Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

Indústria

- Publicada em 28 de Março de 2023 às 15:12

Troca de governo e alta taxa de juros contribuem para desaquecimento da indústria gaúcha, avalia secretário de Desenvolvimento Econômico

Segundo Polo, empresários estão mais cautelosos desde a eleição de Lula

Segundo Polo, empresários estão mais cautelosos desde a eleição de Lula


TÂNIA MEINERZ/JC
A indústria gaúcha está há seis meses sem apresentar crescimento, conforme revelou a pesquisa Sondagem Industrial de fevereiro de 2023, divulgada nesta segunda-feira (27) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Para o secretário de Desenvolvimento Econômico do RS, Ernani Polo (Progressistas), dois fatores motivam esse desaquecimento: a troca do governo federal e a alta taxa de juros no Brasil, que atualmente está em 13,75% ao ano. 
A indústria gaúcha está há seis meses sem apresentar crescimento, conforme revelou a pesquisa Sondagem Industrial de fevereiro de 2023, divulgada nesta segunda-feira (27) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Para o secretário de Desenvolvimento Econômico do RS, Ernani Polo (Progressistas), dois fatores motivam esse desaquecimento: a troca do governo federal e a alta taxa de juros no Brasil, que atualmente está em 13,75% ao ano
De acordo com Polo, após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os empresários da indústria estão mais cautelosos enquanto aguardam as sinalizações do novo governo para a política econômica do País e para o futuro do setor. "A gente tem acompanhado essa situação toda e eu acho que o fator que mais tem contribuído para essa essa paralisação, de não crescimento, é a mudança de governo. Isso gera, naturalmente [...], uma certa cautela, uma apreensão do que vai acontecer. Então eu considero que esse esse diagnóstico feito pela Fiergs está muito ligado a essa situação da mudança", afirma o secretário. Ele destaca também que este período sem crescimento do setor ocorre desde o processo eleitoral até agora.
Apesar da cautela, Polo afirma que ainda não houve medidas do governo que causaram grande descontentamento da indústria gaúcha, mas a falta de sinalizações do Executivo federal para o futuro do setor causa apreensão no empresariado. "Não têm (medidas do governo que causaram impacto negativo). Eu acho que seria importante o governo, o quanto antes, dar algum sinal, alguma linha, alguma diretriz. Inclusive eu estive recentemente com o (vice-presidente Geraldo) Alckmin, na condição de ministro, levando essa angústia também do setor, para que o governo o mais rápido possível dê um direcionamento de como a política econômica vai funcionar, qual a estratégia com o setor industrial, para os setores produtivos, porque isso traz uma estabilidade e uma confiança no investidor", diz Ernani. O secretário se reuniu com o ministro no dia 16 de março, em Brasília.
Além da troca de governo, o secretário avaliou que a alta taxa de juros no País prejudica os investimentos na indústria gaúcha. "A elevação da taxa de juros faz com que quem tenha algum planejamento de investimento segure um pouco, porque isso impacta diretamente muitas vezes na viabilidade do negócio. Então, a alta do juros também é um fator que contribui para essa pra essa situação", explica Polo.
O secretário anunciou que o governo do Estado pretende apresentar uma agenda para a indústria gaúcha, a ser divulgada ainda no primeiro semestre deste ano. "Em breve nós devemos estar colocando uma agenda, buscando mais proatividade do Estado nessa questão do desenvolvimento, seja na atração de investimentos, como também na abertura de mercado, de maneira geral, na promoção dos produtos", afirma Polo. 
A pesquisa Sondagem Industrial da Fiergs de fevereiro de 2023 revela que o índice de produção atingiu 46,7 pontos, o menor valor para este mês desde 2016 e abaixo da média histórica, que é de 52,1 pontos.