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Economia

INDÚSTRIA

- Publicada em 09 de Maio de 2023 às 08:37

Em análise na Anvisa, regulação de alternativas ao cigarro é discutida na Suíça

Na Suíça, é possível ver diversas lojas de cigarros eletrônicos  nas ruas

Na Suíça, é possível ver diversas lojas de cigarros eletrônicos nas ruas


Mauro Belo Schneider/Especial/JC
De Neuchâtel (Suíça)
De Neuchâtel (Suíça)
Com atuação bastante ativa nas cidades gaúchas de Santa Cruz do Sul e de Venâncio Aires, a indústria do tabaco está no foco das discussões na Suíça. Na pequena cidade de Neuchâtel, próximo a Genebra, o desafio de regular as alternativas ao cigarro tradicional, chamadas de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), é debatido entre executivos e pesquisadores.

Os cigarros eletrônicos e o tabaco aquecido seguem banidos no Brasil, mas o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, já teria dito que a decisão final deve sair ainda em 2023. A proibição da agência brasileira é justificada como “proteção da população quanto aos riscos acarretados pelo uso dos DEF, em especial de crianças e adolescentes”. Até o dia 11 de maio, a Anvisa recebe contribuições a um documento com evidências técnicas e científicas sobre o tema.

A bandeira vermelha à inovação no setor do tabaco não foi levantada apenas no Brasil. Na América do Sul, a Argentina, por exemplo, é outro local onde há polêmica. Por isso, o setor percebe a necessidade de ampliar a discussão.

No centro de pesquisa e desenvolvimento da Philip Morris International (PMI), Cubo, o chamado Technovation Day recebe jornalistas de diversas partes do mundo com o objetivo de fazer a mídia abordar o tema. “Ceticismo no início é ok, mas tem que haver um momento para abrir a cabeça e ver a oportunidade de avançar”, diz o CEO da empresa, Jacek Olczak, sobre a recusa de alguns governos em aprovar a pauta. Ele acrescenta que, em 2016, a Phillip Morris se comprometeu a defender um futuro sem fumaça até 2025.
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“Queremos que o cigarro seja uma peça de museu”, afirma o presidente da companhia que detém 17% do mercado mundial de cigarros, com grifes como Malboro, L&M e Chesterfield.

Isso seria possível, conforme o executivo, com a regulação de seu tabaco aquecido, produto que é anunciado como uma alternativa com 90% menos itens tóxicos que o cigarro tradicional. Liberado no Japão desde 2015, o uso indica diminuição do fumo entre a população. Sua tecnologia, através da marca IQOS, é baseada em acendimento sem combustão.

Tommaso Di Giovanni, vice-presidente internacional de Comunicação da PMI, compara as barreiras regulatórias no processo de inovação às aplicadas em outros mercados no passado, como o de carne vegetal, cerveja sem álcool, lâmpadas LED e painéis solares. Ele lembra, ainda, que em 1997 as Nações Unidas publicaram um documento pedindo que fossem reduzidos os ingredientes tóxicos dos cigarros. O mesmo foi feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2015. A proibição em alguns mercados, portanto, é vista como controversa.

“Melhores produtos existem, não dar informação é motivar as pessoas a continuarem fumando”, destaca Olczak, lembrando da necessidade do setor público e privado trabalharem juntos na busca de soluções para o tabagismo.

A Suíça é um exemplo de país com regulação para os DEFs. Em Neuchâtel, há diversas lojas descoladas e com linguagem atraente a jovens exclusivas na venda dos produtos, com uma grande variedade de sabores e de nicotina líquida. 
Em 2022, a PMI somou US$ 12 bilhões em vendas nos produtos que entram na categoria smoke-free (sem fumaça).
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