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Estaleiros gaúchos poderão servir de base de apoio para indústria eólica offshore
Mais de 20 projetos de energia já manifestaram interesse em se instalarem na costa do Rio Grande do Sul
Ainda com uma atividade bem aquém do que ocorria no auge do polo naval, os estaleiros da Metade Sul gaúcha vislumbram uma nova oportunidade no horizonte. Com as perspectivas animadoras para a implantação da indústria eólica offshore (no mar) no Estado, essas estruturas poderão servir também como base de apoio para as empresas de energia que investirão nessa área.
O gerente de planejamento e desenvolvimento da Portos RS (empresa pública responsável por gerenciar o sistema hidroportuário do Rio Grande do Sul), Fernando Estima, revela que será realizada uma reunião com representantes dos estaleiros Ecovix (de Rio Grande) e EBR (de São José do Norte) para discutir a indústria naval e a utilização desses complexos para fins da atividade eólica offshore. Esse encontro acontecerá durante a feira Intermodal South America, que ocorre entre 28 de fevereiro e 2 de março, em São Paulo.
Estima recorda que há mais de 20 iniciativas eólicas offshore tramitando no Ibama com a intenção de se instalarem na costa gaúcha. “Isso devido à qualidade dos ventos e pelas profundidades adequadas para esse tipo de torres”, comenta o dirigente. Ele detalha que as áreas dos estaleiros poderão ser usadas para o transporte de equipamentos, de pessoal e até mesmo para a construção das torres dos aerogeradores que serão colocados no oceano. “E depois vai ter uma indústria de manutenção desses projetos”, frisa o integrante da Portos RS.
Essa proximidade da operação portuária com o setor de energia também incentivou a decisão da Portos RS de aderir à Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), ação que também será oficializada durante a Intermodal South America. No evento de São Paulo serão abordadas outras pautas na agenda. Além de Estima, o encontro contará com uma missão gaúcha formada pelo vice-governador Gabriel Souza, presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, prefeito de Rio Grande, Fábio Branco, secretário estadual de Transportes, Juvir Costella, entre outros.
Segundo Estima, com o Grupo Ultra será tratado o plano de conversão da Refinaria de Petróleo Riograndense em biorrefinaria. Já com a Rumo, empresa que detém a concessão da malha ferroviária no Rio Grande do Sul, a ideia é promover um estudo sobre esse modal no Estado. O gerente da Portos RS ressalta que é preciso atualizar as informações existentes sobre o transporte feito dessa maneira. Em relação à Compass, que controla a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), o objetivo é debater estratégias para que o fornecimento de gás natural possa chegar ao município de Rio Grande. Estima adianta que a alternativa pensada é o transporte de gás por via marítima, até a cidade, e depois o seu armazenamento (tancagem) poderia ser feito por um terceiro ou pela própria Compass.
Por sua vez, o tema com a GM é consolidar a exportação dos veículos fabricados pela montadora na sua unidade em Gravataí através do porto de Rio Grande. Existe o receio que essa demanda seja desviada para terminais de outros estados. “É bom lembrar que temos um pátio de 14 hectares, murado, com segurança e iluminado, e não podemos deixar que seja sazonal a decisão se a produção vai ser exportada por Rio Grande. Queremos fixar uma posição mais forte e vamos ver o que precisamos para fazer isso”, enfatiza o gerente da Portos RS. No ano passado, cerca de 9 mil veículos produzidos pela empresa saíram do Estado através do porto gaúcho.