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Energia

- Publicada em 15 de Dezembro de 2022 às 18:23

Audiência pública discute geração eólica na Lagoa dos Patos

Evento ocorreu na Assembleia Legislativa

Evento ocorreu na Assembleia Legislativa


Celso Bender/Divulgação/JC
Jefferson Klein
A liberação da instalação de aerogeradores na Lagoa dos Patos, possibilidade que vem sendo analisada pelo governo do Estado, divide opiniões. Há quem defenda as oportunidades abertas para a geração de energia renovável e a criação de emprego e renda com essa atividade, porém também há manifestações que receiam os impactos que a produção eólica pode causar no meio ambiente e em práticas tradicionais, como a pesca.
A liberação da instalação de aerogeradores na Lagoa dos Patos, possibilidade que vem sendo analisada pelo governo do Estado, divide opiniões. Há quem defenda as oportunidades abertas para a geração de energia renovável e a criação de emprego e renda com essa atividade, porém também há manifestações que receiam os impactos que a produção eólica pode causar no meio ambiente e em práticas tradicionais, como a pesca.
Para tratar do assunto, foi promovida nesta quinta-feira (15) pela Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa audiência pública híbrida (presencial e remota). A vice-presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Simone Portela de Azambuja, presente ao encontro, admite preocupação quanto ao tema.
Ela frisa que a Lagoa dos Patos se relaciona com elementos como o oceano, Guaíba, parque do Delta do Jacuí, entre outros. “Essa dinâmica indica que a questão é muito mais ampla”, argumenta. Ela alerta que alterações na lagoa afetarão também os ambientes ao redor. Simone afirma que os dados disponíveis atualmente são insuficientes para amparar a liberação de uma atividade como a geração eólica na lagoa. A integrante da Agapan salienta ainda que mais da metade da pesca feita no Rio Grande do Sul acontece no local.
Já o presidente da colônia de pescadores e vereador de São José do Norte, Irandi da Silveira Rodrigues (PDT), informa que a Lagoa dos Patos representa o sustento de cerca de 10,5 mil famílias. “Com a instalação de parques eólicos ali, vai haver áreas de exclusão e isso vai dificultar o trabalho dos pescadores”, antecipa Rodrigues.
Por sua vez, a diretora de Operações e Sustentabilidade do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Daniela Cardeal, considera que a falta de informação é algo que pode prejudicar o desenvolvimento de projetos de geração de energia sobre a água no Estado. Ela destaca que essas informações estão sendo coletadas pelo sindicato, acompanhando experiências internacionais. “Isso servirá de base para poder discutir a questão”, diz Daniela.
O diretor do Sindienergia-RS, Frederico Boschin, acrescenta que o assunto está sendo aberto para todos os envolvidos opinarem. No entanto, ele adverte que algo que precisa ser evitado é que uma questão, que deve ser abordada de maneira predominantemente técnica, acabe se tornando um tema político e ideológico. Para Boschin, a geração eólica em lagoas, também chamada de near shore, não significa a inviabilização de práticas como a pesca. “São atividades que vão ter que se compatibilizar”, destaca.
Sobre a audiência pública, o presidente da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, deputado estadual Zé Nunes (PT), considera que a iniciativa constituiu um espaço democrático para tratar da matéria. No entanto, o parlamentar lamentou a ausência de representantes do governo do Estado no evento. Ao final, Nunes deliberou pelo envio de relatório da audiência, com a posição das entidades e de pescadores contrários à instalação de parques na Lagoa dos Patos. Para a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura será encaminhada sugestão de novas audiências públicas para ouvir as comunidades, assim como a necessidade de levantar dados, impactos e estudos sobre o tópico.
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