O consórcio formado pelas companhias Jan De Nul e pela Van Oord foi o vencedor da licitação para efetuar a dragagem do porto de Rio Grande, por um valor de cerca de R$ 84 milhões. O prazo de execução dos serviços será de até três meses, limitados à vigência do contrato de 12 meses, contados a partir da assinatura do contrato.
O acordo, celebrado com a Porto RS, autoridade portuária dos portos do Rio Grande do Sul, consta na edição desta segunda-feira (21) do Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Sul. O documento detalha que que a ação se trata da “contratação de empresa especializada em serviços de engenharia para realização de obra de dragagem de manutenção, etapa 2022, no canal externo, canal interno e canal e berços do Porto Novo do complexo portuário do Porto Organizado do Rio Grande e para o monitoramento ambiental durante o período de execução da obra”.
A dragagem é considerada uma ação fundamental para que o porto não tenha problemas quanto à movimentação de cargas. Através do cais público do complexo rio-grandino e dos terminais privados são exportados mais de 30% do que é produzido no Estado. O porto se interliga a todas as regiões, seja pela malha rodoferroviária ou pelo sistema navegável das Lagoas dos Patos e Mirim.
O gerente de planejamento e desenvolvimento da Portos RS, Fernando Estima, detalha que a obra que será feita se trata de uma dragagem de manutenção que deixará o porto com 15 metros de calado no canal interno e no cais público com 9,45 metros. “Nós vamos, anualmente, fazer uma dragagem estimada em 1,5 milhão a 2 milhões de metros cúbicos”, comenta o dirigente. Ele adianta que serão feitas as batimetrias (medições), verificação dos trechos que estão assoreados e realização dos trabalhos necessários.
“Estamos saudando a dragagem, porque já estava com algumas dificuldades logísticas na região”, ressalta o diretor da Associação Hidrovias do Rio Grande do Sul (HidroviasRS), Wilen Manteli. Ele enfatiza que, sem a obra, haveria o risco de que navios começassem a evitar o porto gaúcho, devido a questões de segurança. Manteli acrescenta que, além da ação em Rio Grande, é necessário que se faça a dragagem das hidrovias interiores do Estado. Ele calcula em cerca de R$ 60 milhões o aporte necessário nessa iniciativa.
Neste ano, o porto de Rio Grande tem verificado uma redução na movimentação de cargas, em relação a 2021.Comparando com o primeiro semestre do ano passado, o complexo registrou de janeiro a junho de 2022 uma diminuição de 14.91% em sua movimentação total. Isso significa que no ano passado foram movimentadas no período 20.813.446 toneladas, enquanto que em 2022 esse montante foi de 17.709.639 toneladas. No entanto, os primeiros seis meses de 2022 também apontam destaques positivos e entre eles estão as movimentações do trigo, com elevação de 265.03%, do milho, com alta de 66.52% e do farelo de soja, que aumentou 18.27%, em relação ao mesmo período de 2021.