O resultado da avaliação que pode fazer a cidade de Caçapava do Sul se tornar oficialmente um
geoparque reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sairá em abril de 2023. A análise preliminar do relatório que está sendo preparado pelos avaliadores internacionais acontece entre os dias 7 e 9 de dezembro. No caso de um parecer positivo, a cidade da campanha gaúcha passará a ser considerada patrimônio geológico da humanidade e o primeiro geoparque exclusivamente gaúcho.
Além disso, o selo da agência torna a cidade participante de uma rede geoparques mundiais e possibilita que o Estado capte recursos de fundos internacionais para o investimento no território. Na tarde desta quinta-feira (10), a comitiva da Unesco, representada pelos avaliadores Mahito Watanabe e Antonino Sanz Matencio, e a comissão coordenadora do projeto Geoparque Caçapava do Sul, com diretores da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e Universidade Federal de Santa Maria (Ufsm), estiveram reunidos no Palácio Piratini com o governador Ranolfo Vieira Júnior e o secretário de turismo do Estado, Raphael Ayub, para seguir com as discussões sobre as condições locais do município para se tornar geoparque. “Temos informações de outros geoparques que relataram que, a partir de um ano desse selo, começaram a triplicar o número de visitantes devido a visibilidade”, informa Stener Camargo, secretário de Cultura e Turismo de Caçapava do Sul.
Desde o dia 6 de novembro, os avaliadores têm visitado pontos turísticos, empreendimentos, instituições e analisando as condições geoecológicas e de biodiversidade da região. Watanabe aponta três aspectos que tornam o território de Caçapava do Sul como único: rochas sedimentares que registram alguns momentos da formação do continente sul-americano, espécies endêmicas de cactos e a presença negra, indígena e europeia na cultura gaúcha e na história da cidade. Após muitas reuniões com os avaliadores nesses últimos dias, Camargo revela que está otimista quanto ao resultado da homologação. “O melhor do nosso território foi mostrado”, comenta.
Vale lembrar que, a cada quatros anos, o lugar escolhido passa por uma reavaliação. Se os critérios de educação, proteção ambiental e desenvolvimento sustentável não são seguidos à risca, perde o aval da certificadora. A candidatura de Caçapava do Sul passou por várias etapas e é um projeto coletivo entre a Ufsm, a Unipampa e a prefeitura da cidade. O primeiro passo em direção à Unesco foi dado há dois anos, com o envio da carta de intenção da candidatura.
Atualmente, são 177 geoparques mundiais da Unesco em 46 países, a maior parte concentrada na Europa e na China. No Brasil são três: Araripe, entre Pernambuco, Ceará e Piauí; Seridó, no Rio Grande do Norte; e o Caminhos dos Cânions do Sul, entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. Estes últimos homologados em maio deste ano. De quatro em quatros anos, o lugar escolhido passa por uma reavaliação. Se os critérios de educação, proteção ambiental e desenvolvimento sustentável não são seguidos à risca, perde o aval da certificadora.