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Energia

- Publicada em 31 de Março de 2023 às 17:57

CEEE continua na pior colocação de ranking de fornecimento de energia da Aneel

Empresa ficou na 29ª posição em pesquisa sobre performance

Empresa ficou na 29ª posição em pesquisa sobre performance


CEEE Grupo Equatorial Energia/Divulgação/JC
Desestatizada em 2021, a distribuidora gaúcha CEEE teve em 2022 o seu primeiro ano completo atuando sob gestão da iniciativa privada, com o comando do Grupo Equatorial. Apesar de ter apresentado alguma evolução em seus indicadores de qualidade, mesmo assim, a companhia não deixou a incômoda última posição no ranking de continuidade de fornecimento de energia elétrica em 2022, divulgado recentemente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Desestatizada em 2021, a distribuidora gaúcha CEEE teve em 2022 o seu primeiro ano completo atuando sob gestão da iniciativa privada, com o comando do Grupo Equatorial. Apesar de ter apresentado alguma evolução em seus indicadores de qualidade, mesmo assim, a companhia não deixou a incômoda última posição no ranking de continuidade de fornecimento de energia elétrica em 2022, divulgado recentemente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

De 29 concessionárias de grande porte no País, que atendem mais de 400 mil unidades consumidoras, a CEEE teve o pior resultado. A companhia registrou um Desempenho Global de Continuidade (DGC) de 1,57 (quanto menor o DGC, melhor a avaliação da empresa), três vezes maior que a melhor colocada, a CPFL Santa Cruz, com 0,52. A mensuração é feita através da média aritmética de outros dois indicadores: Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) e Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC). O primeiro diz respeito ao tempo que cada unidade consumidora ficou sem energia elétrica e o segundo quanto ao número de interrupções ocorridas no período de observação.
Embora continue figurando na última posição do ranking da Aneel, a CEEE registrou uma melhora em relação a sua performance em 2021, quando verificou um DGC de 1,67. Mas, os resultados de DEC e FEC da distribuidora gaúcha ainda estão muito além dos limites estipulados pela agência reguladora. No ano passado, o DEC apurado da empresa foi de 17,8 horas, contra um balizador de 9,28 horas, já o FEC foi de 8,46 interrupções para uma meta de até 6,98 ocorrências. Em 2020, último ano em que a empresa atuou inteiramente como estatal, o DEC verificado foi de 20 horas e o FEC de 10,60 interrupções. Já em 2021, o DEC foi de 18,06 horas e o FEC de 9,71 interrupções.


JC
O diretor da Siclo Consultoria em Energia Plinio Milano considera que o desempenho da CEEE na análise da Aneel demonstra que os ativos da companhia se encontravam em uma situação preocupante. Ele acredita que o Grupo Equatorial deve ter trabalhado para melhorar o atendimento. “Eles são cobrados por isso e é algo que impacta o reajuste da concessionária”, argumenta o consultor.
Milano adianta que a apreensão deve se acentuar se em 2023 a CEEE, que atende a 72 cidades no Rio Grande do Sul, permanecer em último lugar na classificação. No entanto, ele ressalta que a companhia pode aprimorar sua operação, contudo isso não significa necessariamente que a distribuidora conseguirá cumprir os limites regulatórios de qualidade de fornecimento e sim diminuir a diferença dos resultados obtidos com as metas traçadas.
Procurado pela reportagem do Jornal do Comércio (JC), em nota, o Grupo Equatorial Energia frisa que “desde quando assumiu a distribuidora gaúcha, em julho de 2021, entendeu e assumiu os desafios propostos pela concessão”. Somente em 2022, conforme a empresa, foram aplicados R$ 586 milhões em modernizações, ampliações e construções de novas estruturas do sistema elétrico. Ainda segundo o comunicado, essas ações demandam um tempo para produzir os resultados, mas a expectativa é de melhoria nos indicadores nos próximos anos. Em relação ao ranking da Aneel para distribuidoras acima de 400 mil clientes, o Grupo Equatorial Energia enfatiza que a CEEE foi uma das dez empresas que mais evoluíram no índice de DGC, com redução de 0,10 pontos.

RGE figura no 19ª lugar na avaliação do órgão regulador do setor elétrico

Além da CEEE, o Rio Grande do Sul conta com outra distribuidora de energia de maior porte: a RGE. A companhia, que opera em 381 municípios gaúchos, ficou na 19ª posição no ranking da Aneel, empatada com Enel SP, alcançando um Desempenho Global de Continuidade (DGC) de 0,79.
Em nota, a RGE destaca que apresentou os melhores resultados de qualidade no fornecimento de energia elétrica entre as distribuidoras da Região Sul do Brasil, com mais de 400 mil clientes (superando CEEE, a catarinense Celesc e a paranaense Copel). Ainda de acordo com o comunicado, “apesar dos intensos e frequentes temporais enfrentados ao longo do ano passado, em sua área de concessão, a companhia vem conseguindo evoluir no indicador de continuidade, mantendo-se abaixo dos limites exigidos pelo órgão regulatório”.
O indicador Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) da empresa no ano passado foi de 10,55 horas, contra um limite que era de 10,76 horas, e a Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC) foi de 4,63 interrupções, em relação a um marco de 7,69 interrupções.
Para o diretor-presidente da RGE, Marco Antônio Villela de Abreu, o desempenho reforça a responsabilidade da empresa em ter cada vez mais agilidade no atendimento de ocorrências nos temporais que castigam o Estado com uma frequência maior ano após ano. Ele também chama a atenção para os robustos aportes feitos pela companhia. “Em 2022 os investimentos da RGE totalizaram o valor recorde de R$ 1,955 bilhão, 58% superior a 2021”, salienta o dirigente.
Em seu levantamento, a Aneel também analisou as empresas com até 400 mil consumidores. Nessa categoria, a melhor empresa colocada foi a gaúcha Mux Energia, com DGC de 0,15. A companhia atende aos municípios de Tapejara e Ibiaçá. De uma forma geral, no País, o órgão regulador concluiu que a qualidade dos serviços de distribuição de energia elétrica alcançou em 2022 o melhor resultado da série histórica acompanhada desde 2000.
Ao longo do ano passado, o serviço de fornecimento de eletricidade permaneceu disponível por 99,88% do tempo, na média do Brasil. Os consumidores ficaram 10,93 horas em média sem energia (DEC) no ano, o que representa uma redução de 7,2% em relação a 2021, quando registrou-se 11,78 horas em média. A frequência (FEC) das interrupções se manteve em trajetória decrescente, reduzindo de 5,99 interrupções em 2021 para 5,37 interrupções em média por consumidor em 2022, o que significa uma melhora de 10,4% no período.