas durante 24 dias.
Além de Gravataí, segundo informações da Agência Estado, a General Motors vai parar nas próximas duas semanas - entre os dias 12 e 23 - a produção na fábrica de São José dos Campos, no interior de São Paulo. Neste caso, porém, os modelos produzidos no local - a picape S10 e o utilitário esportivo Trailblazer - não foram, a principio, contemplados pelas medidas de redução de preços do governo.
Hoje, o complexo industrial produz as versões hatch e sedã do modelo Chevrolet Onix, que é líder de vendas na América do Sul. 

A Agência Estado informou ainda, que, segundo o sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos, a fábrica, pela queda da demanda, vai interromper não só a produção de carros, mas também de motores, bem como parte dos departamentos administrativos. Haverá também férias coletivas para trabalhadores da linha de transmissões no período de 19 a 28 de junho.
Em nota, a GM confirmou os dias de interrupção. "A fábrica da General Motors em Gravataí, no Rio Grande do Sul, irá conceder férias coletivas aos seus empregados entre os dias 12 e 21 de junho para adequação dos volumes de produção", disse.
Na esteira do pacote do governo, a Volkswagen desistiu de suspender parte da produção em Taubaté, no interior paulista, mas não em São José dos Pinhais, no Paraná, onde produz o utilitário esportivo T-Cross. Ainda que o modelo tenha opções abaixo do teto de preço anunciado pelo governo, os trabalhadores de um dos turnos da unidade paranaense tiveram hoje contratos de trabalho suspensos, o chamado layoff. A medida deve durar entre dois e cinco meses.
A produção de veículos no Brasil aumentou 8% no primeiro trimestre de 2023, enquanto a venda subiu 16,3%, ambos em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, mostrou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Apesar de o número representar alta em relação ao ano passado, o primeiro trimestre de 2022 foi o pior resultado da indústria automobilística desde 2004.






Governo detalha pacote para carro popular com custo de R$ 1,5 bilhão; para compensar, diesel sobe R$ 0,11

Onze dias após anunciar a criação de um programa para incentivar a compra de carros, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) formalizou o lançamento da política com um alcance mais amplo e confirmou a retomada parcial da tributação sobre o diesel para compensar a renúncia fiscal.

A alíquota sobre o combustível, que ficaria zerada até 31 de dezembro de 2023, vai subir a R$ 0,11 a partir de setembro, após a chamada noventena - antecedência de 90 dias exigida para aplicar um aumento de tributos.

A medida deve render aproximadamente R$ 3 bilhões em novas receitas neste ano. Elas serão usadas para compensar o custo de R$ 1,5 bilhão do programa de incentivo às montadoras.

Inicialmente, o foco da política eram os carros de até R$ 120 mil, mas nos últimos dias o governo decidiu contemplar também caminhões e ônibus. "Entendemos que é uma medida transitória, apenas quatro meses, até que caia a taxa de juros", disse o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
A formulação de um programa para fomentar a compra de automóveis foi anunciada pela primeira vez em 25 de maio por Alckmin.

Na ocasião, porém, o programa ainda não estava totalmente fechado -como consequência, as vendas desabaram à espera dos descontos.

Num primeiro momento, o Mdic informou que a redução nos preços finais ficaria entre 1,5% e 10,96%. Após conversas com o Ministério da Fazenda, porém, o programa foi redesenhado, e a desoneração direta de tributos deu lugar a um novo modelo.

O governo vai conceder um crédito tributário às montadoras que venderem os veículos com descontos aos consumidores. Sob esse desenho, o consumidor terá uma redução no preço, e o valor do desconto aplicado será convertido em crédito para a indústria automobilística usar, em um segundo momento, para abater tributos devidos à União.

Para o consumidor, o efeito será um desconto entre R$ 2.000 e R$ 8.000 no valor de aquisição dos automóveis. Segundo Alckmin, isso representa um desconto entre 1,6%, e 11,6% nos valores atuais. "O desconto será em dinheiro", disse.

Os benefícios serão concedidos até os limites de R$ 500 milhões para carros, R$ 300 milhões para ônibus e R$ 700 milhões para caminhões. As cifras funcionarão como uma espécie de trava: quando os créditos atingirem esse montante, o incentivo do governo será encerrado.
Quanto menor for o preço do veículo, maior tende a ser o abatimento. Os modelos mais baratos, que hoje custam cerca de R$ 70 mil, devem ter o desconto maior, de R$ 8.000 (11,6%). Já um modelo que custe R$ 120 mil deve ter o menor benefício (R$ 2.000, ou 1,6%).
O programa deve durar até quatro meses.

No caso dos caminhões, o desconto poderá ser de R$ 33,6 mil a cerca de R$ 99 mil, mas estará condicionado ao descarte de outro caminhão com mais de 20 anos de uso. O mesmo limite deve ser aplicado aos ônibus.