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Saneamento

- Publicada em 29 de Novembro de 2022 às 18:41

Sindiágua/RS e bancada do PT tentam barrar privatização da Corsan

Leilão da companhia de saneamento ocorreu em dezembro de 2022

Leilão da companhia de saneamento ocorreu em dezembro de 2022


Prefeitura de Soledade/Divulgação/JC
Com a iminência da realização do leilão de privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), marcado para acontecer em 20 de dezembro, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiágua/RS) e parlamentares da oposição ainda buscam evitar a venda da empresa. Uma das tentativas é através do Tribunal de Contas do Estado (TCE), mas, no momento, o órgão de fiscalização, que já interrompeu o processo de alienação da companhia no passado, não vê empecilhos técnicos para que o procedimento siga adiante dessa vez.Para o presidente do Sindiágua/RS, Arilson Wünsch, ao marcar o certame para o próximo dia 20, o governo do Estado se antecipou ao TCE. Ele ressalta que o “veredito final” ainda não foi dado pelo tribunal, que tem sido alimentado com novas informações sobre a questão. Conforme o dirigente, o valor mínimo estipulado pelo governo gaúcho para repassar o controle acionário da Corsan (R$ 4,1 bilhões) está muito abaixo do que a empresa vale de fato, sendo que um preço de venda justo deveria ser mais do que o dobro disso. “Só o lucro, deste ano, projetado para a Corsan é de R$ 1 bilhão”, frisa o presidente do Sindiágua/RS. Além de esperar um posicionamento do TCE, o sindicato está movendo ações na Justiça questionando a desestatização da companhia e um dos pontos de preocupação é quanto ao que acontecerá com os trabalhadores da Corsan. Atualmente, são cerca de 5,7 mil funcionários próprios atuando na companhia e mais cerca de 4,3 mil aposentados. Wünsch também chama a atenção que, com a privatização, haverá a tendência do encarecimento da tarifa da água, principalmente, nos municípios pequenos. Ele explica que hoje é praticado um subsídio cruzado, em que as cidades maiores suportam os custos das menores. “Água não é mercadoria, não é sinônimo de lucro, é de vida e saúde”, enfatiza o dirigente.Nesta terça-feira (29), deputados e deputadas da bancada estadual do PT foram ao Palácio Piratini para cobrar do governador Ranolfo Vieira Júnior a suspensão do edital de privatização da Corsan, publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado nesta segunda-feira (28). Os parlamentares questionam a pressa do governo gaúcho estando a um mês de encerrar a atual gestão. Os deputados foram recebidos pelo secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e entregaram documento solicitando a imediata revogação do Edital do Leilão n.001/11/2022 como medida de segurança e preservação do patrimônio do Estado.No documento, os parlamentares alertam para a insegurança jurídica gerada pelo ato, uma vez que “há uma inegável e inquestionável titularidade dos serviços de saneamento ambiental por parte dos municípios”, o que fragiliza o processo de venda tanto em relação a preços quanto às garantias de execução universal da atividade de fornecimento de água potável e tratamento de esgoto. Participaram da audiência as deputadas Sofia Cavedon e Stela Farias e os deputados Pepe Vargas, Luiz Fernando Mainardi, Edegar Pretto, Fernando Marroni, Zé Nunes e Jeferson Fernandes.Também contrário à privatização, o presidente do Sindiágua/RS confia que é possível reverter a perspectiva de alienação da Corsan. “Nós acreditamos na seriedade dos órgãos de controle, eu acredito na seriedade do TCE, que não vai deixar fazer esse crime contra a comunidade gaúcha, é uma verdadeira rapinagem o que está sendo feito”, afirma Wünsch. Por sua vez, o diretor de controle e fiscalização do TCE, Bruno Londero, lembra que a análise dos procedimentos de privatização Corsan iniciou na modelagem anterior proposta pelo governo do Estado, que consistia em um IPO (Oferta Inicial de Ações). Nessa ocasião, a equipe técnica do órgão fiscalizador identificou algumas inconsistências para a precificação do negócio e o processo foi interrompido em julho. Com isso, o governo apresentou uma nova formatação para a desestatização, que culminou na marcação do leilão de dezembro.Segundo Londero, o TCE examinou o edital do certame e outros documentos e, até agora, não encontrou impeditivos técnicos para que a privatização continue. “O processo pode seguir normalmente dentro do poder Executivo, claro que se eventualmente vierem novos elementos que tragam algum outro ponto, alguma irregularidade, é prerrogativa do TCE realizar a análise e, se for o caso, determinar a suspensão ou pedir mais informações”, comenta. Londero salienta que o TCE busca fazer uma avaliação técnica, o mais isenta possível. “A gente deixa a avaliação de mérito, o juízo de fazer ou não a desestatização, para o poder Executivo, que é o órgão encarregado de gerir a companhia”, destaca.
Com a iminência da realização do leilão de privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), marcado para acontecer em 20 de dezembro, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiágua/RS) e parlamentares da oposição ainda buscam evitar a venda da empresa. Uma das tentativas é através do Tribunal de Contas do Estado (TCE), mas, no momento, o órgão de fiscalização, que já interrompeu o processo de alienação da companhia no passado, não vê empecilhos técnicos para que o procedimento siga adiante dessa vez.
Para o presidente do Sindiágua/RS, Arilson Wünsch, ao marcar o certame para o próximo dia 20, o governo do Estado se antecipou ao TCE. Ele ressalta que o “veredito final” ainda não foi dado pelo tribunal, que tem sido alimentado com novas informações sobre a questão. Conforme o dirigente, o valor mínimo estipulado pelo governo gaúcho para repassar o controle acionário da Corsan (R$ 4,1 bilhões) está muito abaixo do que a empresa vale de fato, sendo que um preço de venda justo deveria ser mais do que o dobro disso. “Só o lucro, deste ano, projetado para a Corsan é de R$ 1 bilhão”, frisa o presidente do Sindiágua/RS.
Além de esperar um posicionamento do TCE, o sindicato está movendo ações na Justiça questionando a desestatização da companhia e um dos pontos de preocupação é quanto ao que acontecerá com os trabalhadores da Corsan. Atualmente, são cerca de 5,7 mil funcionários próprios atuando na companhia e mais cerca de 4,3 mil aposentados. Wünsch também chama a atenção que, com a privatização, haverá a tendência do encarecimento da tarifa da água, principalmente, nos municípios pequenos. Ele explica que hoje é praticado um subsídio cruzado, em que as cidades maiores suportam os custos das menores. “Água não é mercadoria, não é sinônimo de lucro, é de vida e saúde”, enfatiza o dirigente.
Nesta terça-feira (29), deputados e deputadas da bancada estadual do PT foram ao Palácio Piratini para cobrar do governador Ranolfo Vieira Júnior a suspensão do edital de privatização da Corsan, publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado nesta segunda-feira (28). Os parlamentares questionam a pressa do governo gaúcho estando a um mês de encerrar a atual gestão. Os deputados foram recebidos pelo secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e entregaram documento solicitando a imediata revogação do Edital do Leilão n.001/11/2022 como medida de segurança e preservação do patrimônio do Estado.
No documento, os parlamentares alertam para a insegurança jurídica gerada pelo ato, uma vez que “há uma inegável e inquestionável titularidade dos serviços de saneamento ambiental por parte dos municípios”, o que fragiliza o processo de venda tanto em relação a preços quanto às garantias de execução universal da atividade de fornecimento de água potável e tratamento de esgoto. Participaram da audiência as deputadas Sofia Cavedon e Stela Farias e os deputados Pepe Vargas, Luiz Fernando Mainardi, Edegar Pretto, Fernando Marroni, Zé Nunes e Jeferson Fernandes.
Também contrário à privatização, o presidente do Sindiágua/RS confia que é possível reverter a perspectiva de alienação da Corsan. “Nós acreditamos na seriedade dos órgãos de controle, eu acredito na seriedade do TCE, que não vai deixar fazer esse crime contra a comunidade gaúcha, é uma verdadeira rapinagem o que está sendo feito”, afirma Wünsch. Por sua vez, o diretor de controle e fiscalização do TCE, Bruno Londero, lembra que a análise dos procedimentos de privatização Corsan iniciou na modelagem anterior proposta pelo governo do Estado, que consistia em um IPO (Oferta Inicial de Ações). Nessa ocasião, a equipe técnica do órgão fiscalizador identificou algumas inconsistências para a precificação do negócio e o processo foi interrompido em julho. Com isso, o governo apresentou uma nova formatação para a desestatização, que culminou na marcação do leilão de dezembro.
Segundo Londero, o TCE examinou o edital do certame e outros documentos e, até agora, não encontrou impeditivos técnicos para que a privatização continue. “O processo pode seguir normalmente dentro do poder Executivo, claro que se eventualmente vierem novos elementos que tragam algum outro ponto, alguma irregularidade, é prerrogativa do TCE realizar a análise e, se for o caso, determinar a suspensão ou pedir mais informações”, comenta. Londero salienta que o TCE busca fazer uma avaliação técnica, o mais isenta possível. “A gente deixa a avaliação de mérito, o juízo de fazer ou não a desestatização, para o poder Executivo, que é o órgão encarregado de gerir a companhia”, destaca.

Governo ressalta que alienação melhorará eficiência operacional da empresa

Em nota, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) enfatiza que, autorizada pela Lei Estadual 15.708/2021, a privatização da Corsan visa aumentar a eficiência operacional e a capacidade de investimentos da companhia, as quais são fundamentais para a continuidade sustentável de suas atividades e o atendimento das metas de universalização previstas no novo marco legal do saneamento. O documento acrescenta que “a privatização deverá compreender a alienação da totalidade da participação do Estado e é realizada no contexto de reestruturação da companhia, buscando elevar a qualidade dos serviços prestados aos clientes”.
Com a medida, de acordo com a Sema, “a expectativa é acelerar a realização de obras e a abrangência do atendimento para a população que ainda não dispõe dos serviços, passando a contar com os diversos benefícios gerados pelo saneamento, como melhorias em saúde, qualidade de vida, geração de empregos, sustentabilidade socioambiental e valorização imobiliária”. De acordo com o consultor na área de saneamento Álvaro Menezes, ativos desse segmento, de uma forma em geral, despertam o interesse de possíveis compradores. “Quando se trata de uma companhia estadual de saneamento, sem dúvida é atrativa, porque tem um mercado com uma escala muito boa, uma população grande a atender”, aponta Menezes.
Para o consultor, os clientes da Corsan têm condições para receberem um serviço de qualidade e pagarem por isso. Sobre os questionamentos à privatização, Menezes diz que é algo normal e, exceto em situações particulares, não causam maiores obstáculos à iniciativa. “Agora, a gente não pode deixar de lado a hipótese de surgir alguma ação na Justiça que possa fazer com que haja algum atraso”, pondera.
Menezes prevê que o leilão atrairá participantes, mas não espera um número muito expressivo. “Até porque a oferta mínima é alta e nem todo mundo tem hoje cacife para enfrentar uma disputa dessa, contudo, no meu bolão, acho que no máximo quatro grandes players nacionais poderão estar presentes, talvez associados a fundos nacionais ou internacionais”, aposta o consultor.