PIB do Rio Grande do Sul sobe 1,3% no terceiro trimestre de 2022

Resultado se dá na comparação com o segundo trimestre. Em relação ao mesmo período de 2021, queda foi de 2,8%

Por Luciane Medeiros

colheita de soja - 2022
Superados os efeitos da estiagem, que impactaram a economia gaúcha no segundo trimestre deste ano e puxaram o desempenho do terceiro tri, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul voltou a crescer. De julho a setembro, o PIB teve alta de 1,3% na comparação com o período anterior, já ajustado sazonalmente. A agropecuária superou os números negativos do início do ano e passou a puxar a atividade econômica, com alta de +41,8%.
Os dados foram apresentados na manhã desta quinta-feira (15) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do Estado (DEE/SPGG). Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o PIB recuou 2,8%. De julho a setembro, o desempenho da economia gaúcha foi superior ao do Brasil (+0,4%) na comparação com os três meses anteriores. Já na comparação com o mesmo período do ano passado o PIB do Estado foi inferior (-2,8% contra +3,6%).
No acumulado dos três trimestres do ano, a queda de 6,6% no PIB do Estado em relação ao mesmo período de 2021 é explicada especialmente pela baixa na Agropecuária (-50,5%). Indústria (+3,1%) e Serviços (+3,2%) registraram altas entre janeiro e setembro. Na taxa acumulada dos últimos quatro trimestres, a economia do RS teve variação negativa de 4,2%, enquanto no País a alta foi de 3%.
Ao analisar os dados, o secretário de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) Claudio Gastal, destacou que as notícias são positivas. “Vimos o PIB do segundo trimestre com dificuldades, com impacto da estiagem, mas agora vemos recuperação”, afirmou.
Além da agropecuária, tiveram desempenho positivo no terceiro trimestre a Indústria (+1,3%) e Serviços (+0,9%). A Indústria de Transformação, a mais representativa indústria do Estado, cresceu 0,6%, acima do desempenho nacional (+0,1%). Também registraram resultado positivo os ramos de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, com alta de 1,2% contra +0,6% do Brasil. Nos Serviços, as atividades ligadas ao Comércio obtiveram desempenho positivo de +1,5%, enquanto no País houve recuo de -0,1%.
“A estiagem já afetou o Estado no primeiro trimestre com a queda de 4,2%, prosseguiu no segundo e agora temos essa recuperação, já passados os principais efeitos”, disse o chefe da Divisão de Análise Econômica do DEE, economista Martinho Lazzari.
Segundo o economista, o pior momento de 2022 já passou, uma vez que a estiagem já foi quase totalmente contabilizada no PIB e agora passam a preponderar os setores a Indústria e de Serviços com maior peso. “Esses setores estão em crescimento e a tendência é diminuir as perdas e o nível do PIB voltar a crescer”, afirmou.

Indústria puxou economia gaúcha na comparação com o 3º tri de 2021

Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a Indústria foi o principal destaque positivo ao subir 6,2%, seguida por Serviços (+3,1%). Já a Agropecuária caiu 34,7%.
O desempenho da Indústria gaúcha ficou acima do resultado nacional no período, que foi de 2,8%. Todas as atividades industriais tiveram aumento, começando por Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+16,3%), seguido por Construção (+6,1%), Indústria de transformação (+4,2%) e Indústria extrativa mineral (+2,3%).
Com maior peso no Valor Adicionado Bruto (VAB), que é o PIB menos o valor dos impostos, da indústria, a Indústria de transformação viu seu resultado puxado pelo desempenho das atividades de Máquinas e equipamentos (+17,5%), Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (+33,0%), Produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+7,8%) e Couro, artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (+11,6%). Entre as principais baixas ficaram as atividades de Fabricação de produtos químicos (-13,9%), Produtos de metal (-9,8%), Metalurgia (-17,2%) e Fabricação de móveis (-11,8%).
Nos Serviços, o crescimento de 3,1% foi sustentado pelas atividades de Serviços de informação (+10,3%), Outros serviços (+7%) e Comércio (+6,6%). Entre as 10 principais atividades comerciais, quatro registraram alta, com destaque para Hipermercados e supermercados (+5,4%), Combustíveis e lubrificantes (+47,8%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria, cosméticos (+5%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (+20,2%). Materiais de construção (-10,5%), Comércio de veículos (-7,5%) e Vendas de móveis e eletrodomésticos (-12,8%) tiveram as quedas mais representativas do período em relação ao ano anterior.