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Economia

MISSÃO RS AO CAZAQUISTÃO

- Publicada em 12 de Abril de 2023 às 15:42

Cazaquistão se abre ao mundo para diversificar economia

Centro Financeiro de Astana está instalado em prédios construídos para a Expo 2017

Centro Financeiro de Astana está instalado em prédios construídos para a Expo 2017


Guilherme Kolling/Especial/JC
Guilherme Kolling, de Astana (Cazaquistão)Arquitetura ousada em novas construções, diversidade étnica, tolerância religiosa e protagonismo de jovens. As impressões vistas em dois dias na região do centro político e econômico de Astana, capital do Cazaquistão, estão em sintonia com a proposta de modernização da ex-república socialista soviética.
Guilherme Kolling, de Astana (Cazaquistão)

Arquitetura ousada em novas construções, diversidade étnica, tolerância religiosa e protagonismo de jovens. As impressões vistas em dois dias na região do centro político e econômico de Astana, capital do Cazaquistão, estão em sintonia com a proposta de modernização da ex-república socialista soviética.
Vizinho de gigantes como Rússia e China, o país da Ásia Central, extenso territorialmente mas com “apenas” 21 milhões de habitantes, também sustenta uma relação pacífica com outras nações.

Dono de imensas reservas de riquezas naturais, o Cazaquistão, nação independente há 31 anos, busca agora ir além da exportação de petróleo e gás e produção de urânio, diversificando sua economia. Neste cenário, o investimento estrangeiro tem papel fundamental e o país aposta na atração de empresas globais, com oferta de estabilidade, segurança jurídica, incentivos fiscais e desburocratização.
No segundo dia da missão de empresários gaúchos ao Cazaquistão, nesta quarta-feira, a comitiva – além de uma agenda de prospecção de negócios, preparatória à 2ª Reunião do Comitê Empresarial Brasil-Cazaquistão – teve a oportunidade de conhecer iniciativas do país para o desenvolvimento econômico e a atração de investimentos.

O destaque foi a visita ao Centro Financeiro Internacional de Astana (AIFC na sigla em inglês), um complexo instalado nos prédios construídos para a Expo Astana de 2017. A arquitetura do espaço, por si só, é uma atração turística. Mas o que chama a atenção é a organização e o investimento feito pelo governo nesta estrutura, inspirada em modelos implementados em Nova York, Dubai, Hong Kong e Cingapura, segundo o site oficial da instituição.

A proposta principal é diversificar a economia do país, que destaca sua localização estratégica na chamada “Eurásia Central”. Em cinco anos de operação, já foram atraídas 70 empresas do mercado financeiro de 50 países, com destaque para China, Rússia e Estados Unidos.

Um dos atrativos é a solução para toda a burocracia em apenas “uma janela” (single window), isto é, o investidor encaminha desde questões de licenciamento até o visto para familiares em apenas uma agenda de uma estrutura.

A possibilidade de usar um centro independente de arbitragem internacional, que não está subordinado nem à suprema corte do Cazaquistão, é outro ativo do país, segundo as autoridades locais.

Elas ainda ressaltam que, para dar segurança ao investidor, não faz restrição ou impõe obstáculos à remessa de lucros ao país de origem da empresa investidora.
O tribunal no AIFC tem resoluções de conflitos, em média, em seis meses tendo encaminhado solução, ao longo dos últimos cinco anos, a 54 casos de disputas comerciais e financeiras, foco da corte, de acordo com dados disponibilizados na apresentação aos visitantes.
Nova bolsa de valores

A nova bolsa de valores (Astana International Exchange, AIX) também aposta em players internacionais, tendo parcerias com a Bolsa de Valores de Xangai. Entre os 70 investidores já atraídos, estão, por sinal, alguns bancos chineses, grandes instituições financeiras internacionais e representantes do segmento financeiro islâmico – a maioria da população do Cazaquistão é muçulmana.

O presidente em exercício da Kazakh Invest, Zhandos Temirgali, finalizou a sequência de apresentações do Cazaquistão à delegação gaúcha. Focada em atração de investimentos, a Kazakh Invest faz também promoção comercial e está participando da interlocução entre empresas do país da Ásia Central e do Brasil no encontro de quinta-feira.
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Presidente em exercício da Kazakh Invest, Zhandos Temirgali, apresentou potenciais de negócios do país (Foto: Guilherme Kolling/Especial/JC)
Em relação à atração de investimentos estrangeiros diretos nos diversos setores da economia, Temirgali observou que foram US$ 411 bilhões desde a independência do país (em dezembro de 1991), com crescimento nos últimos anos – em 2022 foram US$ 28 bilhões, valor representativo, considerando o PIB do Cazaquistão, de cerca de US$ 200 bilhões.

O país também está atraindo empresas que estão transferindo unidades da Rússia em função da guerra com a Ucrânia, caso da Microsoft, que foi para o Cazaquistão, informou Temirgali. Na área de petróleo, a Chevron é a principal investidora no país.