Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

Combustíveis

- Publicada em 04 de Maio de 2023 às 18:30

CNT mapeia 12 projetos de hidrogênio verde a serem realizados no Brasil, um deles no RS

Energia eólica offshore é uma das formas para gerar o combustível

Energia eólica offshore é uma das formas para gerar o combustível


PAUL ELLIS/AFP/JC
Apesar da produção de hidrogênio verde ainda ser algo incipiente no mundo, o Brasil já percebeu o potencial desse mercado e os projetos nessa área começam a aparecer. Segundo a publicação da Confederação Nacional do Transporte (CNT) Hidrogênio Renovável — Uma das rotas para descarbonizar o transporte rodoviário, atualmente pelo menos 12 iniciativas dessa natureza estão em estudo de viabilidade, concepção, decisão final de investimento ou em construção no País. Um desses empreendimentos é no Rio Grande do Sul e conduzido pela companhia White Martins.
Apesar da produção de hidrogênio verde ainda ser algo incipiente no mundo, o Brasil já percebeu o potencial desse mercado e os projetos nessa área começam a aparecer. Segundo a publicação da Confederação Nacional do Transporte (CNT) Hidrogênio Renovável — Uma das rotas para descarbonizar o transporte rodoviário, atualmente pelo menos 12 iniciativas dessa natureza estão em estudo de viabilidade, concepção, decisão final de investimento ou em construção no País. Um desses empreendimentos é no Rio Grande do Sul e conduzido pela companhia White Martins.

Conforme o levantamento da CNT, o projeto no Estado encontra-se na fase de concepção e utilizará como fonte de energia para gerar o hidrogênio a eólica offshore (no mar). Para o combustível ter o título de “verde”, ele precisa ser produzido a partir de fontes renováveis e depois é possível aproveitá-lo para ações como armazenar e gerar energia por meio de células de combustível (em veículos de pequeno, médio e grande porte, como automóveis e caminhões), assim como pode servir como insumo para a produção siderúrgica, química, petroquímica, alimentícia e de bebidas e para o aquecimento de edificações. A partir do hidrogênio verde também é viável obter a amônia verde, aproveitada pela indústria de fertilizantes.
JORNAL DO COMÉRCIO
A White Martins já assinou com o governo gaúcho memorando de entendimento para implementação do programa Hidrogênio Verde – Construir e desenvolver energias renováveis no RS. O objetivo é possibilitar que o Estado e a empresa identifiquem as medidas necessárias a fim de oportunizar a construção e a operação de uma planta industrial de hidrogênio verde e amônia verde. Um município visto como opção para receber o projeto é o de Rio Grande, que conta com o maior distrito industrial do Estado (2,58 mil hectares) e vantagens logísticas, com a disponibilidade do complexo portuário local.
Em âmbito global, de acordo com o estudo apresentado pela CNT, o Brasil, entre 86 países considerados, ocupa a 21ª colocação no ranking com o maior número de projetos de produção de hidrogênio a serem desenvolvidos. A Alemanha está na primeira posição dessa lista, totalizando 182 iniciativas. Ainda segundo a pesquisa, a comercialização de caminhões e ônibus pesados movidos a hidrogênio já ocorre em alguns países, oferecendo, assim, mais uma opção de tecnologia automotiva para os transportadores que buscam diversificar suas frotas.
Um protótipo de ônibus movido com esse combustível foi apresentado pela gaúcha Marcopolo em 2022, no Salão Internacional do Automóvel, realizado na Alemanha. A empresa desenvolveu a carroceria do veículo compatível com o modelo Audace 1050, cuja parte tecnológica das células de combustível com quatro baterias elétricas foi fornecida pela produtora Sinosynergy e o chassi, pelas fornecedoras Feichi Bus e Allenbus. O ônibus tem capacidade para transporte de até 53 passageiros e autonomia que pode chegar a 600 quilômetros, sendo fornecido nas versões com 11,9 e 12,6 metros de comprimento.
Entre as vantagens do uso do hidrogênio verde como combustível, a CNT cita a diminuição das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) do segmento rodoviário e poder levar à redução do aquecimento global e das mudanças climáticas, aumento da oferta de novas fontes renováveis para abastecimento de caminhões e ônibus e expansão das opções de veículos mais limpos para o transportador. Em contrapartida, entre os desafios para consolidar essa cadeia estão o fato de demandar grande quantidade de energia renovável, ainda em crescimento no País, a necessidade de um volume considerável de água como matéria-prima e o enfrentamento de um mercado energético dominado pelos combustíveis fósseis.