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Reunião sobre termelétrica de Rio Grande termina sem definição em Brasília
Para seguir na implantação da termelétrica, o investimento precisa que a Aneel derrube o embargo feito ao projeto, ainda em 2017
As negociações para viabilizar o projeto de termelétrica à gás de Rio Grande ocorreram, nesta quarta-feira (26), em reunião na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em Brasília. Apesar disso, o encontro terminou sem uma definição sobre o impasse da implementação da usina, que está embargada pela Agência desde 2017, após atrasos nas obras por parte do grupo Bolognesi. A comitiva liderada pelo governador Eduardo Leite, junto a empresários e outros representantes governamentais, debateu o assunto ao lado dos diretores da Aneel. Agora, o órgão afirma que o assunto precisa ser debatido com mais profundidade com o Ministério de Minas e Energia.
Segundo o prefeito de Rio Grande, Fábio Branco, que estava presente no encontro, a Aneel viu "com bons olhos" as novas propostas de contrato sugeridas na ocasião para implementação da termelétrica. "A reunião foi boa, mas não conclusiva. Foram debatidos todos os argumentos novamente. Falamos da importância [do projeto], o que já fizemos outras vezes. Mas tem uma discussão nova aí, que seria a possibilidade da troca de modelo de contrato. O diretor técnico já está analisando", afirmou Branco. Conforme o prefeito de Rio Grande, no entanto, ainda não há prazo para resposta da Aneel.
De acordo com informações publicadas no site oficial do governo do Estado, o diretor da Aneel, Sandoval Feitosa, disse, ainda, que o assunto precisa ser discutido com mais profundidade, principalmente com o Ministério de Minas e Energia. Segundo Feitosa, é preciso detalhar a demanda de energia no país, o que colaboraria com a reativação do projeto.
Para seguir na implantação da termelétrica, o investimento precisa que a Aneel derrube o embargo feito ao projeto, ainda em 2017. Na época, essa decisão foi resultado de uma dificuldade da empresa anteriormente responsável pela termoelétrica, o grupo Bolognesi, para iniciar as obras por conta do licenciamento ambiental (a previsão era que as operações acontecessem em janeiro de 2019). A ideia é que o grupo transfira os direitos do empreendimento para a companhia Cobra. O governo do Estado informou que atua para resolver o impasse e já concedeu, a partir da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), as licenças ambientais para possibilitar o investimento.
Se aprovado, o projeto pode resultar em um investimento de até R$ 6 bilhões e atender cerca de um terço da demanda de energia do Estado, já que a unidade teria uma potência instalada de 1.238 mil MW. O governador Eduardo Leite afirma que a liberação da termelétrica à gás representaria uma vitória e que traria uma oferta maior de energia para atrair investimentos para o sul gaúcho. "A gente considera estratégico para o estado e, claro, especialmente para a região sul do Estado. Estamos lutando muito para garantir as condições de implantação desta usina", pondera Leite.
Além disso, a obra da termelétrica vai possibilitar a operação de um terminal de gás natural liquefeito (GNL) no Porto de Rio Grande e, com isso, ampliar a oferta de energia no sul do Estado e possibilitar a atração de investimentos industriais na região. Na oportunidade, os projetos de exploração de energia eólica offshore (com turbinas localizadas em alto-mar ou em áreas de lagoa) no Rio Grande do Sul também foram pauta.