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Varejo

- Publicada em 30 de Novembro de 2022 às 17:46

Interesse em produtos de segunda mão cresce em 2022

Sustentabilidade também faz com que os brechós ganhem espaço

Sustentabilidade também faz com que os brechós ganhem espaço


ISABELLE RIEGER/JC
O mercado de produtos de segunda mão tem se mantido em alta no ano de 2022. Segundo levantamento realizado pelo Sebrae, foram abertos no Brasil 2.308 pequenos negócios de artigos usados no primeiro semestre deste ano, 74 a mais do que o mesmo período em 2021. Em uma tendência que cresceu com a chegada da pandemia da Covid-19, tanto a procura por esses produtos, quanto a criação de empreendimentos específicos desse nicho passaram a ser vistas como soluções alternativas, seja pela questão financeira ou para o consumo consciente.
O mercado de produtos de segunda mão tem se mantido em alta no ano de 2022. Segundo levantamento realizado pelo Sebrae, foram abertos no Brasil 2.308 pequenos negócios de artigos usados no primeiro semestre deste ano, 74 a mais do que o mesmo período em 2021. Em uma tendência que cresceu com a chegada da pandemia da Covid-19, tanto a procura por esses produtos, quanto a criação de empreendimentos específicos desse nicho passaram a ser vistas como soluções alternativas, seja pela questão financeira ou para o consumo consciente.
O balanço feito pela entidade também aponta que pouco mais de 2.050 microempreendedores individuais (MEI) começaram a trabalhar com o comércio varejista de usados nos seis primeiros meses de 2022.
Em um cenário de pós-pandemia, essa tendência pode ser vista como um reflexo do impacto gerado na economia nestes últimos anos, onde muitos produtos sofreram aumento de preços, como explica a professora do curso de Moda da Universidade Feevale, Renata Fratton Noronha. “Dentro da indústria têxtil, por exemplo, percebe-se que o valor das roupas subiu muito, principalmente por conta da matéria prima importada e da dificuldade de acesso a ela. Então, percebe-se que houve uma questão de valor e, com isso, veio essa necessidade de trocar, de consertar e de consumir produtos de segunda mão, como uma conduta mais econômica”.
Além do fator financeiro, o crescimento do mercado de produtos usados também está ligado à questão ambiental. Batendo de frente com o conceito de fast fashion, a popularização dos produtos de segunda mão traz uma perspectiva mais consciente por parte dos próprios consumidores.
“Um dos hábitos que a pandemia trouxe foi o de um consumo mais consciente, de produzir menos lixo, e isso acabou se desdobrando no incremento e na popularização dos brechós. Nestes últimos anos, o número de brechós na cidade aumentou, tanto online, quanto físico, e isso vem muito da demanda do próprio consumidor, que reduziu o preconceito em relação a esses itens”, explica a gestora de projetos do Sebrae RS, Daniela Santos Machado.
Além disso, Daniela também explica outra tendência do comércio de produtos usados. “Dentro do mercado de segunda mão existe também a questão da customização, de pegar itens e customizá-los, trazê-los para a moda atual, de modo a retomar a vida útil desse produto. Isso também é uma tendência que vem forte no perfil de consumo de Porto Alegre”, explica.
Nessa onda de consumo consciente, a popularização desses produtos veio com uma forte influência das gerações de consumidores mais jovens. “Algo que aparece na pesquisa é especialmente um comportamento dos jovens de geração Z. Eles estão cada vez mais focados em causas pelo Meio Ambiente, em pensar na preservação do planeta”, explica Renata. A professora de moda também afirma que esse comportamento dos jovens pode se tornar um motivador para que a tendência se mantenha no futuro.

Procura varia desde roupas a eletrodomésticos

Fogões e geladeiras estão entre os artigos mais procurados

Fogões e geladeiras estão entre os artigos mais procurados


ISABELLE RIEGER/JC
O crescimento do mercado de segunda mão se tornou bastante evidente nos últimos dois anos e os próprios donos de comércios desse segmento sentiram essa mudança, como é o caso de Rosana Bolson, dona da Farroupilha Móveis, localizada há 18 anos na Avenida João Pessoa, em Porto Alegre.
“Tem sido bem grande a procura de produtos usados, muito maior do que por produtos novos, principalmente pela questão do preço. Hoje em dia as pessoas estão procurando preços mais baratos”, declara.
A loja trabalha com a venda tanto de produtos novos quanto usados, vendendo itens de quarto, como camas e roupeiros, além de móveis de cozinha e eletrodomésticos, que, segundo a vendedora, são os mais procurados, com preferência para geladeiras e fogões com preços a partir de R$ 700,00.
Além da busca por móveis e eletrodomésticos, no mercado da moda a procura por produtos de segunda mão também é alta. Há quatro anos também na Avenida João Pessoa, Ana Paula Ramos é dona do Brechó Lafayette e, nos últimos dois anos, tem percebido um maior movimento na loja. “Devido ao pós-Covid e à crise, tivemos mais procura, tanto de gente para desapegar e nos vender peças, quanto de pessoas consumindo a moda circular em si”, declara.
Com clientes que variam desde os 14 até os 70 anos, o Brechó Lafayette conta com uma grande variedade de artigos de moda, mas, em geral, os itens mais procurados sempre são os calçados e os jeans, produtos que normalmente apresentam preços mais elevados. A vendedora também comenta que a popularidade do brechó vem de uma influência tanto financeira, quanto ecológica. ”É bem mais em conta, além de toda a questão da consciência, que é muito mais importante. Eu acho que se perdeu aquele preconceito de comprar em brechó. Brechó é sustentabilidade, é gente que tem estilo único e que se preocupa com a preservação do planeta”, opina.