Nordex avalia implementar unidade de torres eólicas no RS

Empreendimento dependerá que haja demanda do mercado regional

Por Jefferson Klein

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Uma prova das boas perspectivas para o cenário das energias renováveis no Rio Grande do Sul é o interesse da empresa Nordex em instalar no Estado uma planta de torres de concreto utilizadas para a geração eólica. A companhia, que nasceu na Dinamarca e tem hoje sua sede em Hamburgo, na Alemanha, já possui fábricas de torres no Brasil, no Rio Grande do Norte e na Bahia, e entregou mais de 1 mil estruturas dessa natureza no País, no período de dez anos.
O diretor de vendas da Nordex, Federico Bianchi, explica que o progresso da iniciativa está condicionado à demanda do mercado. “É uma tecnologia que faz muito sentido no Sul, por conta dos custos logísticos que implicaria trazer as torres do Nordeste”, argumenta. De acordo com Bianchi, em princípio, a ideia seria uma planta para uma capacidade de fabricação de duas a quatro torres a cada semana. O diretor da Nordex estima que um empreendimento desse porte absorveria um investimento entre € 5 milhões a € 10 milhões e a geração de empregos seria na ordem de 250 a 300 postos de trabalho.
Apesar do foco da Nordex ser na energia eólica onshore (em terra), Bianchi participou nesta terça-feira (18) do Audiência pública discute geração eólica na Lagoa dos Patos

Ibama alerta para cuidados quanto à proximidade dos empreendimentos da costa

A concessão de licenças ambientais para projetos eólicos offshore no mar do Brasil ficará a cargo do Ibama. E um dos pontos para os quais o órgão ambiental chama a atenção é o cuidado que os empreendedores deverão ter quanto ao distanciamento dos complexos da costa.
“A gente vê que muitos projetos estão previstos próximos à costa e há a situação do impacto visual, que é relevante”, aponta o coordenador de Licenciamento Ambiental de Energia Nuclear, Térmicas, Eólicas e Outras Fontes Alternativas do Ibama, Eduardo Wagner. Outro tópico é o reflexo em comunidades pesqueiras artesanais que, segundo ele, não é tanto o caso do Rio Grande do Sul, porém no Nordeste há centenas desses grupos.
No Estado, um dos principais interessados na questão da energia offshore e do hidrogênio verde é o município de Rio Grande. O prefeito da cidade, Fábio Branco, comenta que se percebe que os empreendedores estão prontos para fazerem seus investimentos e, se for dada a segurança jurídica para os projetos, eles sairão do papel. Ele destaca que o município possui uma posição estratégica nesse contexto, tanto pelo potencial de ventos para geração de energia limpa como pelo diferencial logístico por contar com um complexo portuário e acesso ao mar.