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Energia

- Publicada em 18 de Abril de 2023 às 19:00

Nordex avalia implementar unidade de torres eólicas no RS

Evento Wind of Change é realizado em Porto Alegre e encerra hoje

Evento Wind of Change é realizado em Porto Alegre e encerra hoje


Jefferson Klein/Especial/JC
Uma prova das boas perspectivas para o cenário das energias renováveis no Rio Grande do Sul é o interesse da empresa Nordex em instalar no Estado uma planta de torres de concreto utilizadas para a geração eólica. A companhia, que nasceu na Dinamarca e tem hoje sua sede em Hamburgo, na Alemanha, já possui fábricas de torres no Brasil, no Rio Grande do Norte e na Bahia, e entregou mais de 1 mil estruturas dessa natureza no País, no período de dez anos.O diretor de vendas da Nordex, Federico Bianchi, explica que o progresso da iniciativa está condicionado à demanda do mercado. “É uma tecnologia que faz muito sentido no Sul, por conta dos custos logísticos que implicaria trazer as torres do Nordeste”, argumenta. De acordo com Bianchi, em princípio, a ideia seria uma planta para uma capacidade de fabricação de duas a quatro torres a cada semana. O diretor da Nordex estima que um empreendimento desse porte absorveria um investimento entre € 5 milhões a € 10 milhões e a geração de empregos seria na ordem de 250 a 300 postos de trabalho.Apesar do foco da Nordex ser na energia eólica onshore (em terra), Bianchi participou nesta terça-feira (18) do Wind of Change - Encontro de investidores em Hidrogênio Verde e Eólicas Offshore/Nearshore que ocorre até esta quarta-feira (19), no Hotel Laghetto Moinhos, em Porto Alegre. O termo offshore é utilizado para usinas que são desenvolvidas no mar e o nearshore em parques implementados em lagoas.O presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Guilherme Sari, ressalta que o evento contribui para trazer para dentro do Rio Grande do Sul um ambiente de negócios. "O Estado é um forte player do setor de energia, principalmente de fontes renováveis", salienta o dirigente. Por sua vez, a diretora de Operações e Sustentabilidade da entidade, Daniela Cardeal, lembra que já está sendo discutido o regramento da energia eólica offshore, com abertura para que os investidores participem desse debate. "Essa transição tem que acontecer de forma tranquila e equilibrada", sustenta.No caso da geração nearshore, Daniela diz que uma das maiores dúvidas é sobre a questão da cessão de uso das áreas que serão aproveitadas para a produção desse tipo de energia. Ela enfatiza que os empreendedores precisam ter segurança que o Estado estabelecerá o modelo dessa cessão e definirá o formato de licenciamento ambiental. A integrante do Sindienergia-RS defende que essa discussão deve ser feita também dentro do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). A secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, considera que essa medida seja possível, pois se trata de um espaço onde se trabalha tecnicamente as questões ambientais, mas que possui um olhar múltiplo.Marjorie adianta que ainda neste primeiro semestre deverá ser lançada uma lista dos estudos necessários para entender quais são as fragilidades da Lagoa dos Patos quanto à eventual geração eólica no local. O assessor de energia da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura, Eberson Silveira, complementa que o potencial de geração eólica nas grandes lagoas gaúchas (Patos, Mirim e Mangueira) é de 34 mil MW (mais de oito vezes a demanda média de energia do Rio Grande do Sul). No offshore, ele informa que o Estado possui um potencial para 80 mil MW.
Uma prova das boas perspectivas para o cenário das energias renováveis no Rio Grande do Sul é o interesse da empresa Nordex em instalar no Estado uma planta de torres de concreto utilizadas para a geração eólica. A companhia, que nasceu na Dinamarca e tem hoje sua sede em Hamburgo, na Alemanha, já possui fábricas de torres no Brasil, no Rio Grande do Norte e na Bahia, e entregou mais de 1 mil estruturas dessa natureza no País, no período de dez anos.
O diretor de vendas da Nordex, Federico Bianchi, explica que o progresso da iniciativa está condicionado à demanda do mercado. “É uma tecnologia que faz muito sentido no Sul, por conta dos custos logísticos que implicaria trazer as torres do Nordeste”, argumenta. De acordo com Bianchi, em princípio, a ideia seria uma planta para uma capacidade de fabricação de duas a quatro torres a cada semana. O diretor da Nordex estima que um empreendimento desse porte absorveria um investimento entre € 5 milhões a € 10 milhões e a geração de empregos seria na ordem de 250 a 300 postos de trabalho.
Apesar do foco da Nordex ser na energia eólica onshore (em terra), Bianchi participou nesta terça-feira (18) do Wind of Change - Encontro de investidores em Hidrogênio Verde e Eólicas Offshore/Nearshore que ocorre até esta quarta-feira (19), no Hotel Laghetto Moinhos, em Porto Alegre. O termo offshore é utilizado para usinas que são desenvolvidas no mar e o nearshore em parques implementados em lagoas.
O presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Guilherme Sari, ressalta que o evento contribui para trazer para dentro do Rio Grande do Sul um ambiente de negócios. "O Estado é um forte player do setor de energia, principalmente de fontes renováveis", salienta o dirigente. Por sua vez, a diretora de Operações e Sustentabilidade da entidade, Daniela Cardeal, lembra que já está sendo discutido o regramento da energia eólica offshore, com abertura para que os investidores participem desse debate. "Essa transição tem que acontecer de forma tranquila e equilibrada", sustenta.
No caso da geração nearshore, Daniela diz que uma das maiores dúvidas é sobre a questão da cessão de uso das áreas que serão aproveitadas para a produção desse tipo de energia. Ela enfatiza que os empreendedores precisam ter segurança que o Estado estabelecerá o modelo dessa cessão e definirá o formato de licenciamento ambiental. A integrante do Sindienergia-RS defende que essa discussão deve ser feita também dentro do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). A secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, considera que essa medida seja possível, pois se trata de um espaço onde se trabalha tecnicamente as questões ambientais, mas que possui um olhar múltiplo.
Marjorie adianta que ainda neste primeiro semestre deverá ser lançada uma lista dos estudos necessários para entender quais são as fragilidades da Lagoa dos Patos quanto à eventual geração eólica no local. O assessor de energia da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura, Eberson Silveira, complementa que o potencial de geração eólica nas grandes lagoas gaúchas (Patos, Mirim e Mangueira) é de 34 mil MW (mais de oito vezes a demanda média de energia do Rio Grande do Sul). No offshore, ele informa que o Estado possui um potencial para 80 mil MW.

Ibama alerta para cuidados quanto à proximidade dos empreendimentos da costa

A concessão de licenças ambientais para projetos eólicos offshore no mar do Brasil ficará a cargo do Ibama. E um dos pontos para os quais o órgão ambiental chama a atenção é o cuidado que os empreendedores deverão ter quanto ao distanciamento dos complexos da costa.
“A gente vê que muitos projetos estão previstos próximos à costa e há a situação do impacto visual, que é relevante”, aponta o coordenador de Licenciamento Ambiental de Energia Nuclear, Térmicas, Eólicas e Outras Fontes Alternativas do Ibama, Eduardo Wagner. Outro tópico é o reflexo em comunidades pesqueiras artesanais que, segundo ele, não é tanto o caso do Rio Grande do Sul, porém no Nordeste há centenas desses grupos.
No Estado, um dos principais interessados na questão da energia offshore e do hidrogênio verde é o município de Rio Grande. O prefeito da cidade, Fábio Branco, comenta que se percebe que os empreendedores estão prontos para fazerem seus investimentos e, se for dada a segurança jurídica para os projetos, eles sairão do papel. Ele destaca que o município possui uma posição estratégica nesse contexto, tanto pelo potencial de ventos para geração de energia limpa como pelo diferencial logístico por contar com um complexo portuário e acesso ao mar.