O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,59% em outubro. O resultado interrompe a sequência de três meses seguidos de deflação, após quedas de 0,68%, 0,36% e 0,29%, respectivamente, em julho, agosto e setembro. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (10) pelo IBGE.
Com o resultado, a inflação acumulada no ano chega a 4,70%. Já nos últimos 12 meses, o IPCA, que é a inflação oficial do País, ficou em 6,47%. Em outubro de 2021, a taxa havia sido de 1,25%.
Em outubro, o grupo Vestuário teve a alta mais intensa, de 1,22%, mas a maior influência no índice geral veio de Alimentação e bebidas, com crescimento de 0,72% e impacto de 0,16 ponto percentual (p.p.). Na sequência das maiores influências estão os grupos de Saúde e cuidados pessoais (1,16% e 0,15 p.p.) e Transportes (0,58% e 0,12 p.p.)
"Há um claro contraste, porque alimentação e transportes, os dois grupos de maior peso, tiveram variação negativa em setembro e altas em outubro", comenta o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta no mês. Apenas Comunicação teve queda, de 0,48%.
Já entre os itens e subitens, os maiores impactos individuais no índice geral foram passagem aérea, que colaborou com 0,16 p.p., higiene pessoal (0,09 p.p.) e plano de saúde (0,05 p.p.).
A alta nos alimentos em outubro foi puxada pela alimentação no domicílio (0,80%), com batata-inglesa (23,36%) e tomate (17,63%) contribuindo, juntas, com 0,07 p.p do resultado total do mês. O grupo também registrou aumentos na cebola (9,31%) e nas frutas (3,56%).
Entre as quedas, destaque para o leite longa vida (-6,32%), que já havia recuado 13,71% em setembro, e o óleo de soja (-2,85%), que marcou a quinta queda consecutiva. Na alimentação fora do domicílio, que cresceu 0,49%, o lanche desacelerou e saiu de 0,74% em setembro para 0,30% em outubro, enquanto a refeição seguiu caminho inverso, de 0,34% em setembro para 0,61% em outubro.
Já em Transportes, que passou de queda de 1,98% em setembro para alta de 0,58% em outubro, Kislanov aponta dois fatores preponderantes. “Além do aumento da passagem aérea, de 27,38%, também foi importante o recuo no preço dos combustíveis, de 1,27%, menos intenso do que no mês anterior, quando a queda foi de 8,50%”, ressalta.
A gasolina (-1,56%), o óleo diesel (-2,19%) e o gás veicular (-1,21%) seguem trajetória de queda, mas o etanol registrou alta de 1,34%.
Também houve recuo nos preços dos transportes por aplicativo (-3,13%), que haviam subido 6,14% em setembro. O subitem ônibus urbano seguiu em queda, de 0,23%, refletindo a redução de preços das passagens aos domingos em Salvador (-2,99%), válida desde 11 de setembro.
No grupo Vestuário, a influência em outubro foi da alta nos preços das roupas masculinas (1,70%) e das roupas femininas (1,19%). "Esse aumento tem acontecido desde a retomada do isolamento", lembra Kislanov, ressaltando que, nos últimos 12 meses, a variação acumulada do setor foi de 18,48%, a maior entre os nove grupos que compõem o IPCA.
Na análise por região, o IPCA subiu em todas as áreas no mês passado. No caso de Porto Alegre, houve aumento de 0,76%. Os principais destaques foram Habitação (1,35%), Vestuário (1,30%), Saúde e Cuidados Pessoais (1,10%) e Alimentação (1,05%). No acumulado do ano, a taxa está em 2,61% na capital gaúcha.