Leite aborda incentivos à indústria química em encontro com Abiquim

CEOs do setor químico destacaram a falta de marco regulatório e estímulos federais à indústria

Por JC

Leite ouviu demandas de empresários e falou sobre como o governo vem atuando para potencializar a indústria química
Em reunião com o conselho diretor da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) na sede da entidade, na tarde desta quarta-feira (15), em São Paulo, o governador Eduardo Leite e o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, debateram a situação do setor no Rio Grande do Sul e no Brasil. Os representantes do Executivo gaúcho ouviram as demandas de empresários e falaram sobre como o governo vem atuando para potencializar a indústria química no Estado. O Rio Grande do Sul tem como principal referência na área o Polo Petroquímico de Triunfo, que tem 40 anos e abriga grandes empresas.
"O governo identifica muitas oportunidades no setor para ampliação de investimentos e geração de oportunidades. O nosso governo tem como meta qualificar performance. Isso significa apertar os parafusos certos para que possamos melhorar o ambiente econômico e de competitividade. A partir disso, tenho convicção de que podemos estimular ainda mais a indústria química", afirmou o governador.
Segundo a Abiquim, o encontro foi uma oportunidade para os CEOs do setor químico que estavam presentes, sobretudo os que têm plantas no Polo Petroqímico de  Triunfo, compartilharem experiências e demandas que atravancam os investimentos e o desenvolvimento do setor no País, bem como sua competitividade no mercado externo.
Entre os temas tratados destacaram-se transição energética, taxa de importação, uso do gás natural como energia e matéria-prima, descarbonização, economia verde, índice descontrolado de importação, agenda tributária, redução da dependência do Brasil no que tange à fertilizantes e ausência de programas que estimulem as indústrias a exemplo dos EUA e alguns países da União Europeia que têm planos estruturados de sustentação à transição. “Temos grandes oportunidades no Brasil. Porém, faltam marcos regulatórios em todas as frentes para transformarem as vantagens comparativas do País - gás natural em grande volume, água em abundância, matriz energética mais renovável e potencial de circularidade elevado - em vantagens competitivas”, afirmou André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, ressaltando a necessidade de se criar uma agenda institucional com o governo federal.
Passos ressaltou ainda a importância do apoio do governo gaúcho ao setor, que é responsável por expressivos investimentos no Estado. Mais recentemente, a Arlanxeo inaugurou uma nova linha de produção de polibutadieno no Polo de Triunfo, com investimento de cerca de R$ 500 milhões. "Temos uma expectativa de que o Rio Grande do Sul assuma protagonismo nessa agenda. Temos visto investimentos grandes das empresas no Estado. Faltam marcos regulatórios e estímulos em âmbito federal, mas sobram oportunidades. O apoio dos Estados é fundamental para reforçar essa agenda institucional da indústria química", afirmou Passos.
O governador se comprometeu a buscar interlocução junto ao governo federal para apoiar as demandas do setor, e o chefe da Casa Civil anunciou que o governo do Estado terá um conselho de competitividade para discutir avanços na indústria de transformação. "Queremos avançar e focar na ampliação da indústria de transformação para que possamos agregar mais valor ao que produzimos e também ao que exportamos como matéria-prima. A indústria química tem um papel muito importante nesse processo e tem toda a nossa atenção para que possamos gerar mais oportunidades", afirmou Lemos.