Aneel confirma leilão de transmissão que inclui obra no RS

Certame será disputado em 16 de dezembro

Por Jefferson Klein

Conversora de energia em Garruchos receberá investimento de R$ 1,1 bilhão
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o edital do Leilão nº 2/2022 para obras de transmissão no País que deverão absorver cerca de R$ 3,5 bilhões em investimentos. Um dos empreendimentos que envolverá boa parte dos recursos, cerca de R$ 1,1 bilhão, o lote 5 do certame, encontra-se no Rio Grande do Sul: a revitalização dos sistemas de controle e de teleproteção da conversora de energia situada na cidade de Garruchos (unidades Garabi I e II).
O complexo, que possibilita a troca de energia entre o Brasil e a Argentina, é hoje administrado pela empresa Enel Cien, que poderá participar da disputa pela nova concessão do empreendimento. Sairá vencedor da concorrência, que ocorrerá em 16 de dezembro, quem oferecer a menor Receita Anual Permitida (RAP), ou seja, quem cobrar menos pelos serviços prestados. A capacidade da conversora é de 2,2 mil MW, o que poderia atender a mais da metade da demanda elétrica média de um estado como o Rio Grande do Sul.
O presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Guilherme Sari, ressalta que a unidade é importante para a troca de energia, seja importação ou exportação, como também pela relação do Brasil com a Argentina. Ele reforça que a tendência é de aumentar as interligações energéticas entre as nações. Sari adianta que, muito provavelmente, o complexo no Rio Grande do Sul atrairá interessados. “Eu vejo com bons olhos, para o investidor, entrar nesse processo”, comenta o dirigente.
Já o presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura, Paulo Menzel, considera como muito relevante a inclusão da conversora de Garruchos no leilão do final do ano. Ele recorda que o Rio Grande do Sul ainda não é autossuficiente na área de energia elétrica e os investimentos nos sistemas de transmissão são fundamentais para elevar a segurança energética local. “Toda a expansão que possibilite um pouco mais de flexibilidade na hora de necessidade é muito bem-vinda e esse é o caso”, enfatiza.