Apesar da preocupação das empresas de transformação do Rio Grande do Sul com o desequilíbrio de mercado causado pelos incentivos fiscais que as importações de matérias-primas e produtos plásticos que entram pela Zona Franca de Manaus contam, a situação não deve causar transtornos mais intensos para o polo petroquímico de Triunfo. Maior empresa do complexo, a Braskem não vê possibilidade de uma interrupção de suas fábricas devido a esse cenário.
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O vice-presidente de Olefinas e Poliolefinas da Braskem na América do Sul, Edison Terra, comenta que a Zona Franca de Manaus é uma realidade na indústria brasileira e da transformação plástica há muitos anos e não é uma questão que impactaria em uma decisão de parada de planta. “Acho que esse é um tema de atenção para toda a cadeia. Associações, sindicatos e representantes do setor produtivo precisam buscar entender e encontrar formas para nivelar essa competitividade e evitar que esse tipo de distorção prejudique a indústria de transformação que se encontra em outros estados do País”, defende.
Terra foi um dos executivos da Braskem que participaram nesta terça-feira (9) da divulgação do resultado financeiro da companhia nesse primeiro trimestre. A empresa encerrou os três primeiros meses de 2023 com lucro líquido de R$ 242,4 milhões, o que representa uma queda de 94% em relação ao mesmo período do ano anterior. Durante a coletiva à imprensa, os dirigentes da companhia foram indagados sobre as recentes notícias de propostas de venda da Braskem. No entanto, a diretora de Relações com Investidores da empresa, Rosana Avolio, frisou que quem conduz esse processo são os acionistas Novonor e Petrobras.
O presidente da Braskem, Roberto Bischoff, acrescentou que se trata de um tópico que vem sendo tratado há muito tempo e não afeta a operação. “Como companhia, nossa vida continua normal”, afirma. Sobre a ampliação da unidade de eteno verde (feito de etanol oriundo da cana-de-açúcar) em Triunfo, que está passando sua capacidade de 200 mil toneladas para 260 mil toneladas anuais, o avanço físico na expansão da capacidade chegou a 94%.
A Braskem também estuda a construção de uma planta de polipropileno verde, no entanto nessa disputa o Rio Grande do Sul sai atrás de outras opções. “O local prioritário para discussão nesse momento são os Estados Unidos, que permitiria uma melhor integração com a capacidade produtiva de etanol americano com a nossa capacidade produtiva de polipropileno”, argumenta o vice-presidente de Olefinas e Poliolefinas da Braskem na América do Sul, Edison Terra.