Com as mudanças nas regras da geração distribuída (prática na qual o consumidor produz sua própria energia e que se propagou no Brasil especialmente através da instalação de painéis solares) determinadas pela lei 14.300 e que começaram a vigorar neste início de ano, a atividade será mais onerada e terá um tempo de retorno de investimento mais alongado. Dentro desse novo cenário, a professora e pesquisadora do curso de Engenharia de Gestão de Energia da Ufrgs, Aline Pan, adianta que as integradoras de sistemas fotovoltaicos precisam ser cada vez mais competitivas e demonstrar que entendem do mercado.
Uma ferramenta que busca apoiar a qualificação das companhias gaúchas que atuam nessa área é o Selo Energia Sustentável, resultado de uma parceria formada entre Ufrgs, Sebrae RS, Senai-RS e Banrisul. A iniciativa, lançada no segundo semestre do ano passado, busca distinguir os agentes que trabalham com qualidade nesse campo.
O primeiro encontro presencial com os representantes das companhias que participam da ação (são 30 integradoras de sistemas fotovoltaicos abrangidas pelo programa) foi marcado para o final da tarde desta quinta-feira (12). Aline ressalta que serão abordados com essas empresas temas como inovação, qualificação, gestão de energia, desenvolvimento sustentável e promoção da cadeia produtiva.
As companhias que alcançarem indicadores de boas práticas em suas atividades poderão receber o Selo Energia Sustentável do tipo ouro, prata ou bronze. “Não quer dizer que todas ganharão um selo, algumas podem não preencher os critérios mínimos e daí elas vão receber um selo ‘em desenvolvimento’ por estarem participando e fazendo as capacitações ”, diz a professora da Ufrgs. Essa primeira turma de empresas deve finalizar o programa em setembro e a perspectiva é que ainda neste ano um novo grupo possa ingressar em uma reedição da ação.
O Rio Grande do Sul está entre os três estados brasileiros com maior potência instalada de energia solar na geração própria em telhados e pequenos terrenos (os outros dois são Minas Gerais, em primeiro, e São Paulo, em segundo). Segundo recente mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a região possui mais de 1,8 mil MW em operação em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.
A potência instalada em território gaúcho coloca o estado na terceira posição do ranking nacional da entidade. De acordo com a Absolar, o Rio Grande do Sul responde sozinho por 10,9% de toda a capacidade instalada de energia solar na modalidade no País. O Estado possui mais de 207 mil conexões operacionais, espalhadas por todos os seus 497 municípios.