Estaleiro Rio Grande recebe nova demanda de reparo de embarcação enquanto espera retomada da indústria naval

Navio sonda, da companhia Ocyan, está previsto para chegar ao Estado nos próximos dias

Por Jefferson Klein

Complexo gaúcho projeta aumento de postos de trabalho com o serviço
Mantendo-se ativo e aberto a oportunidades enquanto a indústria naval brasileira segue com uma tímida atividade, o Estaleiro Rio Grande espera para semana que vem a chegada do navio sonda da empresa Ocyan (antiga Odebrecht Óleo e Gás). A embarcação passará por reparos no complexo gaúcho, um serviço que deverá durar em torno de dois meses.
O diretor operacional da Ecovix (empresa responsável pela gestão do estaleiro), Ricardo Ávila, informa que a estrutura rio-grandina conta atualmente com cerca de 200 trabalhadores, mas esse número poderá chegar a algo entre 500 e 600 pessoas com a nova demanda. A embarcação que virá para o Estado é utilizada na perfuração de poços, sendo aproveitada para serviços contratados por empresas como a Petrobras.
Em abril, o Estaleiro Rio Grande já havia visita a Rio Grande, na segunda-feira (29), dos presidentes da Petrobras e da Transpetro, respectivamente Jean Paul Prates e Sérgio Bacci. Para o integrante da Ecovix, com a perspectiva de uma demanda crescente da Petrobras, que é a maior contratante do setor, será praticamente impossível não utilizar os estaleiros brasileiros.
“A visita chancela esse movimento e a fala dele (de Prates) foi muito clara dizendo que a Petrobras será uma indutora dessa indústria no País novamente”, enfatiza o diretor. Conforme ele, o presidente da Transpetro também mencionou que a empresa pretende fazer embarcações no Brasil, a exemplo do que ocorreu no passado.
“Mas, ambos foram categóricos em afirmar que tem que ser com responsabilidade para que não ocorra, mais uma vez, um ciclo de remobilização da indústria e daqui algum tempo uma desmobilização. Esse é o grande problema da indústria naval no País”, ressalta Ávila. O diretor da Ecovix salienta que a retomada da indústria naval não é algo que vai acontecer do “dia para a noite”. Nesse contexto, os estaleiros precisam se preparar, assim como será necessário fomentar novamente toda uma mão de obra para atuar no setor.