Depois de uma comitiva do governo gaúcho ter viajado a Brasília em abril para tratar da implantação da Termelétrica Rio Grande, que utilizará como combustível o gás natural liquefeito (GNL), novamente um grupo liderado pelo governador Eduardo Leite deverá seguir para a capital federal, porém dessa vez para apresentar a questão ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Essa será a primeira reunião com o dirigente para discutir o tópico.
“Como há um novo ministro, é muito importante que ele esteja atualizado sobre a relevância do projeto”, diz o prefeito de Rio Grande, Fábio Branco. O dirigente foi um dos participantes da reunião realizada nesta terça-feira (16), no Palácio Piratini, para organizar com o governador a ida a Brasília, que deve ocorrer na próxima semana.
A termelétrica é projetada para uma capacidade instalada de 1.238 mil MW (o que equivale a aproximadamente um terço da demanda média de energia elétrica do Rio Grande do Sul). O empreendimento prevê ainda a instalação de uma planta de regaseificação de GNL e de um píer no porto de Rio Grande para receber as embarcações que movimentarão o combustível.
Em 2014, com a condução do grupo Bolognesi, a usina venceu um leilão de energia para comercializar a sua geração e permitir a sua implantação. Porém, devido a atrasos quanto ao cronograma original das obras (a perspectiva era de que a operação da termelétrica acontecesse até janeiro de 2019), que passaram por dificuldades quanto à liberação do licenciamento ambiental na época, a outorga do projeto da usina foi revogada pela Aneel em 2017. Hoje, o grupo Bolognesi tem um acerto de transferência dos direitos do empreendimento para a companhia espanhola Cobra, entretanto para essa medida ser concretizada é necessário o consentimento da Aneel e a confirmação que a térmica conseguirá vender sua produção de energia.
No encontro com o ministro de Minas e Energia, o prefeito de Rio Grande adianta que, além de apresentar o empreendimento, será comentada a sugestão que foi apresentada na Aneel para o prosseguimento da iniciativa com a mudança do modelo de contrato da termelétrica. O novo acordo seria firmado como de energia de reserva, no qual as usinas que se monetizam dessa forma são utilizadas para elevar a segurança no fornecimento no Sistema Interligado Nacional (SIN), complementando os volumes de geração disponíveis e diminuindo os riscos de abastecimento quando os reservatórios das hidrelétricas estão baixos.
Branco ressalta que, assim como a questão da geração de energia, o projeto é importante porque viabilizará uma nova oferta de gás natural no Rio Grande do Sul. Já o gerente de planejamento e desenvolvimento da Portos RS (empresa pública responsável por administrar o sistema hidroportuário gaúcho), Fernando Estima, acrescenta que o porto de Rio Grande pode propiciar as condições para a implantação de uma estrutura de recebimento do gás natural e sua distribuição. Ele lembra que esse combustível será utilizado não apenas pela termelétrica, mas também por diversos outros ramos da economia. “Vamos buscar o apoio político para esse projeto”, reforça Estima.