Desde o início do ano, Indústria, Comércio e Serviços começaram a reforçar as linhas de produção e atendimento para dar conta da demanda gerada pela Páscoa. A projeção da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Assertem) é que a Páscoa gere mais de 41,5 mil vagas temporárias em todo o Brasil nesses três setores.
Na indústria de chocolate, englobando também os pontos de venda, a expectativa é que cerca de 8 mil pessoas consigam uma colocação no período que vai até a Páscoa, no primeiro fim de semana de abril. É o que indica um levantamento realizado pela KPMG à pedido da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab).
“Para a economia brasileira, neste momento em que o desemprego volta a crescer, é uma oportunidade para as pessoas que estão começando as suas atividades profissionais. São quase 8 mil profissionais que as nossas indústrias contrataram”, avalia Ubiracy Fonsêca, presidente da Abicab, lembrando que o número de empregos diretos e indiretos é similar aos postos gerados no ano passado.
Entre as oportunidades para trabalhar neste período, além das linhas de produção de chocolate, há também aquelas no varejo, com funções como decoração, arrumação dos ovos de chocolate nas parreiras e também atendimento ao público. Para muitos, o trabalho, a princípio de curto prazo, acaba se transformando em emprego fixo.
“As empresas aproveitam esse momento onde os novos profissionais foram recém contratados como temporários para observar o comprometimento, a capacidade e o perfil de cada um. Geralmente são pessoas que têm uma boa formação acadêmica, jovens que começam a ter uma atividade profissional, mas já sabem trabalhar bem com a internet, que é um dos requisitos importantíssimos para o mundo atual”, salienta. Consequentemente, complementa Fônseca, uma parte desses trabalhadores é admitida como profissional e outra parte é chamada para atuar como temporário na próxima Páscoa.
O professor da Escola de Gestão e Negócios da Fadergs Jhony Pereira Moraes diz que ainda dá tempo de buscar vaga nesta temporada para a Páscoa. O primeiro passo, destaca o especialista em Gestão de Pessoas, é revisar e atualizar o currículo. “Não importa se o candidato não tem experiência específica na área anunciada, pois ele pode fazer aproximações com suas habilidades e as competências requisitadas. Por exemplo, se ele nunca trabalhou na indústria, mas um dos requisitos é atenção e processos de qualidade, ele pode citar outras experiências onde tenha desenvolvido essas habilidades. Não precisa ser um trabalho formal, vale estágios, voluntariados ou apoio em negócios familiares”, orienta.
Distribuir os currículos em bancos e plataformas de vagas e conferir as oportunidades no Sine é outra dica de Pereira. Além disso, o LinkedIn é outra ferramenta importante para conseguir uma colocação. “É preciso ter um perfil estratégico. Mesmo quem for entrar na rede agora, pode fazer conexões que se adequem com as vagas que está buscando: seguir empresas de chocolate, buscar contatos que atuem nesses ramos, conectar-se com os gestores de pessoas”, aconselha.
Uma vez contratado, o próximo desafio para quem busca uma vaga efetiva é se destacar na função, mostrando interesse. “O profissional deve se engajar nas tarefas e pedir feedbacks a seus superiores. Desde a seleção, é fundamental fortalecer as conexões: antes, durante e depois do trabalho temporário. Pois nem sempre a efetivação será imediata, mas o bom profissional será lembrado quando surgir uma vaga”, lembra o professor.