Ao fechar o ano passado com uma operação de 544,3 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), o Terminal de Contêineres (Tecon) Rio Grande registrou uma queda de 18,3% no seu desempenho comparado com 2021, quando foram trabalhados 665,9 mil TEUs. Os números levam em consideração movimentações de exportações, importações, cabotagem, navegação interior, transbordo e remoção e transporte de contêineres vazios.
O único segmento que apresentou crescimento foi o de cabotagem, com incremento de 1,1% e operando 45,6 mil TEUs. Quanto às exportações, a diminuição foi de 20,8%, contabilizando 171 mil TEUs, e as exportações foram de 60 mil TEUS em 2022, redução de 16,7% em relação ao ano anterior.
Entre as cargas que chegam ao Estado pelo complexo de Rio Grande estão peças, produtos químicos, resinas e plásticos de países como China, Estados Unidos, Marrocos, Bélgica e Singapura. Já a saída abrange itens da indústria de transformação, frango congelado, madeira e móveis que vão para nações como Estados Unidos, China, Peru e Arábia Saudita.
Os números do Tecon Rio Grande foram divulgados em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pelo grupo Wilson Sons, empresa proprietária do terminal gaúcho.
Quando apresentou seu resultado financeiro dos primeiros nove meses do ano passado (um lucro líquido de R$ 226 milhões, crescimento de 24% em relação a igual período de 2021), a Wilson Sons destacou que, no caso dos terminais de contêineres, o cenário, embora tivesse melhorado ligeiramente, continuava desafiador diante dos gargalos logísticos globais, que provocavam cancelamentos de escalas de navios.
"Olhando para a retrospectiva da pandemia e os distúrbios causados nas cadeias de abastecimento globais, temos orgulho de como a companhia desempenhou e gerenciou esses desafios", enfatizou o CEO da empresa, Fernando Salek. Uma das dificuldades que vem sendo enfrentada pelo setor logístico brasileiro é a escassez de contêineres vazios no mercado local.
Apesar dos problemas nessa área terem afetado os agentes que atuam nesse segmento de uma forma muito abrangente, o Tecon Salvador, que também pertence a Wilson Sons, teve uma queda de desempenho menos acentuada que o terminal gaúcho.
A estrutura baiana movimentou no ano passado 371,6 mil TEUs, uma retração de 1,3% em comparação a 2021. Já quanto à operação em geral de contêineres no Brasil, de acordo com dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), de janeiro a outubro de 2021, foram movimentados 9.833.790 TEUs, um pequeno revés de 0,04% em relação ao mesmo período do ano anterior.