A preocupação que o Polo Petroquímico de Triunfo sofra grandes impactos devido ao desequilíbrio proporcionado com a entrada de resinas e produtos plásticos acabados no Brasil, através da Zona Franca de Manaus, a custos inferiores aos dos artigos nacionais por causa de vantagens tributárias já mobiliza políticos e empresários gaúchos. Uma audiência pública para avaliar a queda da produção e das vendas das empresas do polo de Triunfo, bem como os reflexos causados na economia do Rio Grande do Sul, será realizada nesta quarta-feira (31), às 11h, na Assembleia Legislativa.
O pedido do encontro foi feito pelo deputado Miguel Rossetto (PT) e aceito pela Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo. O parlamentar já atuou no setor, exercendo no passado o cargo de presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Porto Alegre e Triunfo/RS (Sindipolo). “Queremos compreender o que está acontecendo, para evitar a redução das atividades do Polo Petroquímico do Rio Grande do Sul”, diz o parlamentar.
Ele adianta que participarão da reunião representantes da Braskem (principal companhia do polo gaúcho), de empresas transformadoras de plástico, de trabalhadores e do governo do Estado. Rossetto considera a situação como crítica, pois implica uma perda relevante de arrecadação de ICMS para o Estado. Segundo o deputado, informações repassadas pela Braskem indicam que a empresa recolheu para o Rio Grande do Sul, em 2001, cerca de R$ 2,1 bilhões. Onze anos depois, em 2022, o resultado caiu para em torno de R$ 940 milhões. O parlamentar adverte que esse cenário se deve à redução das vendas do polo petroquímico local.
Rossetto revela que a preocupação com a perda da competitividade do complexo já foi manifestada por ele ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Sobre a audiência de quarta-feira, o presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast-RS), Gerson Haas, considera a reunião como de extrema importância. O dirigente, além de liderar o Sinplast-RS, representará a Fiergs no encontro.
De acordo com Haas, a produção de resinas termoplásticas da Braskem está bem superior ao seu patamar de comercialização, restando à companhia fazer estoques de produtos. “Eles vão ter que parar de operar alguma planta, na Bahia (onde o grupo também possui unidades) ou aqui, se a coisa não mudar urgentemente”, adverte o dirigente.
Apesar do receio de Haas, em maio, quando a Braskem apresentou seu balanço financeiro, o vice-presidente de Olefinas e Poliolefinas da companhia na América do Sul, Edison Terra, afirmou que não via possibilidade de uma interrupção de suas fábricas devido à questão da Zona Franca de Manaus.
O presidente do Sinplast-RS comenta que uma reivindicação dos transformadores gaúchos que pode funcionar para atenuar a distorção concorrencial seria a concessão de crédito presumido de ICMS para a cadeia do plástico, principalmente em segmentos fabricantes de sacolas, tampas, filmes técnicos e lonas. “Isso seria uma medida paliativa para ganharmos um pouco de competitividade em relação à Zona Franca de Manaus”, assinala o dirigente. Ele ressalta que esse pleito já foi apresentado ao governo gaúcho.
O presidente do Sinplast-RS comenta que uma reivindicação dos transformadores gaúchos que pode funcionar para atenuar a distorção concorrencial seria a concessão de crédito presumido de ICMS para a cadeia do plástico, principalmente em segmentos fabricantes de sacolas, tampas, filmes técnicos e lonas. “Isso seria uma medida paliativa para ganharmos um pouco de competitividade em relação à Zona Franca de Manaus”, assinala o dirigente. Ele ressalta que esse pleito já foi apresentado ao governo gaúcho.