RS tem taxa de desemprego de 5,4% no 1° trimestre

Após sete trimestres seguidos de queda, índice volta a subir no Estado

Por JC

Acesso a recursos financeiros foi principal dificuldade para mudanças
A taxa de desocupação ficou em 5,4% no Rio Grande do Sul no primeiro trimestre deste ano, o que representa alta em relação ao último trimestre de 2022, que foi de 4,6%, mas recuo na comparação com os três primeiros meses do ano passado, quando registrou 7,5%. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE. Com isso, o desemprego volta a subir no Estado após sete trimestres consecutivos de queda, movimento iniciado no início de 2021, quando o mercado começou a se recuperar dos efeitos da pandemia.
Ainda de acordo com o levantamento, no Rio Grande do Sul, a população desocupada (337 mil pessoas) cresceu 16,4% (mais 47 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e recuou 27,3% (menos 127 mil pessoas) no ano. Em Porto Alegre, a desocupação atingiu 7% da força de trabalho, enquanto na Região Metropolitana a taxa foi de 7,1%, ambas estáveis frente ao trimestre anterior.
No Estado, a taxa de desocupação por sexo foi de 4,3% para os homens e 6,6% para as mulheres de janeiro a março de 2023. Já a taxa por cor ou raça ficou abaixo da média estadual (5,4%) para os brancos (4,9%) e acima para os pretos (8,9%) e pardos (6,3%).
No recorte por escolaridade, a taxa de desocupação para as pessoas com Ensino Fundamental completo (8,4,%) e Ensino Médio incompleto (8,3%) foram maiores que as taxas dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com Nível Superior incompleto, a taxa foi de 5,6%, o dobro da verificada para o Nível Superior completo (2,8%).
O contingente de pessoas ocupadas (5,9 milhões) ficou estável ante o trimestre anterior e cresceu 3,2% (mais 185 mil pessoas) ante o mesmo trimestre do ano anterior. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), estimado em 62,3%, não teve alteração significativa frente ao trimestre anterior e subiu 2,2 p.p. ante igual trimestre do ano anterior (60,2%).
A taxa composta de subutilização (11,5%) se manteve estável em relação ao 4º trimestre de 2022 e caiu 4,5 p.p. ante o 1º trimestre de 2022 (16,0%). A população subutilizada (743 mil pessoas) também ficou estável frente ao trimestre anterior e recuou 28,3% (menos 294 mil pessoas) na comparação anual.
O contingente de pessoas fora da força de trabalho (3,2 milhões de pessoas) não teve alteração significativa nem ante o 4º trimestre de 2022, nem ante o primeiro trimestre do ano passado. A população desalentada (64 mil pessoas) ficou estável em relação ao trimestre anterior e caiu 37,2% (menos 38 mil pessoas) na comparação anual. O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (1,0%) também ficou estável frente ao trimestre anterior e caiu 0,6 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2022.
No 1º trimestre de 2023, a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) foi estimada em 6,3 milhões de pessoas, estatisticamente estável ante o 4º trimestre e ante o mesmo 1º trimestre do ano anterior.
 

Rendimento do trabalhador gaúcho recua e número com carteira de trabalho fica estável

O rendimento real habitual (R$ 3.167) teve queda de 2,8% frente ao trimestre anterior (R$ 3.257) e cresceu 6,0% no ano (R$ 2.988) no Rio Grande do Sul. A massa de rendimento real habitual (R$ 18,2 bilhões) também diminuiu 3,2% frente ao trimestre anterior (R$ 18,8 bilhões), mas cresceu 9,4% na comparação anual (R$ 16,6 bilhões).
A taxa de informalidade foi de 32% da população ocupada no Estado (ou 1,9 milhão de trabalhadores informais), contra 31,7% no trimestre anterior e 32,8% no mesmo trimestre do ano anterior.
Já o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado no Rio Grande do Sul foi de 2,5 milhões, ficando estável frente ao trimestre anterior e crescendo 5,6% (mais 131 mil pessoas) na comparação anual. Os dados não envolvem os trabalhadores domésticos.
Já o número de empregados sem carteira assinada no setor privado (533 mil pessoas) se manteve no mesmo patamar tanto do trimestre anterior, quanto do mesmo trimestre do ano passado.
Não tiveram variação significativa nem na comparação trimestral, nem na anual, os contingentes de trabalhadores por conta própria (1,5 milhão de pessoas), trabalhadores domésticos (315 mil), empregadores (328) e empregados no setor público (640 mil pessoas).