Idealizado pelo governo federal com o objetivo de aumentar a competitividade do gás natural no Brasil, o programa Gás Para Empregar é visto pelas companhias da área química como uma ferramenta que possibilitará destrancar aportes no setor. “Ele é essencial não somente para aumentar nossa capacidade produtiva, hoje ociosa em cerca de 30%, como para criar investimentos químicos no Brasil”, afirma o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos Cordeiro.
O dirigente esteve reunido nesta terça-feira (2) com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Em função da articulação da Abiquim com o Ministério de Minas e Energia no programa Gás Para Empregar, as associadas da entidade informaram que poderão realizar investimentos da ordem de R$ 70 bilhões para modernização e construção de novas unidades de fertilizantes e de produtos químicos em todo o País.
Entre as ações propostas pelo programa Gás Para Empregar estão o incremento da oferta de gás natural da União no mercado doméstico, aumentar a disponibilidade do combustível para a produção nacional de fertilizantes nitrogenados, insumos petroquímicos e outros setores e integrar o gás natural à estratégia nacional de transição energética.
Sobre o programa, o presidente da Frente Parlamentar da Química (FPQuímica), deputado federal Afonso Motta (PDT), argumenta que toda a iniciativa que estimula a geração de emprego e renda precisa ser valorizada. No entanto, ele ressalta que se trata de uma sinalização que ainda está longe de ter uma efetividade.
Motta comenta que a indústria química brasileira tem se enfraquecido, pois o processo de competição do setor é global. “Se nós não protegermos a condição da indústria brasileira de competir, só produzirá mais déficit”, alerta o parlamentar. O déficit acumulado na balança comercial brasileira de produtos químicos atingiu US$ 11,5 bilhões no primeiro trimestre deste ano.